tag:blogger.com,1999:blog-107624682024-03-19T00:44:04.334-03:00Livre Acesso por Falcon_Dark"A conduta ética de um homem deveria basear-se somente na misericórdia, na educação e nos laços e necessidades sociais; não sendo necessária nenhuma base religiosa. O homem certamente estará em uma situação terrível se tiver de ser censurado pelo medo do castigo e pela esperança de recompensa de após morte." Albert Einstein. Todo o conteúdo de autoria de Falcon_Dark é disponibilzado sob a CC-GPLAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.comBlogger132125tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-3672618586157734822013-01-10T11:06:00.002-02:002013-01-10T11:06:32.609-02:00TechWars: blog sobre tecnologiaVocê pode acompanhar novos artigos no TechWars: http://techwars.com.brAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-20421509660083608292012-10-30T16:55:00.002-02:002012-10-30T16:55:25.294-02:00Porque a Microsoft fracassou no mobile... por enquanto<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">Você pode não conhecer o arquiteto de software Ray Ozzie. Ele foi co-criador do Lotus Notes e trabalhou alguns anos na IBM. No começo dos anos 2000 ele saiu da IBM e abriu sua startup. Chamava-se Groove Networks e buscava criar um serviço de streaming e armazenamento de arquivos on-line. É o que conhecemos hoje como "Cloud" ou "armazenamento na nuvem". É o que consideramos ser o futuro da computação.</span><br />
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Bill Gates, depois de perder o bonde da internet, sabia que Cloud era o futuro e em 2005 a Microsoft comprou a Groove Networks. Ozzie tornou-se amigo pessoal de Gates e era o escolhido para assumir o papel de grande visionário que levaria a MS ao futuro. Ozzie juntou uma equipe de mais ou menos 50 engenheiros e passou a trabalhar em um projeto chamado Live Mesh.</div>
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O Live Mesh seria uma nova tecnologia e um serviço que armazenaria online e distribuiria em tempo real imagens, documentos e música para qualquer dispositivo compatível. PCs com Windows, X-Box, Smartphones e Tablets com Windows seriam clientes e um arquivo que você editasse em um PC seria sincronizado automaticamente com seu telefone ou video-game, por exemplo. Ou seja, em 2005, 2 anos antes do iPhone chegar ao mercado, a MS já tinha definido seu conceito de iCloud. Mas então, o que deu errado?</div>
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A equipe da divisão Windows estava trabalhando desesperadamente no Longhorn (que viria a <span class="il" style="background-color: #ffffcc;">ser</span> o terrível Windows Vista) e em um projeto chamado SkyDrive. O SkyDrive era um sistema parecido com o Live Mesh, só que era mais um web storage à lá Dropbox, um lugar apenas para colocar seus arquivos on-line. As funcionalidades de streaming não existiam porque a MS acreditava no poder de uma loja de música como o iTunes e não em um streaming online de música como a Pandora.</div>
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O Vista estava muito atrasado e Steven Sinofsky assumiu a presidência da divisão responsável pelo Windows em 2006. Sinofsky trabalhara no SkyDrive e era visto como um dos pais da idéia do Windows Live. Imediatamente ele passou a rejeitar o conceito do Live Mesh e relatos dizem que ele via o Live Mesh como um inimigo de sua idéia. Insistiu que o SkyDrive era o futuro. Ozzie e Sinofsky travariam uma das épicas guerras que definiriam os rumos da MS e os contornos de toda uma indústria.</div>
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O Presidente da divisão Windows refutava a idéia de ter um serviço intimamente ligado ao sistema operacional que não tivesse saído de dentro de sua própria equipe. Se era relacionado ao Windows tinha que vir da divisão Windows. O Live Mesh era diferente de sua própria visão sobre como este serviço deveria <span class="il" style="background-color: #ffffcc;">ser</span>. Sinofsky passou a torpedear todos os esforços da equipe de Ozzie para fazer o Live Mesh deixar de ser apenas um projeto.</div>
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Quase 3 anos se passaram e o Live Mesh ainda não havia sido lançado. O Windows 7 chegou ao mercado em 2009, desenvolvido sob a batuta de Sinofsky e seu sucesso deu a ele muita credibilidade. O Live Mesh ainda era um protótipo e o SkyDrive estava no MSN Mail, tínhamos um vencedor. Mas a guerra interna ainda persistia.</div>
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Em 2010 Sinofsky, na condição de dono do produto mais rentável da empresa, pediu uma reunião com Steve Ballmer. Após a reunião o presidente da Microsoft decidiu que o Live Mesh deveria <span class="il" style="background-color: #ffffcc;">ser</span> descontinuado e que seu time seria desmontado, todos receberiam novas atribuições. Era o fim da guerra, a morte do Live Mesh e a vitória absoluta de Sinofsky e seu SkyDrive.</div>
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Em Outubro de 2010, pouco depois da decisão de Ballmer, Ozzie pediu demissão da Microsoft. Hoje a visão de Ozzie é o iCloud da Apple que atende Macs, iPhones e iPads. E o Windows 8, idealizado pelo time de Sinofsky, ainda tentará reproduzir o modelo de loja de Apps criado pela empresa de Steve Jobs lá em 2008. Também é da equipe de Sinofsky a intransigente idéia de ter duas interfaces distintas para o mesmo sistema na versão 8 do Windows. Relatos de funcionários da MS encontrados aos montes na web registram que a equipe está ciente de todo barulho e reclamação das pessoas e da imprensa sobre a dualidade de interfaces no Windows 8. Mas segundo eles a direção da empresa diz que as pessoas vão se adaptar. </div>
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Com 23 anos de carreira dentro da Microsoft Sinofsky é visto e descrito como alguém brilhante e que combate ativamente pelas idéias que defende. É a grande esperança da MS para virar a mesa e conquistar um lugar de destaque no mundo móvel. Espera-se que o Windows 8 repita o sucesso do Windows 7 não apenas nos PCs, um mercado em franco declínio, mas também no mobile onde Apple e Google reinam absolutas.</div>
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Mas era Sinofsky quem chefiava a divisão do Office quando esta foi a grande responsável pelo fracasso dos tablet computers em 2001. A MS foi a primeira grande empresa a levar o conceito de tablet à sério. Ele tinha um processador Intel, 13 polegadas, uma caneta stylus e rodava Windows XP. Após os primeiros insucessos no mercado a MS definiu que ele teria quer <span class="il" style="background-color: #ffffcc;">ser</span> mais portátil, ou seja, menor e mais leve.</div>
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A MS pensou em um protótipo com processador ARM e rodando Windows CE mas a divisão Office anunciou que não portaria o pacote de escritório para a nova plataforma. Mas a impossibilidade de praticar os mesmos preços em um Office Mobile reduziriam a receita e a Microsoft não via sentido em empreender recursos para criar software que seria vendido mais barato, se o software mais caro vendia como pão quente. A empresa tinha receio que o Office móvel roubasse clientes do Office desktop e isso seria ruim para os números no fim do ano. Sinofsky, encarregado da divisão do Office, passou a combater, dentro da MS, a idéia dos tablets com a força costumeira.</div>
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De acordo com sua própria visão, sem um Office o conceito de tablet fracassaria e a MS desistiu. Anos depois, enquanto a MS se preocupava com o mercado de video-games, a Apple tomou o mundo móvel de assalto e virou tudo de cabeça pra baixo. Hoje o iPad, sem Windows e sem Office, é o modelo único de computador pessoal mais vendido da história. E a MS continua tentando entender como produzir algo que rivalize com o iPad e o iPhone. <span class="il" style="background-color: #ffffcc;">Ser</span>á Sinofsky quem ajudará a MS a conseguir isso?</div>
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Sinofsky, apesar de <span class="il" style="background-color: #ffffcc;">ser</span> formado em Ciência da Computação, é a demonstração clara do que acontece quando um homem de negócios vence uma disputa contra um profissional técnico. E apesar de estar copiando a Apple em muitas coisas atualmente, até na cor do uniforme dos funcionários das lojas, há uma lição de Jobs que Sinofsky ainda não aprendeu. <span style="line-height: 16px;">Se você não se </span><em style="font-style: normal; line-height: 16px;">canibalizar</em><span style="line-height: 16px;">, alguém fará isso por você. É por isso que a Microsoft deveria estar preocupada em desenvolver um substituto para o Windows e não uma nova versão dele.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-59256135034206204242012-06-27T15:00:00.001-03:002012-06-27T15:00:14.443-03:00A Microsoft deveria abandonar o nome WindowsEu <a href="http://falcon-dark.blogspot.com.br/2011/08/quem-faria-bom-proveito-do-webos.html" target="_blank">já escrevi</a> sobre como o iPad é uma força de mercado e nem Google ou Microsoft conseguirão causar grande abalo na trajetória do primeiro dispositivo da era Pós-PC. A Apple conseguiu consolidar o produto e associar a categoria ao seu nome. As pessoas não compram outros tablets, elas compram o "iPad da Samsung" quando adquirem um Galaxy Tab.<br />
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É a mesma coisa que o Windows fez com o mercado de SO para PCs. Não faltaram concorrentes, não faltou alternativa a preços menores. O que faltou foi uma solução matadora. Deixe-me explicar melhor. Nenhum consumidor compra um produto. O consumidor compra uma solução para um problema. O primeiro passo é que o consumidor tem que achar que tem um problema. Ninguém vai comprar veneno de rato se não tiver ratos em casa dos quais queira se livrar. O Linux e o OS/2 Warp falharam em concorrer com o Windows como solução, não como produtos.<br />
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Todo mundo que usa Windows já teve problemas com ele. Vírus, coisas que param de funcionar sozinhas, vírus, lentidão, vírus, gerenciamento de memória pobre, vírus, multi-tarefa deficiente, vírus, e outros, muitos outros problemas que todo mundo cansou de ver. Quem não entende nada de computador de vez em quando diz "meu computador está lento, acho que preciso formatar e reinstalar o Windows". Viver com o Windows é assim mesmo e todo mundo se acostumou, do mesmo jeito que se acostumou com os resfriados de inverno. Não tem remédio pra isso, então fazer o quê?<br />
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Ao serem apresentados ao Linux, os usuários torcem o nariz, é diferente, não roda os programas que eu uso, tipo o Photoshop, o AutoCad, o MovieMaker. Não faz diferença se existe Gimp e a pessoa não precisa do Photoshop. O Gimp também tem versão para Windows afinal, mas todo mundo se acostumou a ser criminoso e pagar R$10 pelo CD com a última versão do Office não é um incômodo tão grande assim.<br />
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Nenhum argumento da IBM, em prol do OS/2, ou da comunidade, em prol do Linux, convenceu as massas de que o Windows era ruim. E as pessoas se acostumaram com ele, mesmo sendo ruim. Fim de papo.<br />
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<b>Tablets</b><br />
Mas surgiram os tablets. Em 2001 a MS apresentou protótipos de notebooks sem teclado operados por uma caneta stylus usando Windows XP. O mercado achou aquilo uma babaquice. Pra que diabos eu vou querer um notebook sem teclado? O erro da Microsoft, você sabe, foi ter uma interface criada para usar teclado e mouse sendo operada por uma canetinha. Era contra-produtivo demais para dar certo. E não deu.<br />
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O mercado recusou o tablet da Microsoft e a empresa entendeu, erroneamente, que o conceito era o problema. Na verdade o problema era o Windows que não estava adaptado para uma interface de toque e que tinha os controles e botões desenhados para serem operados com um mouse. A paixão pelo seu Windows impediu a empresa de entender que ele era o problema e que com outra interface o conceito poderia ser aceito.<br />
