sábado, maio 06, 2006
Momento da maturidade
A poeira do FISL 7.0 baixou, finalmente. Fui ao evento, que realizou-se pela primeira vez na FIERGS, teve participação da Microsoft e nem sinal da IBM. Helio Castro falou sobre essas coisas e apontou muito bem algumas críticas que precisavam ser feitas. Mas tem um ponto sobre o qual eu gostaria de continuar discutindo.
Fala-se muito sobre o quanto a comunidade de software livre precisa amadurecer, aprender a discutir e conseguir dialogar normalmente com o resto do mercado. E boa parte das críticas é verdadeira. Em geral os usuários de software livre, e principalmente os de Linux, não conseguem desenhar um diálogo saudável com usuários de outros tipos de software e outros sistemas operacionais. Durante o FISL 7.0 conversei sobre isso com o Paulo "kretcheu" e a melhor conclusão que chegamos sobre o assunto é que os usuários de Linux podem tornar-se tão intolerantes a outros usuários que acabam por desenvolver repulsa até por outros usuários de Linux, de outras Distros. Triste, mas é verdade, olhar para a já apertada seção comunitária do FISL 7.0 e ver que os usuários vão separando-se por grupos, definidos pelos softwares que usam. Pior ainda quando uma discussão do tipo Gnome x KDE começa. É um comportamento imaturo, que me lembra muito a época do ginásio, que não deveria mais ter espaço depois que saímos da puberdade. Se os usuários tem problemas para aceitar outros militantes do software livre, que dirá sobre aqueles que usam software proprietário.
Mas não é um problema exclusivo do software livre. Acompanhei uma discussão de usuários de Windows que reclamavam sobre a falta de conhecimento do usuário sobre o lado técnico da informática, tudo bem. Coloquei-me a pensar quando um deles sugeriu que deveria haver uma espécie de habilitação para poder usar computador, da mesma forma que ocorre com automóveis, e foi ovacionado pelos outros. Imagine comigo por um instante se eu apareço defendendo este ponto por aqui... não seria eu chamado de xiita, ou de fanático e outros? Acredito que eu seria.
Citei isso para mostrar que muitas vezes usuários de outras plataformas e tipos de software nos acusam de fanáticos, talvez com razão, mas que eles também não estão muito melhores do que nós, também são fanáticos, apenas de um outro tipo.
A Microsoft apareceu no stand da Infomedia no FISL 7.0, debatendo sobre interoperabilidade e outros assuntos que são interesse de todos. Impressionei-me com o número de pessoas que queriam jogar bolas de papel e outros objetos menos inocentes nos funcionários da MS que estavam por lá trabalhando. Não é assim que deve ser. Mas não acho que um stand sobre Linux em um evento voltado para o público Windows receberia tratamento diferente (está aí o forum do Baboo que não me deixa mentir).
A Microsoft quer interoperar, deseja fazer o Linux rodar bem sobre sua máquina virtual proprietária, que mal há nisso? Não vejo problema em "dialogar" com a Microsoft, desde que ela também abra mão de suas imaturidades. Steve Ballmer pulando como um orangotanto gritando que o Linux não é integrável como o Windows não é minha idéia de diálogo. Mas só porque eles comportam-se assim não significa que devemos fazer o mesmo. Podemos ser mais adultos, civilizados e buscar cooperar, por que não? E então quando a Microsoft parar com essa história de Get the Facts poderemos todos conversar como adultos. Sim, porque se nós devemos ser mais maduros e participar do diálogo, eles também precisam de algum preparo para isso.
Fala-se muito sobre o quanto a comunidade de software livre precisa amadurecer, aprender a discutir e conseguir dialogar normalmente com o resto do mercado. E boa parte das críticas é verdadeira. Em geral os usuários de software livre, e principalmente os de Linux, não conseguem desenhar um diálogo saudável com usuários de outros tipos de software e outros sistemas operacionais. Durante o FISL 7.0 conversei sobre isso com o Paulo "kretcheu" e a melhor conclusão que chegamos sobre o assunto é que os usuários de Linux podem tornar-se tão intolerantes a outros usuários que acabam por desenvolver repulsa até por outros usuários de Linux, de outras Distros. Triste, mas é verdade, olhar para a já apertada seção comunitária do FISL 7.0 e ver que os usuários vão separando-se por grupos, definidos pelos softwares que usam. Pior ainda quando uma discussão do tipo Gnome x KDE começa. É um comportamento imaturo, que me lembra muito a época do ginásio, que não deveria mais ter espaço depois que saímos da puberdade. Se os usuários tem problemas para aceitar outros militantes do software livre, que dirá sobre aqueles que usam software proprietário.