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<b>Smartphones</b><br />
A MS tentou emplacar o Windows em todos os lugares. A estratégia, chamada Windows Everywhere, era a de ter o Windows ao redor das pessoas de forma que elas entendesse que sua vida não seria possível sem o sistema. Onipresente, o Windows dominaria os outros mercados de sistemas operacionais. Até fazia algum sentido, pois as pessoas poderiam querer em seus celulares, tablets, GPSes o mesmo sistema que elas usavam, e no qual confiavam, em seus PCs.<br />
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A MS só não previu o fato de que a maioria das pessoas não contam, confiam e gostam do Windows. Elas usam o sistema nos PCs porque são obrigadas. Algumas, como eu, até mesmo odeiam o Windows. Mas não existe uma alternativa viável a não ser comprar um Mac ou abrir mão dos seus programas e ir pro Linux. Se as pessoas não fossem preguiçosas elas até o fariam, mas o comodismo fala mais alto. Só que quando se trata de outros dispositivos, existem alternativas e na maioria dos mercados elas estão estabelecidas e o Windows era o entrante. Mas para a empresa isso não seria o problema, em sua visão as pessoas gostariam de ter o Windows e o Office no bolso e comprariam um dispositivo móvel que entregasse a dupla como um PC.<br />
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A MS fez uma salada de nomes e versões diferentes que é difícil de desmembrar tentando vender celulares com o Windows. Você não vai saber dizer a diferença entre Windows CE, Windows Mobile, PocketPC e Windows Phone facilmente. Foram todos tentativas de emplacar PDAs, PocketPCs e Smartphones que não deram certo. O mercado ficou meio bagunçado até a chegada do iPhone, quando todo mundo identificou o produto que deveria fazer. A imagem abaixo mostra como os telefones eram antes do iPhone e como eles ficaram depois.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgztxtrxX5Gpmta95hgYSMpYQAf4EdUAnafnNI6RbaTd8P2I1KV6e-J966uNav-_8oWWTdCLNhV8eqE63kOBviVZpNGOm5-dQ0-pm05CVfxDN4oNQuanMoWdmw_PP38SN1KIpua/s1600/beforeandafteriphone.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgztxtrxX5Gpmta95hgYSMpYQAf4EdUAnafnNI6RbaTd8P2I1KV6e-J966uNav-_8oWWTdCLNhV8eqE63kOBviVZpNGOm5-dQ0-pm05CVfxDN4oNQuanMoWdmw_PP38SN1KIpua/s640/beforeandafteriphone.jpg" width="640" /></a></div>
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A Apple, que nunca fizera um telefone na vida, acertou de primeira e agora todos os concorrentes tinham um modelo de sucesso para copiar. O Sistema Operacional do aparelhinho em nada lembrava um SO convencional de PC e não havia a menor preocupação com entregar um Office ou qualquer outro paralelo com um PC. A Microsoft ficaria 3 anos tentando entender porque o mercado rejeitou seu Windows Mobile + Office e abraçou o iOS sem nada até lançar, em 2010 o Windows Phone. Mas até a reação da MS a Apple ainda lançou outro conceito campeão.<br />
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<b>iPad</b><br />
No começo de 2010 a Apple apresentou ao mundo a sua visão de tablet. O conceito fracassado da Microsoft foi minimizado em tudo. Tela menor, sem HD, com menos memória e em vez de um processador x86 um ARM. Em vez de um sistema operacional pleno, de PC, o mesmo iOS do iPhone. Ridicularizado pela MS o iPad foi tido como um telefone com tela maior, com pouca utilidade. Bill Gates disse que não via uma única razão pela qual gostaria que fosse a MS a lançar aquele produto no mercado. Tornou-se um dos maiores sucessos comerciais da história da indústria eletrônica tendo vendido 67 Milhões de unidades em pouco menos de 2 anos. Você acha que, dado o retrospecto, o iPad teria vendido mais se rodasse Windows? A Microsoft acha que sim.<br />
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<b>A resposta ao iOS</b><br />
Ainda em 2010 a MS lançou o Windows Phone. Uma nova fase no desenvolvimento do sistema móvel que deveria competir em condições de igualdade com Android e iOS. Não funcionou. Exceto por poucos modelos de algumas fabricantes o sistema não encontrou grande aceitação. Novamente a empresa entendeu que o problema era o hardware e em 2011 a MS anunciou um acordo com a Nokia para que a empresa finlandesa ignorasse o mercado e fizesse smartphones exclusivamente com o Windows Phone.<br />
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Enquanto todas as outras empresas do mercado se matam para adaptar o Android aos seus aparelhos e para acalmar os usuários que solicitam versões mais recentes do sistema a Nokia teria que focar apenas no hardware e deixar o sistema à cargo da MS. Não está funcionando. As vendas decepcionam e já foi anunciado que mesmo os últimos modelos de Nokia Lumia lançados com o Windows Phone 7.5 não receberão o novo WP8 a ser lançado em breve. Isto não ajudou nas vendas e parece certo que a Nokia terá problemas graves em um futuro próximo. Enquanto isso nunca se ouviu seque menção à possibilidade de haver um tablet com Windows Phone. E a MS vai tentar mais uma vez.<br />
<br />
<b>Windows 8</b><br />
Ao anunciar seus planos para a próxima versão do Windows, a 8, a MS enfatizou que o sistema terá uma versão para processadores ARM que rodará em tablets. A despeito de alguns protótipos sugeridos por gatos pingados e MS parece ter mantido o entendimento que teve em 2001. O problema era o hardware. E para tentar entrar de vez no jogo da computação móvel decidiu ter um equipamento próprio para competir com o iPad.<br />
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<b>O iPad da Microsoft</b><br />
Foi assim que um colega de trabalho se referiu ao MS Surface quando perguntou se eu havia visto o vídeo da apresentação. Na verdade ele se referia <a href="http://www.youtube.com/watch?v=4QRWa68MtLc" target="_blank">ao vídeo do travamento do Surface nas mãos do Steve Sinofsky</a>, VP da divisão Windows da Microsoft. E é assim que o Surface, e todo e qualquer competidor desse mercado, vai ser chamado: o iPad da Empresa Tal... Porque a Apple colocou a barra em um nível muito alto que qualquer outro competidor vai ter que atingir para ter o seu nome lembrado no lugar do iPad.<br />
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E não é só isso. Como as vendas do HP TouchPad mostraram depois que seu preço caiu para US$99,00 o preço vai ser muito importante. Na visão do mercado qualquer produto que ofereça "apenas" o que o iPad já tem deve ser mais barato. É o preço que se paga por chegar dois anos depois. Para vender pelo mesmo preço que um iPad um outro Tablet deve oferecer muito mais. E ninguém parece pronto para isso, nem mesmo a Microsoft.<br />
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Discutir por que o Surface é apenas mais um produto "eu também tenho" está além das minhas ambições aqui neste artigo. O fato é que enquanto tem gente bastante empolgada com a possibilidade de um (mais um) tablet rodando Windows chegar ao mercado é fácil encontrar na web, entre especialistas e usuários comuns, um pouco de frustração.<br />
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<b>Cachorro velho não aprende truque novo</b><br />
Primeiro porque o fato de a MS trazer à luz um tablet próprio demonstra que ela continua achando, assim como em 2001, que o Windows não decola no mercado móvel por culpa do hardware. Em lugar de trazer um tablet Nokia ou de pedir ao mercado OEM que fizesse um (como o Google faz com o Nexus da Asus) ela arregaçou as mangas e foi atrás do modelo Apple.<br />
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A Apple pode controlar o hardware e software porque faz isso em todos os campos onde atua. Será que a Asus vai se esforçar muito para promover um tablet com Windows sabendo que o grande concorrente será a própria Microsoft? E como vai ficar o relacionamento delas no mercado de SO para PC? Será que as empresas que fabricam PCs Miojo e tablets e já buscam no Android do Google uma alternativa de receita não tentarão também um contato maior com a Canonical para saber mais sobre o Ubuntu? Lembre-se, em um mundo onde tudo é dinheiro, assim que valer a pena empurrar PCs com Linux no mercado isso será feito. Os integradores apenas ainda não chegaram nesse ponto.<br />
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E a parceria com a Nokia, tão feliz nos smartphones mas renegada nos tablets. A Nokia fará um tablet para concorrer com o iPad e o Surface?<br />
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<b>Uma cobra engolindo seu próprio rabo</b><br />
Segundo que ao mesmo tempo que em tem uma receita anual de ao menos <a href="http://articles.businessinsider.com/2011-09-29/tech/30216822_1_htc-microsoft-android-device" target="_blank">US$444Milhões com o Android</a> e de <a href="http://articles.businessinsider.com/2011-08-01/tech/30048470_1_windows-phone-android-xbox-revenue" target="_blank">US$600Milhões com o Windows Phone</a>, promover o Windows no mercado móvel pode ser a analogia financeira de uma cobra engolindo seu próprio rabo. Os dispositivos com Windows devem avançar sobre o mercado do Android e dos PCs. Mas devem afetar pouco as vendas de iPads e iPhones. Ao entender que os clientes da Apple compram uma combinação de software e hardware a MS parece estimulada a ter seu próprio tablet. Mas no caminho vai criar atrito com todas as outras empresas que poderiam vender tablets Windows. Isso aconteceu no mercado de telefones, não temos mais modelos de Samsung, HTC e LG com Windows Phone porque a parceria com a Nokia esfriou os ânimos. O mesmo vai acontecer nos tablets.<br />
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E as vendas que ocorrerem estarão focadas nos clientes que, sim, gostariam de um Windows móvel consigo e que portanto estarão deixando de lado seus PCs com Windows para usarem smartphones e tablets com Windows. O quadro mais improvável é um usuário de Mac trocando o iPhone por um Lumia e o iPad por um Surface. Então o Surface estará avançando sobre um mercado que já é do Windows de qualquer maneira ou que na melhor das hipóteses era disputado pelo Android e pelo iOS. É a própria definição de canibalização.<br />
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<b>Enfim a mudança de nome</b><br />
Em termos rápidos, mudar o nome do sistema móvel e deixar a marca Windows para trás tem muitas vantagens e poucas desvantagens. A MS já perdeu o cliente móvel para a concorrência. Olhe ao redor e veja quantos usuários de Windows tem iPhones ou Androids. Ao insistir na marca Windows ela cola no sistema móvel o que existe de bom e também o que há de ruim. Sua aposta é que as coisas boas são mais importantes. Errado.<br />
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Os fãs da MS e os clientes da plataforma continuariam na plataforma da empresa qualquer que fosse seu nome. Uma troca rápida e uma publicidade focada na compatibilidade resolveria todas as dúvidas dos clientes. Aqueles que tem restrições ao nome Windows e à Microsoft poderiam achar que, por tratar-se de algo novo, aquilo mereceria um teste, ou no mínimo um olhar mais cuidadoso. Um novo nome também acabaria com o problema de um Marketplace vazio de Apps afinal de contas quem esperaria que um sistema lançado ontem tivesse milhares de Apps. Mas o Windows, com seu nome, tem que ter milhares de Apps antes que eu compre um telefone.<br />
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Um novo nome também acabaria com o problema de incompatibilidade com os Lumia já fabricados. É absurdo um smartphone novinho que saiu de fábrica com o WP 7.5 não ser atualizado para o WP 8. Mas se fosse um novo nome a idéia de um sistema totalmente novo faria disso um fator menor, e até natural. Também permitiria à MS minimizar os problemas do sistema, os bugs e as reclamações de coisas que estão faltando. Afinal é um sistema nascido ontem, é claro que o App de email dele não suporta IMAP.<br />
<br />
<b>Um sopro de ar fresco</b><br />
Mas mais que tudo isso, um novo nome daria a chance de um novo começo. O Windows já fracassou tantas vezes fora do PC que suas melhores chances são de fracassar novamente. Todo o mercado já espera que de errado de novo, afinal é a 4 vez que a MS tenta ter um sistema móvel. O que seria diferente agora? O Windows móvel já teve Office antes e isso não mudou nada. Agora eles tem a interface Metro, e daí? É só o Windows com outra skin. As tentativas de ligar isso com o legado do PC estão gerando reações adversas e a interface Metro no Windows 8 não vai ajudar. Muita gente vai estranhar e reclamar e quando souberem que a mesma interface está no telefone e no tablet vão querer evitar essas coisas.<br />
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O que a MS precisa perceber é que as pessoas adotaram o Windows no PC por falta de opção e isso não significa que o mercado móvel vai repetir a adoção do Windows. Um novo nome seria um alívio para uma plataforma que não pode ter recepção dúbia no mercado. Para ganhar do iPhone e do iPad o Windows (Phone) 8 deveria ser uma unanimidade, mas não é.<br />
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<b>O velho erro se repete</b><br />
<span style="background-color: white;">O tablet e o smartphone já fracassaram nas mãos da MS antes por culpa do legado. A afeição pelo Windows e pelo Office, suas maiores vacas leiteiras, já impediram a MS de inovar antes. O fato do presidente da divisão Windows apresentar o Surface é prova disso. Uma peça de hardware sendo apresentada pelo VP do Sistema Operacional? É o diagnóstico da miopia.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;">O Surface é uma plataforma nova, um lugar aonde a empresa Redmond nunca esteve antes. Deveria ter uma equipe própria, que demandasse o time de SO por ajustes e soluções e não o contrário, um esforço para levar o velho Windows para o mercado móvel. A MS deveria tratar o Surface como o XBOX, e criar uma divisão de negócios só para ele e deixar ela capitanear os destinos do produto.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;">A MS decidiu copiar a forma como a Apple dominou o mercado, com hardware e software feito em casa. Mas não fez toda a lição de casa. A Apple usou um nome de SO novo, uma outra interface e, só agora depois de 2 anos está ligando os pontos dos sistemas móveis e desktop. Esse era o caminho que a MS deveria seguir, lançar um novo SO para o móvel com interface Metro e depois de dois anos, se bem aceito pelo mercado levar isso para o desktop. A necessidade de se mostrar inovadora está iludindo a MS.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;"><b>Tudo por dinheiro</b></span><br />
<span style="background-color: white;">E porque a MS está nesta batida? Porque enquanto a MS ganha cerca de US$55 por PC vendido com Windows a Apple faz US$195 por iPad e US$600 por Mac vendido em média. A MS quer um mercado de tablets tão lucrativo quando o da Apple ou então em mais alguns anos a Apple vai dominar também o mercado de PCs. Para a MS a única forma de proteger sua posição é aumentar suas receitas uma vez que o mercado de PCs com Windows está derretendo, não em números mas em margem. Em mais alguns anos a MS terá de oferecer o Office como um serviço pela web e não mais em caixas. E boa parte de sua margem vai sumir.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;">A questão é que a divisão Windows é muito forte dentro da MS e pode se dar ao luxo de ditar a forma como as coisas vão acontecer. Mesmo desistindo da estratégia de Windows em qualquer lugar e oferecendo Linux em sua nuvem fica claro que ter Windows nos telefones e tablets é uma decisão corporativa acima de qualquer discussão. Entretanto a falta de prazo e de uma estimativa de custo na apresentação do Surface e a <a href="http://www.youtube.com/watch?v=aSj8GUZDuac" target="_blank">similaridade com a apresentação do iPad</a> mostram que a empresa está mais longe do que quer do que faz crer.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;">Eu criaria uma nova divisão dentro da empresa e pediria aos meus engenheiros "estamos entrando em um mundo novo, que não conhecemos, comecem tudo do zero. Esqueçam tudo que já fizemos até hoje". E começaria do zero mesmo, inclusive com um novo nome.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-48836118531413666042011-08-26T23:34:00.000-03:002011-08-26T23:34:48.381-03:00Vinte anos de LinuxNo último dia 25 de Agosto o Linux completou 20 aninhos. Existe um <a href="http://arstechnica.com/open-source/news/2011/08/march-of-the-penguin-ars-looks-back-at-20-years-of-linux.ars">artigo no Ars Technica</a> muito bem escrito e interessante sobre a história, a motivação e o resultado dessa trajetória que eu recomendo a você. Se você não conseguir ler em inglês ou estiver com preguiça o vídeo abaixo conta a história de forma lúdica e bem-humorada e tem legendas se você ativar o botão CC.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/3sKkUSRhAAU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
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Aqui eu quero falar de outra coisa. Quando o Linux nasceu, em 1991, o Windows estava em sua versão 3.0 e era (pasmem) muito pior do que é hoje (sim, é possível). E ainda que desde então o Linux não tenha incomodado muito o Windows em termos de dominância de mercado é inegável que o Linux ajudou a moldar o sistema que o Windows é hoje. Para comprovar isso basta revisar a evolução da preocupação com segurança dos engenheiros da Microsoft. O Windows 7 possui uma preocupação com a segurança e com a separação dos usuários que existe, provavelmente, para concorrer com o Linux no mercado corporativo.<br />
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A instalação do Windows também passou a ser mais modular e flexível para proporcionar aos administradores de redes instalar o sistema em lotes de máquinas com menos esforço. São pequenas coisas que talvez não estivessem no Windows se outro sistema não as oferecesse. Não estou acusando a MS de plágio, cópia nem nada disso. São inovações que tem deixado o Windows melhor para quem precisa, ou gosta, dele. São os efeitos positivos da concorrência.<br />
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Mas o Linux também ajudou a dar outras formas para outras paisagens. Ele carrega uma parcela de culpa por perdermos duas das mais inovadoras empresas da história da TI: Sun e Silicon Graphics. Ambas não souberam competir com máquinas baratas baseadas em Intel x86 rodando um clone livre (e gratuíto) de UNIX. Não faliram por culpa do Linux, mas perderam grande parte de sua receita por não conseguir inovar a tempo. Essa perda de receita pode ter sido o começo do fim.<br />
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O mercado de Unix também foi bastante afetado pelo surgimento e posterior evolução do Linux e nomes tradicionais do segmento como HP e IBM também sentiram o peso de brigar contra um sistema tão inovador no conceito e na disponibilidade. A IBM se rendeu e mesmo tendo mantido o AIX em linha aprendeu a integrar o Linux em boa parte de sua gama de ofertas. A HP foi mais resistente e não se destacou muito mais do que já tinha conseguido fazer desde o final da década de 1990.<br />
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Mas pessoalmente eu considero o Linux um dos grandes responsáveis pelo boom da TI nos anos 2000. Junto com o Apache httpd e com o MySQL o Linux deu à milhares de jovens empreendedores e suas startups ferramentas que, se licenciadas de vendedores tradicionais, custariam dezenas de milhares de dólares. Muitos dos melhores negócios da era da internet jamais teriam acontecido se seus idealizadores tivessem que pagar por licenças de Windows, IIS e Oracle. O Linux foi o primeiro sistema operacional de servidores que você poderia usar para começar seu negócio sem ter que empenhar a casa para licenciar.<br />
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Esse aspecto é fantástico porque coloca o Linux em uma galeria de ferramentas de valor amplamente disponíveis onde só estávamos acostumados a ver coisas imateriais. Você acharia absurdo ter de pagar uma licença para poder usar matemática financeira para escrever um Business Plan. Em nosso conceito a matemática é uma ferramenta que deve ser disponibilizada de graça a todos que precisam. Mas um software não. O engraçado é que para desenvolver a matemática milhares de gênios também trabalharam muito tempo para parece absurdo remunerar algum deles (ou seus acionistas) por sua valorosa contribuição.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/mfcAq260olQ?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
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O mundo de TI, com seu egoísmo e egocentrismo, tornava absurda a idéia de dar de graça algo tão poderoso como um sistema operacional Unix. E calma, eu sei que o BSD já existia desde 1977, mas ele tinha parte importante do código fechado de forma proprietária e é apenas a partir de 1991 que ele passa por iniciativas de abertura. Até hoje o Linux é mais popular que os sabores de BSD quando pensamos em software livre e pode-se dizer (em minha opinião) que boa parte da evolução do BSD também foi moldada pelo Linux. A partir da popularização do Linux nos meios acadêmicos e no mercado Unix é que fica barato iniciar uma empresa de tecnologia, pois o investimento em licenças de software fica muito baixo.<br />
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Se uma licença de AutoCad pode custar US$2.500 um sistema operacional de servidores custaria uns US$10.000. Se assim fosse quantos dos serviços que você usa hoje na web seriam viáveis. Lembre que só é possível dar espaço de graça a um blog como este aqui porque a pilha de software que roda para manter isso funcionando tem custo insignificante.<br />
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Até mesmo o mundo Mac sofreu influencias do Linux. Ao apresentar a primeira versão do Mac OS X Server em 2000 Steve Jobs fez questão de ressaltar a semelhança do kernel Darwin com o Linux em termos de características. Steve ressaltou também que era Open Source, pois naquele momento parecia que para um novo sistema dar certo ele teria que ser aberto como o Linux era. E ainda que nesse ponto a Apple tenha voltado atrás e fechado tudo é inegável que o Linux moldou parte dos conceitos que serviram como guias para o Mac OS X. A comparação com o Linux está perto dos 3 minutos do video abaixo.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Ko4V3G4NqII?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
Mas ainda há um mundo que foi alterado pelo Linux mais do que o PC. O mundo dos dispositivos móveis. Hoje um sistema baseado em Linux é o lider de vendas (ao menos nos EUA onde dados são publicados, mas acho que os dados dos EUA se repetem no resto do mundo neste mercado específico) no segmento dos smartphones. Em 1991 ninguém adivinharia que o sistema criado para operar servidores e workstations de programadores iria achar seu grande sucesso em pequenos computadores operados por baterias com minúsculas CPUs de baixo poder de processamento.<br />
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Os dispositivos aplicados também encontraram no Linux uma grande força e coisas como TVs, roteadores, modems, etc, usam Linux e são muito melhores por isso. Você pode não saber mas seu roteador provavelmente usa Linux e se não usasse ele possivelmente seria mais caro de ser produzido e você teria pago um valor maior nele. E como o Linux passou a ter papel importante na internet, seja operando um modem, seja tocando um cluster de 80mil máquinas para o Google, faz parte da vida de bilhões de pessoas todos os dias, mesmo que elas não saibam ou percebam.<br />
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E estes foram apenas os primeiros 20 anos. Parabéns Linux.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-43567300841946337652011-08-26T02:03:00.000-03:002011-08-26T02:03:16.220-03:00Quem faria bom proveito do webOS<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Prólogo</b></span><br />