Mas não é um problema exclusivo do software livre. Acompanhei uma discussão de usuários de Windows que reclamavam sobre a falta de conhecimento do usuário sobre o lado técnico da informática, tudo bem. Coloquei-me a pensar quando um deles sugeriu que deveria haver uma espécie de habilitação para poder usar computador, da mesma forma que ocorre com automóveis, e foi ovacionado pelos outros. Imagine comigo por um instante se eu apareço defendendo este ponto por aqui... não seria eu chamado de xiita, ou de fanático e outros? Acredito que eu seria.
Citei isso para mostrar que muitas vezes usuários de outras plataformas e tipos de software nos acusam de fanáticos, talvez com razão, mas que eles também não estão muito melhores do que nós, também são fanáticos, apenas de um outro tipo.
A Microsoft apareceu no stand da Infomedia no FISL 7.0, debatendo sobre interoperabilidade e outros assuntos que são interesse de todos. Impressionei-me com o número de pessoas que queriam jogar bolas de papel e outros objetos menos inocentes nos funcionários da MS que estavam por lá trabalhando. Não é assim que deve ser. Mas não acho que um stand sobre Linux em um evento voltado para o público Windows receberia tratamento diferente (está aí o forum do Baboo que não me deixa mentir).
A Microsoft quer interoperar, deseja fazer o Linux rodar bem sobre sua máquina virtual proprietária, que mal há nisso? Não vejo problema em "dialogar" com a Microsoft, desde que ela também abra mão de suas imaturidades. Steve Ballmer pulando como um orangotanto gritando que o Linux não é integrável como o Windows não é minha idéia de diálogo. Mas só porque eles comportam-se assim não significa que devemos fazer o mesmo. Podemos ser mais adultos, civilizados e buscar cooperar, por que não? E então quando a Microsoft parar com essa história de Get the Facts poderemos todos conversar como adultos. Sim, porque se nós devemos ser mais maduros e participar do diálogo, eles também precisam de algum preparo para isso.
Comments:
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Ótimo Texto Fábio!
Apesar de que eu acho difícil a Microsoft amadurecer ao pondo do Software Livre poder comunicar-se com ela sem nenhuma das partes querer ver a outra morta. . .
As brigar GNOME x KDE, DEBIAN X SLACK etc ocorrem em grande parte pelos novos usuários de Software Livre, claro muitos usuários antigos continuam querendo levar esta briga pela frente, muitas vezes motivados apenas por uma brincadeira, brincadeira essa que fica muito chata de vez enquando.
Você que foi ao Desktop Livre sabe que essas "brigas" sempre começam por causa de uma brincadeira...
Excelente texto !
FALOW !
Apesar de que eu acho difícil a Microsoft amadurecer ao pondo do Software Livre poder comunicar-se com ela sem nenhuma das partes querer ver a outra morta. . .
As brigar GNOME x KDE, DEBIAN X SLACK etc ocorrem em grande parte pelos novos usuários de Software Livre, claro muitos usuários antigos continuam querendo levar esta briga pela frente, muitas vezes motivados apenas por uma brincadeira, brincadeira essa que fica muito chata de vez enquando.
Você que foi ao Desktop Livre sabe que essas "brigas" sempre começam por causa de uma brincadeira...
Excelente texto !
FALOW !
Acho interessante seu ponto de vista. Participo de alguns fóruns que retratam exatamente isso. Tanto Windows Vs Linux, quanto Debian Vs Slackware, KDe Vs Gnome e por ai vai. Acho que o fato da Microsoft fazer esse tipo de coisa como o "get the facts" deixa o usuário de Software Livre Puto! Eu mesmo, na época que saiu fiquei indignado... vendo depois que era pura besteira. Acho também que se a Microsoft não quer "interoperabilidade" temos que buscar novos horizontes, não e ficar atras do que a Microsoft quer ou deixa de querer. Acho interessante, tanto os usuário de Software Livre quanto os desenvolvedores começarem a pensar em coisas novas, como por exemplo, uma aplicação pra servidor... que faça algo que nenhuma outra faça e que seja compatível com outros serviços/protocolos ou aplicações, tanto livres quanto proprietárias.
PS: não sei se me expressei bem... mais a idéia que tenho é mais ou menos essa.. hehe
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PS: não sei se me expressei bem... mais a idéia que tenho é mais ou menos essa.. hehe
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