O mundo da indústria de TI parece cada vez mais maluco. O PC está virando uma espécie de commodity, aquele tipo de coisa que você compra sem pensar pois sabe que precisa de qualquer jeito, como gasolina. E ainda assim apresenta vendas estagnadas. Qualquer estacionamento de esquina tem um PC funcionando. Bancos, lojas de departamentos, supermercados, aonde quer que existam filas de consumidores há dezenas de PCs. Todos conectados em rede fazendo suas tarefas de formiguinha.<br />
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Em casa todo mundo tem (ao menos) um. Pelo menos todo mundo que está acima da linha da pobreza. E no primeiro a maioria das casas tem mais de um. E fica fácil de entender porque as vendas não evoluem. Diferente da gasolina não se compra PC toda semana. E como os Sony Vaio ficaram muito parecidos com os Acer (por dentro e por fora) o consumidor começou a achar que PC é igual Miojo, não importa o sabor que está escrito na embalagem todos tem o mesmo gosto.<br />
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No mundo do PC miojo commodity o mercado (ao menos nos EUA) passou a procurar diferenciais. E ainda que fosse impossível encontrar algum PC diferente por dentro a Apple estava oferecendo PCs diferentes por fora. E bem diferentes. Não conheço alguém que ache os Macs feios e todo mundo que já pensou em gastar mais do que R$4mil em um notebook certamente estava encarando um MacBook em alguma vitrine da vida.<br />
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E a explosão de mercado dos Macs aconteceu. Sim, explosão. Nos EUA eles já são responsáveis por mais de 10% da base instalada de computadores e no mercado de notebooks com preço superior a US$999 Macs respondem por 60% das escolhas dos consumidores. Na verdade quando se fala de computadores caros praticamente só se vende Macs. Os PCs se tornaram a escolha de quem tem um orçamento apertado ou precisa de uma máquina com propósitos absolutamente genéricos. Esse movimento é tão forte que tornou a Apple o quinto maior fabricante mundial de PCs. Seria pouco não fosse o fato de que a margem por máquina vendida da Apple é seis vezes a obtida pela HP. Ou seja, a HP precisa vender 6 máquinas para conseguir o mesmo lucro que a Apple por cada PC entregue. Mas a HP não tem 60% do mercado. Isso significa que no mundo dos PCs miojo commodity quem mais ganha dinheiro é quem não transformou seu PC em miojo nem em commodity.<br />
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E por que isso é importante? Porque gerou momento e confiança para a Apple partir para o movimento da Era Pós-PC.<br />
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<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Deixando o PC para trás</b></span><br />
A Apple capturou a atenção do mercado de tal forma que sentiu confiança para criar um tablet. Ela já tinha tentado ter um PDA antes, o Newton, quando o PDA parecia ser o bicho que destronaria o PC. A Palm não deixou que as ambições da Apple se tornassem realidade. Mas a maioria das pessoas olhava para o Palm e perguntavam: pra quê preciso disso? Para nada. E ele não destronou o PC.<br />
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O tablet não era novidade, a MS já havia demonstrado dezenas de vezes um notebook sem teclado rodando Windows XP. Mas as pessoas não queriam Windows nem em seus computadores, quem diria tê-lo em ainda mais dispositivos? Não me critique, essa é a verdadeira razão pela qual o Windows não vingou em nada que não seja um PC. As pessoas não querem aquilo em seus telefones, carros, GPS, etc. E se 90% da população do planeta fosse rica era o Mac OS quem teria 90% do mercado de sistemas operacionais. O share do SO da Apple condiz com o share da população que tem grana sobrando para comprar um computador. Ou seja, se as pessoas tivessem dinheiro para escolher não usariam Windows.<br />
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Mas mesmo depois de o mercado ter recusado o conceito de tablet algumas vezes a Apple sentiu-se confortável para tentar. Os sucessos de iPod e iPhone somados à grande tração dos Macs no mercado parece ter gerado na Apple a certeza de que sua versão para um conceito perdedor seria um sucesso. E foi mesmo. O iPad é uma unanimidade e a Apple vende todas as unidades que consegue fabricar. Para o varejo isso é uma festa, quando mais iPads se compra, mais se vende. É como vender água no deserto.<br />
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A Apple sorri e diz que inaugurou a Era Pós-PC, onde as pessoas só precisam de um PC quando vão fazer algo muito complexo do ponto de vista técnico, como desenvolver uma aplicação para o iPad. E os fabricantes de PC, o que dizem dessa coisa de Era Pós-PC? Eles concordam!!! Como assim?<br />
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<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>O que não tem remédio, remediado está</b></span><br />
Os fabricantes de PC concordam que a Apple inaugurou a Era Pós-PC porque assim parece que a Apple está batendo nas empresas de equipamentos de telefonia móvel. Porque ele é um dispositivo de acesso à internet móvel. Se os fabricantes de PC quisessem que o iPad fosse classificado como um computador eles estariam em apuros porque a Apple então se tornaria a maior fabricante mundial de computadores pessoais, ou PCs. Nada mal pra quem estava falida em 1996 não? É melhor admitir que seu produto está uma geração defasado do que assumir que você não consegue competir em seu próprio campo com uma empresa que não leva o mercado corporativo a sério.<br />
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Se somarmos as vendas de Macs e iPads a Apple é a empresa que mais vende computadores no mundo. Mas a indústria do PC fez questão de dizer, ei isso não é um PC. É um legítimo representante da Era Pós-PC, portanto não é problema nosso. Quem foi tentar concorrer com o iPad? As fabricantes de celulares, obviamente. Mas elas nunca tinham feito computadores ou sistemas operacionais como poderiam fazer algo além do PC sem nunca ter feito um PC? Bom, elas não fizeram. Até agora nenhum produto foi capaz de superar o iPad. Tentaram e falharam as então gigantes do mercado de telefones RIM (BlackBerry), Motorola, Samsung e HP. HP????? O que a HP está fazendo nesta lista?<br />
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<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Comprei um par de asas, acho que posso voar!</b></span><br />
A HP adquiriu a Palm para entrar no mercado de smartphones, tablets e sistemas operacionais móveis. Por alguma razão a direção da HP achou que gastar 1,2bi de dólares para entrar em um mercado ainda mais competitivo e com ainda menores margens que o de PCs era uma grande idéia. A HP acreditou que o webOS, um brilhante SO desenvolvido sobre o Linux pela Palm para smartphones, em suas mãos poderia ser um forte concorrente no marcado dominado pelo iPad. Alguns modelos de smartphones foram lançados, sem alarde e sem sucesso, mas eram projetos da Palm e não houve motivo para preocupação. O HP TouchPad, esse sim, desenvolvido e comercializado pela propria HP é que mostraria o potencial da empresa.<br />
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A HP seguiu a mesma receita da Samsung, Motorola e RIM. Um hardware muito potente nos specs e muito fraco na prática. Em parte pela falta de cuidado no projeto, em parte pela falta de polimento no SO. Acontece que esses dois aspectos são onde a Apple brilha. Some a isso a escassez de aplicativos no momento do lançamento e você tem tablets que ninguém quer. Mas tem mais. Venda esses tablets pelo mesmo preço que o iPad. Aliás, não venda, porque eles não serão levados para casa por ninguém. Apenas um mês no mercado foi o bastante para que a HP percebesse o óbvio. Que não basta um rostinho bonito para concorrer com o iPad. É necessário um ou dois anos de projeto cuidadoso, elevado ao extremo em cada detalhe, para produzir um dispositivo ímpar. E depois vendê-lo tão barato a ponto de sangrar o caixa da empresa. Ninguém (nem a IBM) fez isso contra o Windows. Ninguém (nem a Microsoft) fará contra o iPad.<br />
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Ter um produto que venda mais que o iPad é algo tão difícil de executar (e tão perigoso) que nenhum CEO em sã consciência vai tentar convencer sua empresa a fazer. Seria preciso um CEO tão demente quanto o Steve Jobs com uma empresa tão fanática por seu lider quanto a Apple para criar um produto que concorresse com o iPad. Não vai acontecer. É uma verdade que a HP percebeu, que a RIM vai perceber em breve, que o Google vai perceber com a Motorola (mas não vai admitir nunca) e como a Samsung vai fingir não ter percebido. O iPad é o Windows da Era Pós-PC e, como tal, terá 90% do seu mercado até que o mercado decida que quer outro conceito. A diferença é que não vai durar tanto tempo. O reinado do iPad será mais breve mas tão absolutista quanto o do Windows.<br />
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<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Aos vencidos, as batatas</b></span><br />
Ao perceber a eminência do xeque-mate a HP fez o óbvio. Enfiou a mão no tabuleiro e acabou com o jogo. Com um mês de mercado o TouchPad foi descontinuado. A HP aproveitou para aposentar também o webOS descontinuando o desenvolvimento de qualquer dispositivo móvel que pudesse usá-lo. E de brinde ainda falou que vai transformar sua divisão de PCs em uma empresa separada e tentar vendê-la a <span class="Apple-style-span" style="text-decoration: line-through;">algum idiota</span> outra empresa interessada em produzir <span class="Apple-style-span" style="text-decoration: line-through;">porcarias baratas</span> PCs para para empresas e consumidores. No melhor estilo "se não pode vencê-lo pegue a bola e vá embora" a HP deixa de concorrer com a Apple focando em serviços a empresas, segmento onde a maçã não atua.<br />
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A HP ressaltou que considera a hipótese de licenciar o webOS para terceiros, assim as empresas que se sentirem incomodadas com a compra da Motorola Mobility pelo Google podem usar o webOS como alternativa ao Android e ao Windows Phone 7, 8, 9...?<br />
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Isso é uma pena, porque eu acho que o webOS é a única alternativa viável ao iOS se o Google continuar mantendo o Android 3 fechado. O webOS não vai conseguir sair da casca em mais essa aventura. Porque seus concorrentes tem uma coisa que o pobre webOS não tem: um pai (ou mãe) disposto a gastar dinheiro para ver o filhote feliz. Google e Microsoft são enfiar as mãos nos bolsos e ajudar as empresas a subsidiar os custos de smartphones e tablets com Android e WP, para concorrer com o iOS. A HP, ao contrário, vai tentar cobrar para que incluam seu webOS na jogada. Não vai dar certo.<br />
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<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>À alguém isto pode ser útil</b></span><br />
Mas (e sempre tem um "mas") uma empresa pode usar o webOS para suas alimentar suas ambições. E pode até querer pagar por isso. Essa empresa tem como mascote um lagarto vermelho e é conhecida por uma raposa flamejante e há pouco tempo atrás anunciou que planeja desenvolver uma API que funcione via web e que gostaria até mesmo de ter seu próprio sistema operacional para smartphones. Acertou quem aí gritou Mozilla!<br />
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Eu aposto que neste momento tem alguém na Mozilla considerando licenciar o webOS para torná-lo o sistema operacional móvel da empresa. Isso faria sentido pois além do webOS estar quase pronto para o mercado ele pode ser adaptado para ser uma API que funciona sobre outros sistemas operacionais e permitiria à Mozilla criar um ambiente universal para rodar suas Apps com uma interface consistente e uniforme em vários tablets, smartphones e até nos PCs.<br />
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Como a Mozilla já anunciou a intenção de ter ambas peças, um sistema e uma API, ela poderia chegar a um acordo com a HP para usar o webOS. Poderiam dividir a receita com a venda de Apps e publicidade na plataforma. A HP poderia rentabilizar o capital já gasto com a aquisição do webOS e a Mozilla acharia uma alternativa à única fonte de receita que tem que é a pesquisa em seu navegador para PCs. Seria bom pra todo mundo e o webOS sairia vivo.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-15591141905676044602010-11-29T22:44:00.002-02:002010-11-29T23:01:20.843-02:00Porque devemos tirar a Web das mãos da ICANNHá muito tempo eu escrevi um <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2005/12/pra-que-mudar-internet.html">artigo aqui falando sobre as razões pelas quais deveríamos retirar o controle da web das mãos da ICANN</a>. A repercussão foi boa na época mas o debate, que então também estava presente em outros sites, mostrava que muitas pessoas eram contra a atitude de mexer no que funcionava. Hoje eu escrevo particularmente para aquelas pessoas que defendiam manter o controle da web centralizado na ICANN. Vocês estavam errados!<br /><br />Nesta semana a <a href="http://www.osnews.com/story/24074/US_Government_Censors_70_Websites">ICANN, a pedido do governo dos EUA, censurou cerca de 70 endereços sob a alegação de que eles incentivam a pirataria</a>. Não vejo problema nisso, desde que as proibições deles restringissem apenas os direitos de cidadãos dos EUA. Mas se você ligou os fios percebeu que uma restrição nos TLDs da ICANN afetam a internet como um todo.<br /><br />Ou seja, por conta de alguma lei dos EUA o resto do mundo, e isso inclui você e eu, não pode acessar determinado conteúdo. Isso é censura. E censura, seja chinesa seja estado-unidense, me enoja. Se você não vê problema nisso não serve para morar no mesmo país que eu. Faça seu passaporte e vá morar lá. E não se esqueça que no aeroporto haverá um scanner corporal que vai vistoriar sua genitália.<br /><br />Demorou 5 anos, e eu odeio quando o tempo me prova certo, mas tenho mais um motivo para afirmar que o controle da internet deve ir para um conselho formado por, no mínimo, membros indicados pelo G20. Apenas para que a alucinação coletiva de uma sociedade, patrocinada pelos burocratas da mídia, deixe de ser enfiada goela abaixo (ou rabo acima no caso chinês) de gente como eu, que não tem nada a ver com os idiotas religiosos de direita puritanos dos EUA.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-323652348564778332010-11-15T22:18:00.002-02:002010-11-15T22:22:14.757-02:00Novo blog sobre Todo o RestoAmigos, inicio hoje um novo projeto pessoal. É o blog <a href="http://todo-o-resto.blogspot.com/">Todo o Resto</a> onde falarei sobre o que não é software livre. O primeiro artigo chama-se <a href="http://todo-o-resto.blogspot.com/2010/11/o-mito-do-apagao-de-talentos.html">O Mito do Apagão de Talentos</a> e convido todos aqueles que apreciam o tom editorial do Livre Acesso à visitar o novo blog, adicioná-lo à sua leitura semanal, linkarem, usarem o conteúdo (referenciando a fonte, por favor) e falarem aos amigos na rua, no twitter e em outros lugares.<br /><br />Um abraço.<br />Fábio Luiz (Falcon_Dark)Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-82403593617963667792010-11-10T00:54:00.002-02:002010-11-10T01:28:53.970-02:00Um novo servidor gráfico é o caminhoEu não gostaria de ficar muito auto-referente aqui, mas ultimamente tem sido um pouco difícil de evitar. Há apenas 10 dias eu <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2010/11/o-novo-destino-do-ubuntu.html">fiz alguns elogios à decisão da Canonical</a> de adotar uma nova interface, desenvolvida por ela própria, para o Ubuntu. Isso é um grande acerto por vários motivos que deixo que você explore no texto de referência e no resto deste blog.<br /><br />Mas a Canonical voltou a me surpreender (positivamente) com um novo anúncio de Mark Shuttleworth de que o Ubuntu vai, a longo prazo, <a href="http://br-linux.org/2010/ubuntu-comeca-a-migrar-do-x-window-para-o-wayland/">abandonar o X Window System pelo Wayland</a>. O X Server possui muitas características que outros servidores gráficos mais populares não possuem, é verdade, mas sua idade e falta de suporte à tecnologias mais modernas significa uma coisa: performance pobre.<br /><br />O kernel Linux tem evoluído muito nos últimos anos para incluir funcionalidades importantes para o uso de desktops modernos de 64bits. Assim como o kernel os gerenciadores e ambientes gráficos precisaram de muito trabalho para receber efeitos 3D e assim acompanhar a evolução dos sistemas concorrentes. Entretanto o X Server, que faz a ponte entre esses dois mundos, permanece o mesmo há anos. E ainda que tenha recebido adaptações para funcionar com drivers de vídeo mais modernos é evidente que sua idade significa um obstáculo à sua missão de brigar contra Windows e Mac OS X.<br /><br />Se formos falar em dispositivos móveis então... não é possível nem pensar em levar o X Server para algo que funcione como dispositívo móvel (smartphones e tablets). Ainda que o sistema gráfico do Android seja bastante lento na performance de vídeo pura o Xorg conta com uma miríade de funções que trariam um smartphone abaixo. Fica óbvio que, ao pensarmos no futuro dos desktops, precisamos de um servidor gráfico mais moderno, enxuto, simples de manter e com mais performance.<br /><br />Como o Ubuntu está focado no desktop e não quer dar desculpas do tipo "o market share não importa" precisa pensar em substituir o X Server se quiser brigar com a próxima geração de sistemas operacionais para desktop. Segundo as visões de Apple e Microsoft o desktop vai convergir para o móvel. Segundo Jobs a maioria das pessoas vai ler e-mails e trocar mensagens em smartphones e tablets e apenas poucos usuários precisarão de notebooks ou máquinas desktop completas. Para qualquer distro Linux que tenha ambição de ser grande olhar para essa possibilidade é essencial. Daí a necessidade de substituir o X Server e a pesada interface cheia de texto do Gnome-SHELL.<br /><br />Vamos ouvir falar cada vez mais do Ubuntu e cada vez menos das outras distros, ao menos no desktop dos usuários. Nos servidores, que não precisam de interfaces ou servidores gráficos, as outras distros terão boas chances pois mantém o foco em inovar no que importa: serviços, performance e confiabilidade. Mas apenas isso não vai conquistar as pessoas que usam computadores no dia a dia. E já que Mac Os e Windows ficam a cada versão mais estáveis algo mais que isso é necessário.<br /><br />É necessário ter uma interface inovadora, com personalidade, e também bonita. E seria ótimo se ela também fosse rápida, leve, estável e fácil de configurar. A Canonical está sendo corajosa em suas decisões e está, em minha opinião, no caminho certo.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-2067961931927049242010-11-02T19:06:00.002-02:002010-11-02T19:16:01.628-02:00Compatibilidade do IE9 surpreendeO <a href="http://test.w3.org/html/tests/reporting/report.htm">W3C fez testes de compatibilidade HTML5</a> com as versões de teste mais recentes dos maiores navegadores e <a href="http://www.osnews.com/story/23984/W3C_IE9_Most_Compliant_with_HTML5">surpreendeu a todos com o resultado</a>. Os navegadores testados foram:<br />Internet Explorer Platform Preview 6<br />Google Chrome 7.0.517.41 beta<br />Firefox 4 Beta 6<br />Opera 11.00 alpha (build 1029)<br />Safari Version 5.0.2 (6533.18.5)<br /><br />Após vários testes de vários itens que compõe o padrão HTML5 o W3C identificou que, dentre as versões testadas, o navegador mais compatível é o IE9. A informação pegou muita gente de surpresa e alguns usuários protestaram contra os testes, a metodologia ou até a performance. Eles talvez não protestassem se o resultado fosse favorável ao Chrome ou ao Firefox. Mas o fato de que o IE9 será um navegador bastante aderente aos padrões da web <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2010/06/como-microsoft-vai-construir-o.html">já era previsto até por mim</a>. Quem se espantou com essa não está acompanhando de perto o mercado de navegadores.<br /><br />Isso mostra que, quando quer, a MS pode produzir software com bastante qualidade. O que me faz concluir que o trabalho medíocre apresentado nas versões anteriores do IE e do Windows foi proposital, seja por não ter concorrentes, seja por achar que o mercado não exigiria (e de fato não o fez) software com mais qualidade.<br /><br />De toda forma, um IE9 compatível, bem escrito e superior aos concorrentes é ótimo para o mercado e eleva o nível contra o qual os outros navegadores terão que se comparar. Acorda Mozilla!Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-15514432251010867172010-11-01T21:27:00.003-02:002010-11-01T21:41:39.082-02:00O novo destino do UbuntuHá bastante tempo defendo que a comunidade que desenvolve e suporta o GNU/Linux tem errado no tocante à sua estratégia para fazer o sistema crescer no desktop. Sempre que se critica a participação do Linux no desktop (por ser pequena para o que se esperaria) surgem vários usuários defendendo que a participação de mercado não é importante. Eles esquecem que, mesmo para empresas que usam o Linux como solução para servidores, a participação do Linux no mercado de sistemas desktop é importante sim.<br /><br />RedHat, IBM, Novell e outras empresas que têm suportado o Linux em ambientes corporativos e em servidores poderiam se beneficiar muito de um Linux mais “competente” no mercado do Windows, e sabem disso. Seja pelo fato de que poderiam vender soluções mais completas aos seus clientes, seja porque gastariam menos tempo se preocupando que suas soluções suportem o Windows. A Canonical, que faz o já famoso Ubuntu, conseguiu desfrutar mais diretamente de uma participação maior de mercado do Linux no desktop.<br /><br /><a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2010/10/em-servidores-e-celulares-apenas.html">Comentei anteriormente</a> sobre como o Mac OS atingiu o que o Linux almeja há muito tempo e as razões pelas quais eu penso que isso tenha ocorrido. O Mac OS começa a incomodar o Windows e já atrai atenção de empresas que só faziam software para o sistema da Microsoft, enquanto o Linux... nada. Além do mérito do Mac OS que tem sido o grande destino dos usuários que abandonam o Windows, suplantando as expectativas da comunidade de software livre, <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2010/05/falta-de-tracao-do-linux-no-desktop.html">o Linux possui muitas deficiências em sua estratégia</a>. E elas estão visíveis aos usuários que desistem do Windows e buscam outro sistema. Os que podem pagar o preço mudam para Mac, os que não podem preferem o conformismo à enfrentar as deficiências do sistema do pinguim. Note que elas não são técnicas em geral, mas sim práticas.<br /><br />Para corrigir os problemas práticos e de usabilidade muitas soluções são possíveis e eu propus uma das mais radicais: <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2009/02/o-hardware-definitivo.html">ter um hardware próprio para Linux e concentrar os esforços apenas nesse hardware certificado</a>. Esses links estão aqui pois servem de apoio à essas idéias. Se você é um leitor frequente do Livre Acesso já deve conhecer esses artigos, mas se chegou agora eles podem defender minhas idéias e por isso não trilharei esse caminho novamente.<br /><br />Como era de se esperar, cada vez que falo essas coisas, alguns usuários comentam os artigos e ressaltam como eu estou errado. Mas aparentemente muita gente grande no mundo do software livre concorda, ao menos em parte, comigo.<br /><br />Semana passada a Canonical anunciou que o Gnome não será a GUI padrão na próxima versão do Ubuntu e que adotará sua própria visão de como uma interface deve ser, a Unity. O <a href="http://br-linux.org/2010/ubuntu-11-04-trocara-gnome-por-unity-ate-nos-desktops/">Ubuntu 11.04 vai ser instalado com a Unity</a>, interface criada para netbooks mas que será adaptada ao uso desktop.<br /><br />E por que isso significa que Mark Shuttleworth concorda comigo? Porque a visão da Canonical, assim como a minha, sobre o que a interface de um sistema deve ser discorda da visão do Gnome. O Gnome nasceu inspirado na interface do antigo Mac OS (antes de existir um Dock e o Spotlight) e não mudou muito nos últimos anos. O KDE nasceu baseado na interface do Windows e, apesar de ter evoluído bastante, mantém a mesma premissa básica da interface que o inspirou: uma barra onde os botões das aplicações abertas aparecem.<br /><br />Para a Canonical inspirar-se no Mac ou no Windows não é o bastante. Não quando você quer ser relevante. Critico bastante a Canonical por sua pouca contribuição ao Gnome nos últimos anos. Em sendo o Linux mais presente no desktop ele deveria dar o exemplo, afinal muitos usuários vão conhecer o software livre pelos olhos de um Ubuntu. Se não compreenderem, a partir de seu próprio sistema, o que é contribuir para software livre vão perder o lado filosófico do que está sendo feito (e é o lado mais importante).<br /><br />A incapacidade de contribuir (por diversos motivos) com o Gnome fez a Canonical trilhar seu próprio caminho. E quando a Canonical descobriu que teria que fazer sua GUI sem participar do Gnome decidiu redesenhá-la. O resultado é a adoção da GUI Unity.<br /><br />O Unity é a visão da Canonical sobre como uma interface de netbook deveria ser. Netbooks têm telas pequenas e pouco espaço. Suas interfaces precisam ser econômicas e simples. A Canonical pensou a Unity para atingir esses objetivos e concorrer com o Windows XP no mercado de netbooks. E agora vai trocar o Gnome por uma versão da Unity adaptada à telas maiores. Vou deixar para falar sobre o porque o Ubuntu com Unity não destronou o Windows XP nos netbooks nos comentários deste artigo pois sei que é um argumento óbvio.<br /><br />Vejo isso como algo totalmente positivo para o Linux. A distribuição mais bem-sucedida no mundo desktop vai inovar e criar algo diferente. É uma chance genuína de surpreender os usuários do mundo todo com algo inovador, exatamente o que todo mundo espera de alguém que se diz alternativa ao que está estabelecido.<br /><br />Eu não sei como a Unity vai ser quando o Ubuntu 11.04 chegar. Mas acho que a Canonical está de parabéns pela atitude. Que sirva de inspiração para KDE, Gnome e outras distribuições. Meu palpite é que a participação de mercado do Ubuntu deve crescer com esse movimento, mostrado que algo totalmente diferente é o que os usuários estão procurando.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-31298121181536598772010-10-20T01:13:00.002-02:002010-10-20T01:23:03.368-02:00Em servidores e celulares apenas<span style="color:#000000;"><span style="font-family:Arial, sans-serif;"><span style="font-size:100%;">O Linux foi criado para ser usado em computadores desktop, em máquinas x86 mais precisamente. Linus queria um UNIX que rodasse no PC que tinha em casa para que ele pudesse trabalhar fora da faculdade. Linus sabia que não conseguiria criar o sistema sozinho e pediu ajuda, criando aquele que seria o software livre mais famoso da história, ao menos entre o público de TI.<br /><br />Mas algo ocorreu entre 1991 e 2010 que impediu que o Linux cumprisse a missão para a qual foi criado, que seria a de se disseminar pelo desktop como uma alternativa aos sistemas proprietários e pagos. O Linux cravou os pés com muita força no mercado de servidores varrendo do mapa os sistemas UNIX e seus likes, mas não impediu o avanço dos servidores Windows. E não fez muito mais que isso, ficando praticamente estagnado na última década no mercado desktop, enquanto assistiu a consolidação do Windows e a ressurreição do Mac OS X, hoje o melhor sistema UNIX para o usuário doméstico.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Sem sobrenome</span><br />Não estou sendo completamente justo. O Google tomou para si uma versão do Linux e deu à luz o seu Android Linux. Ops, digo Android. O Google percebeu, como a Canonical e a turma do Fedora e do Debian, que usar o sobrenome Linux é o primeiro passo para que as coisas dêem errado. Essa é a primeira razão pela qual os sistemas que o Google tem feito para integrar seus gadgets à nuvem são baseados em Linux mas não contam isso para todo mundo.<br /><br />Não chamar o Android de Android Linux era fundamental para que o público aceitasse o sistema que agora equipa milhares de novos smartphones todos os dias. Tenho a impressão de que o nome Linux está, para o usuário “leigo”, carregado de tanto karma quanto o próprio Windows. E não é um karma muito bom. Os netbooks da Asus, os PCs de baixo custo da HP, Dell, etc que são equipados com distribuições Linux de qualidade duvidosa e que são instantaneamente substituídos por cópias piratas do XP fixaram a imagem de um sistema complicado de mexer e que simplesmente não funciona. O dano agora está feito.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Rejeição natural</span><br />Basta citar a palavra Linux em um círculo de pessoas que usam computadores e você tem 3 reações bem definidas: os nerds sorriem e elogiam, os leigos não sabem do que se trata e fazem cara de paisagem e os médios fazem careta e dizem que é difícil de mexer. Temos que aceitar que o Linux não vai conquistar mais usuários do que já tem pois ele já é usado por todos aqueles que poderiam usá-lo. O Windows tornou-se bom o bastante para que aqueles que não usam o computador profissionalmente possam tolerá-lo (ele funciona por 10 horas a fio sem travar e não dá tela azul quando conectamos o scanner ou uma máquina digital, é o que basta!). Dentre aqueles que usam o PC profissionalmente existem aqueles que podem usar Linux e aqueles que não podem, por não haver aplicativos, por não ser possível por políticas da empresa, etc. Minha esposa não usaria Linux se eu não a obrigasse portanto ela nunca trocaria o Windows pelo Linux não importa o quão melhor o sistema do pinguim fosse.<br /><br />Por conta disso o Linux não vai crescer mais. É isso aí, aceite se quiser. O Mac OS X, ao contrário, está experimentando seus dias de glória. Já chegou a 10% do mercado nos EUA e cresce muito no Brasil devendo ter uma participação significativa em breve. Softwares tradicionais de Windows, como o Autodesk AutoCad e jogos, como vários títulos da Valve, estão ganhando versões para Mac comprovando a ascensão do sistema da maçã. E esses softwares continuam ignorando o Linux. O Mac OS X cresce tanto por duas razões fundamentais: é um sistema bom o bastante (ele funciona por 10 horas a fio sem travar e não dá tela azul quando conectamos o scanner ou uma máquina digital, é o que basta!) para o usuário médio e é bem diferente do Windows. Diferente o bastante para ser visto como alternativa legítima e não apenas “mais do mesmo”. Já <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2010/05/falta-de-tracao-do-linux-no-desktop.html">falei bastante sobre isso e não mudei minha opinião desde então</a>.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Quem é igual perde para quem é diferente</span><br />Basicamente o Linux se esforça muito para mimetizar o Windows em vários aspectos e isso faz com que o usuário que quer sair do SO da Microsoft não veja no Linux uma alternativa, mas algo mais parecido com um clone. A primeira impressão do usuário leigo é que trata-se de uma cópia, como aqueles iPods da Pony que encontramos nos camelôs. Você sabe como eles se sentem em relação à isso: não deve ser bom como o original.<br /><br />Voltando ao Mac vemos que ele têm se popularizado por ser uma alternativa diferente do Windows. Some isso ao fato de os Macs serem PCs idênticos a todos os outros por dentro e poderem, com o advento do BootCamp, rodar Windows nativamente e você tem um concorrente de peso.<br /><br />Usuários recém-chegados ao Mac adoram o fato de ele não ter um System Tray onde todos os programas tentam enfiar um ícone, mesmo que ele o tenha. Aqui o trunfo do Mac é esconder isso de forma tão competente que a maioria dos usuários sequer sabe que está lá. Eles também apreciam muito o fato como o Dock muda o relacionamento do usuário com o sistema. Pessoalmente acho que, depois de usar o Dock por 6 meses, qualquer usuário de Windows jamais conseguiria ver a barra de tarefas novamente. A consistência visual do Mac também é uma grande evolução e todos os usuários de Windows elogiam muito os ícones e menus do sistema.<br /><br />O problema do Linux é fácil de notar quando se pensa seriamente sobre tudo isso. Abra qualquer distribuição de Linux com o ambiente que você desejar. Ele será parecido com o Windows ou com o Mac. Os widgets do Ubuntu 10.04 são inspirados nos do Mac, mas uma rápida configuração podem deixá-los no estilo Windows. São exemplos bobos, mas todo o resto de um Linux é assim, copia o Windows ou o Mac. Uma distribuição Linux só adquire personalidade depois de bastante configurada por seu usuário. Você pode achar isso maravilhoso e é por isso mesmo que você usa Linux. Os outros 99% dos usuários domésticos do mundo acham isso terrível pois para eles é complexo demais dar personalidade à um sistema que nasceu imitando outro sistema.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Vantagem móvel</span><br />É irônico ver um sistema criado para desktops há quase 20 anos conseguir seu único triunfo mercadológico operando celulares. Na pele do Android o Linux consegue ser, pela primeira vez em sua história, lider de vendas. E em breve será lider em participação de mercado. Por favor, não contem ao Android que no mercado onde ele está sagrando-se vencedor a Microsoft está sem calças, ou que seu principal concorrente não tinha multi-tarefa até poucos meses atrás. Deixem ele aproveitar sua liderança, ele merece.<br /><br />Eu estava usando meu Samsung Galaxy e pensando comigo como o Linux funciona bem em smartphones. E observando todos os Linux que tenho ao meu redor (um Mandriva, um Debian, um Ubuntu e um Fedora só em casa) notei como ele é deficiente em diversos aspectos de usabilidade em um computador convencional. Não admira que o Chrome OS esteja demorando tanto a ficar pronto. A turma do Google deve estar mesmo suando a camisa para criar uma experiência de uso parecida com a do iPad sobre uma plataforma que se importa tão pouco com o usuário como o Linux no desktop.<br /><br />Meu Galaxy tem pouca memória RAM se comparado com meu notebook mas o Linux parece preferir rodar no celular. As animações são mais naturais e consistentes. Os menus transparentes renderizam mais rápido. Os aplicativos abrem com uma prontidão admirável. Sinceramente, 15 minutos bastam para perceber que o Android está vencendo o iOS com muita folga. E bastam também para perceber que o Android é um sistema que atende melhor o seu propósito do que as distribuições desktop.<br /><br />Não é difícil estimar que o futuro do Linux no mundo móvel é mais promissor que no desktop. Adivinhar as razões para isso é o grande exercício.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Peças em seus lugares</span><br />Comentei com um grande amigo, desenvolvedor Java profissional, que no momento em que me encontro coloco o Mac OS X no meu desktop como sistema de preferência, o Linux no servidor e no telefone e o Windows na lata do lixo. Risos à parte o fato de o Linux ter lugar no servidor e no celular precisa ser olhado com atenção.<br /><br />Como um sistema consegue operar servidores e celulares mas não vai bem em desktops? Do ponto de vista da experiência do usuário as distribuições Linux tem feito um trabalho apenas regular. Os efeitos 3D levaram anos para chegar ao desktop e com uma performance tão apagada que nem o Windows Vista conseguiu ajudar o Linux. Ainda não temos uma estrutura de configurações de sistema que todos os programas possam usar, o que faz com que cada programa coloque suas configurações em um lugar diferente e de um jeito diferente. Não há um kit de desenvolvimento de drivers de dispositivo e isso abre espaço para que cada fabricante de cada tipo de dispositivo possa fazer o que quiser ou tenha que fazer muitas coisas sozinho, o que é ainda pior. Para configurar um sistema completo, seu visual e interface, aplicações e configurações de dispositivos você precisa ser muito entendido e paciente. Para a maioria dos usuários desktop isso dá mais trabalho do que os problemas dos outros sistemas e isso vira um problema para o Linux.<br /><br />Mais ainda, sair de casa e comprar um PC Windows ou um Mac é fácil. Você escolhe o que o computador precisa ter e ponto. Se você for usar seu notebook com Linux vai precisar pesquisar antes para saber o que vai funcionar bem e o que vai dar problema. É praticamente impossível achar um notebook onde tudo funcione como deveria, é quase certo que alguma coisa ficará de fora, alguma coisa pequena provavelmente, pequena e irritante. Se o notebook for um modelo topo de linha, provavelmente isso será ainda pior.<br /><br />As distribuições falharam em viabilizar um sistema de certificação de compatibilidade de hardware eficiente e isso atrapalhou ainda mais o avanço do Linux no desktop. Em contrapartida o Android é entregue pelo Google com uma lista de requisitos que o hardware precisa ter. Há uma especificação para que o fabricante possa dizer que seu celular é compatível com uma dada versão do sistema móvel. Ao sair de casa para comprar um smartphone com Android você só precisa saber qual modelo quer, ele vai funcionar.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Jogos, dólares e contratos</span><br />O Google conseguiu montar um modelo de distribuição de aplicativos para o Android que permitiu a rentabilização do desenvolvimento de aplicativos. O Android Market abriu um canal para que empresas e desenvolvedores autônomos disponibilizem seus programas, e combrem por eles. Com isso vários aplicativos úties, inúteis e, principalmente, jogos apareceram. O modelo é o mesmo da App Store da Apple. Por que nenhuma distribuição Linux pensou nisso?<br /><br />O Android Market é menos restritivo que o App Store e isso permitiu que alguns softwares maliciosos aparecessem. Mas eles não serão problema, visto que não o foram para o Windows indicando que o usuário típico não vê nisso um impedimento para adotar a plataforma. A velocidade com a qual aplicativos para Android aparecem contrasta com o mundo Linux ondem aplicativos levam anos para sair da fase Beta enquanto amadurecem calmamente suas funcionalidades, todas criadas para substituir suas análogas do mundo Windows. Lembre-se de quantas vezes você leu em fóruns na web <span style="font-style: italic;">“alguém conhece um aplicativo que seja como o xpto do Windows?”</span>.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Herança bendita</span><br />O Google conseguiu fazer o Android herdar vários aspectos positivos do Linux sem trazer junto seus aspectos negativos. A performance do sistema é boa e melhora a cada versão, as aplicações são instaladas na forma de pacotes, algo muito simples para o mundo móvel mas que já existia no Linux. Ele funciona muito bem em ambientes com pouca memória. Conecta-se à rede de forma muito consistente, fundamental para um telefone.<br /><br />O Linux, por sua vez, tem a mania de apresentar ao usuário dezenas de menus de configuração com dezenas de itens para configurar. Quem já abriu as configurações do Compiz sabe do que eu estou falando. Acho que nem mesmo os programadores daquilo conseguem saber para que serve tantas configurações. Programadores possuem o hábito de achar que os usuários entenderão seus programas (e suas configurações) tão bem quanto eles próprios e isso está claro ao longo de várias partes do Linux.<br /><br />O Google tem a seu favor ser a primeira empresa que faz uma distribuição Linux tendo o ponto de vista do usuário como prioritário. É um pouco injusto com as outras distribuições colocar as coisas desta forma mas olhando para como o Android se comporta me parece que nas próximas versões todas as distros deveriam pensar em como seriam se o usuário não tivesse um teclado no computador.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Futuro sem futuro</span><br />Parece claro que o futuro da computação é móvel. Steve Jobs já chegou a afirmar que no futuro apenas aqueles que precisarem trabalhar ou escrever usarão um computador. Todos os outros usarão dispositivos móveis. Se isso for mesmo verdade então o futuro do Linux se parece muito mais com o Android do que com o Ubuntu. E isso é uma coisa boa, porque o Android está indo melhor do que o Ubuntu em seus mercados.<br /><br />O que as distribuições focadas no desktop poderiam fazer é observar o iOS, Android e ChromeOS em busca de lições sobre o que funciona para o usuário e aprenderem com a prática. Talvez com isso, aplicando alguns dos conceitos da computação móvel e deixando de ter o Windows como exemplo, o Linux consiga modificar suas perspectivas de curto prazo no mercado desktop. Do contrário, além de migrar para o mundo móvel onde o Linux pode manter certa vantagem com o Android, o usuário pode acabar escolhendo o Mac OS ou o Windows para trabalhar e escrever e relegue o Linux aos seus celulares e servidores.<br /><br /></span></span></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-762479950960907552010-09-03T15:56:00.004-03:002010-09-03T17:57:20.219-03:00Porque estou abandonando o Google ChromeO <a href="http://www.google.com.br/chrome">Google Chrome</a> foi uma excelente idéia. Foi uma brisa fresca no mercado de navegadores que insiste em ignorar o Opera. Dividiu o navegador em processos, um para cada aba aberta, ótimo para sistemas com vários processadores (reais ou virtuais). Copiou muitas coisas dos outros, verdade. Mas principalmente foi a primeira vez que um navegador foi abordado pela ótica da performance. Sem o Google Chrome ainda estaríamos executando JavaScript umas 6 vezes mais devagar do que hoje.<br /><br />Faz todo sentido para o Google ter um navegador próprio, com a ambição de tornar o Sistema Operacional obsoleto e levar o usuário para a "nuvem". Não dá para confirar em terceiros para administrar a parte mais importante da infra-estrutura de sua visão de futuro: o navegador. E o Google tomou isso nas mãos e, críticas a parte, o fez com brilhantismo.<br /><br />Em uma máquina com 8GB de RAM, onde tudo roda bem, o Chrome é muito mais rápido que os concorrentes. É visível e não preciso de benchmarks para perceber. Em meus sistemas Linux e Mac ele tomou o lugar do Firefox assim que ficou disponível. A cada nova versão ele era baixado, atualizado e usado com muita satisfação. Até ontem.<br /><br />Ontem eu decidir voltar a usar o Firefox como navegador padrão. A razão é muito simples, de fato tão simples que pode até parecer infantil. O Google Chrome 6, lançado em 02 de Setembro de 2010, alterou a forma de mostrar o endereço de navegação e ocultou o prefixo "http://" desrespeitando um padrão da Web. Eu sempre critiquei muito o Internet Explorer por desrespeitar os padrões e querer empurrar sua forma de fazer as coisas sobre os usuários e ontem o Google Chrome fez o mesmo. Minha reação é simples, usar outro produto, que seja compatível com os padrões estabelecidos para a Web.<br /><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSKS-Bf97XUhSo8RmPDuL8AOOlqDZykYDDqL8o6lG4RyhasUANaNCdHqXXrarDveYbSSYfgKxSf-otSictEPD6eyDqfgyviWoMNFwJK2czcV05hjVOcMPBY9sTRY-WjZVN82Jb/s1600/chrome6.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 250px; height: 80px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSKS-Bf97XUhSo8RmPDuL8AOOlqDZykYDDqL8o6lG4RyhasUANaNCdHqXXrarDveYbSSYfgKxSf-otSictEPD6eyDqfgyviWoMNFwJK2czcV05hjVOcMPBY9sTRY-WjZVN82Jb/s400/chrome6.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5512769990599995522" border="0" /></a><span style="font-size:85%;">Google Chrome 6 exibindo uma URL sem o cabeçalho http://</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size:85%;"><br /></span></div>Antes que você possa achar que estou fazendo tempestade em copo d'água vários fatores, todos eles ligados à essa singela modificação, podem ser apontados para mostrar que fazer isso é uma péssima idéia. Como toda péssima idéia ela merece reprovação e minha forma de demonstar isso ao Google é não usar seu produto. Além, é claro, de escrever esse artigo buscando fazer você concordar que não devemos usar produtos que desrespeitem padões estabelecidos de mercado.<br /><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTwd-hrRGryXl-dHWX4bEkj6gPtXUcfN4kuQlMZWCQgurNJIgmnSMr6u8ev8YrLrf7w4N-RcRZdeIU65Ax3eyAWmb29A0NrqcFEFC_0riMFdsItB1Z7cYpjV-sM2GH8-3t0Ile/s1600/firefox3.6.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 250px; height: 80px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTwd-hrRGryXl-dHWX4bEkj6gPtXUcfN4kuQlMZWCQgurNJIgmnSMr6u8ev8YrLrf7w4N-RcRZdeIU65Ax3eyAWmb29A0NrqcFEFC_0riMFdsItB1Z7cYpjV-sM2GH8-3t0Ile/s400/firefox3.6.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5512772350984904514" border="0" /></a><span style="font-size:85%;">Mozilla Firefox 3.6 exibindo a mesma URL mas atendendo aos padrões W3C</span><br /></div><br />1- Desrespeito ao padrão W3C<br />O World Wide Web Consortium é uma entidade encarregada de definir padrões para a Internet. Padrões são importantes para que eu possa, com meu navegador, acessar um site que você tenha feito e hospedado em um provedor de serviços sem que tenhamos que discutir que modelos de dados e comunicação usar. A internet só existe porque exsitem padrões abertos e implementáveis de todas as tecnologias usadas.<br /><br />O W3C definiu o padrão HTTP1.1 e especificou que todas as solicitações web devem ser feitas com o prefixo http://. Ainda que a ocultação do prefixo na apresentação do usuário não constitua uma desobediência ao padrão ela fere o estabelecido na <a href="http://www.apps.ietf.org/rfc/rfc3986.html">RFC 3986</a> que afirma que, para sintaxe, o prefixo (chamado URI) não deve ser ocultado. Imagine se a Cisco decidisse que seus roteadores não vão mais transmitir requisições com o http:// como prefixo? Ainda que o prefixo estejá lá no Google Chrome sua simples omissão causa transtornos que veremos adiante.<br /><br />O que deve ficar claro é: existe um padrão que deve ser seguido. Se o Google discorda do padrão deveria submeter seus argumentos para uma avaliação e aguardar que o padrão mudasse. Em lugar disso decidiu criar uma forma nova de exibir endereços web que são regidos por uma norma. Isso é ruim para todos que usam a internet.<br /><br />2- Falta de bom senso.<br />Quando o primeiro build do Chrome com a nova "funcionalidade" foi disponibilizado vários beta-testers perceberam que faltava o http:// à frente do endereço. Imediatamente dezenas de bug reports foram feitos relatando o erro. Na lista de desenvolvimento do Chrome os desenvolvedores começaram a <a href="http://code.google.com/p/chromium/issues/detail?id=41467">tentar convencer os testadores que o problema era na verdade uma funcionalidade</a>. Nenhum testador elogiou a mudança, ao contrário ela foi alvo de muitas críticas.<br /><br />O principal argumento dos desenvolvedores é que o http:// não é necessário para navegar na internet e que era apenas mais texto para atrapalhar o usuário leigo. Ora, se o usuário leigo se importa com ter de digitar http:// poderíamos também retirar o www. e o .com da sintaxe dos endereços web do navegador. A sigla www parece atrapalhar tanto quanto http, não entendo porque uma deve sair e a outra pode ficar. Além disso, testadores tendem a ser menos leigos do que o usuário comum. Até por isso estão baixando software beta e colocando nas suas máquinas.<br /><br />Quando seus usuários menos leigos criticam uma alteração que deveria deixar o produto mais simples, cuidado. Faça software para idiotas e apenas os idiotas o usarão é uma grande máxima no desenho de interfaces. E mesmo com toda a argumentação técnica dos testadores os desenvolvedores seguiram em frente e colocaram a funcionalidade na versão final, sem uma opção para desligá-la.<br /><br />3- Usuários treinados para omitir<br />Novos e leigos usuários vão acostumar-se com o fato de que não é necessário digitar http:// para usar o Chrome e quando usarem outro navegador acharão que este tem um problema pois seus endereços web podem não funcionar. Além disso, desconhecendo o padrão correto eles não conseguirão criar links em blogs ou sites sociais se estes não estiverem prontos para colocar o http:// em endereços digitados fora do padrão.<br /><br />O Google vai forçar a web a se adaptar à sua nova idéia, como a Microsoft fez tantas vezes nos dias do IE6. Já vimos esse filme, é ruim, não precisamos dele de novo.<br /><br />4- Desenho ruim pode fazer Sites seguros parecerem "assustadores"<br />Não acostumado com o http:// o usuário pode ficar apavorado quando, ao entrar em um site seguro, topar com o https://. Não sabendo que existe um prefixo que é natural para a internet ele vai, no mínimo, estranhar aquelas letras esquisítas "que nunca tinham aparecido antes". Em lugar de educar o usuário o Google Chrome opta por esconder e não ajuda a resolver o problema de segurança na web. Ao contrário, usuários conhecerão menos ainda como a internet funciona. Sob nenhum aspecto o desconhecimento, ou a ignorância, pode ser positivo. É o contrário do que tentamos fazer com o software livre.<br /><br />Além disso, omitir o prefixo para um tipo de site e apresentá-lo para outro tipo é uma inconsistência de interface difícil de explicar. Pode gerar confusão na cabeça dos usuários, mais ainda, não resolve problema algum e apenas adiciona complexidade (pois algum tratamento deve ser feito quando se copia-e-cola a URL para fora do navegador). Ruim sob vários aspectos.<br /><br />5- Problemas de copia-e-cola e edição da URL<br />Vários testadores e usuários apresentam reclamações sobre erros e problemas ao tentar copiar, colar e editar URLs com a omnibar do Chrome omitindo o protocolo http. Entre as reclamações que apareceram muitas são coisas corriqueiras que simplesmente param de funcionar ou funcionam de forma diferente, causando transtorno:<br /><br />a) Inconsistência ao usar FTP: Se você está em um site http://ftp.site.com/home e adiciona manualmente /nome ao final da URL ela vira ftp://ftp.site.com/home/nome/ e se o site não tiver uma versão ftp com o mesmo dimínio a conexão quebra. Isso funciona em todos os outros navegadores que posso usar em Linux e transforma a funcionalidade do Chrome em bug;<br /><br />b) Digitação desnecessária: Acontece o tempo todo comigo, um site é SSL e eu digito um endereço convencional http, principalmente quando quero acessar meu roteador sem fio. Com a funcionalidade do Chrome não se pode mais digitar apenas o "s" que difere o site seguro do normal. É preciso digitar toda a string https:// pois o prefixo normal não está sendo exibido.<br /><br />c) Colar uma URL em um editor de texto pode levar a erros: Estudantes que usam a web como fonte de pesquisa normalmente copiam-e-colam os endereços nos editores de texto para referenciar suas fontes. Um estudante que desconhece o protocolo http pode copiar a URL do Chrome e ao colar no editor achar que a string http:// é um erro. Deletar esse texto seria a atitude normal e o endereço ficaria inválido para ser lançado por um clique a partir do editor, à menos que ele esteja preparado para o modo Google de ver os endereços da web. Quebra de funcionalidade sem resolver nenhum problema, resultado de design ruim.<br /><br />d) Incompatibilidade começando em casa: Várias ferramentas do próprio Google não aceitaram bem a ausência de http:// nas URLs provenientes do padrão Chrome. Ao usar URLs sem o prefixo no finado Wave, no Talk e mesmo na <a href="http://code.google.com/p/chromium/issues/detail?id=41467#c16">ferramenta de bugs do próprio Google Chrome</a> elas não são reconhecidas e validadas como URLs. Isso é ruim pois usuários que não saibam que http:// existe e que é necessário para que a web funcione vão espalhar esse erro por todos os lados. Várias vezes você vai econtrar usuários do Chrome digitando endereços assim: www.google.com.br e não entendendo porque eles não foram transformados em links para sites na web visto que eram assim que apareciam na omnibox do Chrome.<br /><br />Enfim, a nova forma que o Chrome usa para exibir as URLs desobedece aos padrões da Web, não resolve problema algum mas causa vários outros. Defective by design. E tornou-se a única razão para que hoje eu esteja movendo meus favoritos devolta para o Firefox.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-46059158703807741662010-08-18T23:08:00.002-03:002010-08-18T23:12:48.836-03:00Lady JavaO novo vídeo de promoção da JavaZone 2010 não é tão engraçado quanto o <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2010/06/java-4-ever.html">Java 4-ever</a>, mas quebra um galho. Com vocês Lady Java cantando JavaZone.<br /><br /><object width="640" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Mt7zsortIXs?fs=1&hl=en_US&hd=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Mt7zsortIXs?fs=1&hl=en_US&hd=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-66497056692459478332010-08-07T16:38:00.002-03:002010-08-07T16:44:09.194-03:00Porque a Apple ignora o software livreJá é um clássico. O rapaz magro, de jeans, camiseta e tênis aparece e anuncia “Olá, eu sou o Mac” e do outro lado a versão cheinha do Bill Gates rebate “E eu sou o PC”. O resto do comercial sempre é sarcástico ou bem humorado e ressalta as qualidades do produto Apple frente ao produto Dell. <br /><br />Dell? Como assim Dell? Bem, a Dell faz PCs, não faz? Mas poderia ser frente ao produto Sony, ou HP, ou Acer, ou Asus.<br /><br />Acontece que a maior parte das propagandas fala de virus, firewalls, interface, compatibilidade, travamentos, coisas que não são, na maior parte das vezes, inerentes ao hardware. Todo mundo sabe que o grande alvo é o Microsoft Windows. Todo mundo sabe porque o grande boom, nos EUA, de crescimento dos Mac no mercado tem nome: Windows Vista. O usuário comum percebeu os problemas do Vista e olhou para o outro lado da cerca. <br /><br />Hoje Macs respondem por <a href="http://www.cultofmac.com/apple-earns-8-pc-market-share-on-34-yoy-growth-gartner/38202">8% do mercado de computadores pessoais dos EUA</a> segundo o Gartner Group considerando as vendas de equipamentos novos no primeiro trimestre de 2010. Para se ter uma idéia a Toshiba possui 8,6% do mesmo mercado e a fatia da Apple é maior que a da Sony e que a da Asus, apenas para ilustrar. Além disso, segundo dados do NPD de Junho de 2009 no <a href="http://www.betanews.com/joewilcox/article/Apple-has-91-of-market-for-1000-PCs-says-NPD/1248313624">mercado de computadores pessoas acima de US$1.000,00 de preço unitário a participação da Apple era de graves 91%</a> também nos EUA. Ou seja, na terra do Tio Sam a Apple é uma unanimidade maior que o Windows quando trata-se de máquinas premium. Nada mal para quem usa um sistema totalmente proprietário e incompatível com o padrão do mercado.<br /><br />Eu citei isso apenas para deixar claro o quão benéfico para a Apple foi o tropeço da Microsoft com o Vista. Mas de fato o alvo da propaganda Get a Mac da Apple não é puramente o PC nem somente do Windows. O alvo é a combinação de ambos. O que se poderia chamar de Experiência de Uso do Produto PC. A Apple não poderia atacar diretamente a arquitetura x86 pois ela própria é cliente da Intel e os Macs são nada mais do que PCs vestidos de gala. Então a Apple precisou montar um pacote, parecido com sua própria oferta de casamento perfeito de hardware e software, para comparar com seu produto em suas peças publicitárias.<br /><br />O PC da propaganda da Apple não é um PC com Linux, isso é certo, pois muitas vezes ele próprio cita o sistema da Microsoft e alguns de seus tradicionais problemas crônicos. O PC da propaganda da Apple é um legítimo Wintel (máquina que combina Windows com processador padrão Intel), mas porque ignorar completamente o fato de que PC podem usar outro sistema operacional? Mais, porque ignorar completamente o software livre ainda que a Apple esteja usando projetos de Open Source para construir seu eco-sistema?<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Ataque sempre o mais fraco</span><br />Se você quer ganhar mercado usando marketing não é muito inteligente atacar o competidor mais forte. Gaste sua verba de marketing mirando no adversário mais fraco e você poderá ganhar mais pontos e mais rápido. No caso dos sistemas operacionais paradoxalmente o maior é o mais fraco. Com uma base de usuários gigantesca o Windows tem todos os dias seus defeitos expostos ao escárnio público. As falhas do Windows são muito mais conhecidas e exploradas publicamente que as falhas do Linux.<br /><br />Além disso onde você acha que existem mais usuários insatisfeitos? Os usuários de Linux normalmente são pessoas que usam o sistema por opção própria e por isso estão mais cientes dos problemas que vão encontrar. Usuários de Windows, por sua vez, vão desfilar uma série de motivos, jogos, compatibilidade com software ou hardware existente, veio junto com a máquina e eu não sei tirar antes de chegar no “eu uso e quero usar Windows porque gosto”. Então se existe um público que é potencialmente insatisfeito de 90% dos usuários de PCs coloque o Windows na maldita propaganda, oras!<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Modelos divergentes</span><br />Seria uma simplificação horrível dizer que o foco da Apple é o Windows apenas por questões de market share. Até porque a Apple não ignora a existência de Linux somente, ela ignora a existência de tudo que é FOSS (Free and Open Source Software) desde o Gimp, o Firefox, o OpenOffice, o Linux e quase todo o resto. Apenas o Apache e umas poucas coisas muito profissionais a Apple mantém no seu MacOS Server, nada para o usuário de PCs domésticos. Ela poderia ter uma versão maravilhosa do OpenOffice for Mac e ajudar muito a comunidade mas prefere manter seu iWorks como pacote de escritório da sua plataforma.<br /><br />Isso ocorre em grande parte porque o Software Livre e o Software Apple (chamando assim para não generalizar como Proprietário) possuem modelos filosóficos tão divergentes que um choque entre eles coloca em risco o próprio eco-sistema da marca da Maçã. Software Apple é feito para controlar a experiência de uso do consumidor de uma forma muito específica. Admitir software livre significa que você não controla mais cada vírgula da documentação, cada sombra de ícone da interface, cada cor de fonte que o computador mostra durante o boot. Isso vai de encontro com o “jeito Steve Jobs de fazer” que deseja determinar como cada coisa vai aparecer e funcionar mesmo depois de estar na mão do usuário por dois anos.<br /><br />Para a Apple criar o bootcamp e dar suporte ao Windows foi simples porque ela sabe como o Windows é e como parece já que a Microsoft adota um modelo semelhante de controle inerente ao Software Proprietário. Mas ao negar suporte oficial ao Linux a Apple está dizendo nas entre-linhas que não quer ver qualquer splashscreen nas telas dos seus computadores por aí afora. Se você acha exagero pense sobre o significado de proibir pornografia na App Store dos iPhones e iPads. A Apple não quer dispositivos com seu logotipo mostrando cenas de sexo nos cafés mundo afora. É um modelo de controle supremo que precisa negar a aderência a qualquer software que possa ser livremente modificado.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">O meu jeito é o correto</span><br />Esse controle íntimo da experiência de uso e até do que o usuário pode ou não fazer com o dispositivo foi edificado como um dos pilares da Experiência de Uso Apple. Não existe um logotipo para o MacOS (como existe para o Windows), nem um logotipo para os MacBooks (como existe para os Sony Vaio), nem para os iPhones (como existe para o Google Nexus One) todos os produtos, sistemas, softwares da Apple sempre se identificam com o logotipo da maçã usado para a própria empresa Apple. Essa uniformidade visual e linguística representa o anseio de criar uma experiência controlada em cada aspecto, impossível de manter se qualquer coisa pudesse ser alterada pelo usuário.<br /><br />Muitos usuários de sistemas Linux gostam de customizar seus desktops e compartilhar screenshots na internet. Eles se divertem tanto com isso como os motoqueiros que customizam suas motos para mostrá-las aos outros nos encontros motociclísticos aos quais aparecem. Imagino o que aquelas imagens de caixas de diálogo com botões de OK e Cancelar ora na esquerda, depois na direita, primeiro um e outro, depois invertidos fazem com Steve Jobs. Devem dar grandes náuseas a ele. Mas até então você não viu grande sentido ou problema nisso tudo que estou colocando.<br /><br />Parte do sucesso da Apple no mercado de consumo é fruto de conseguir vender ao consumidor a crença de que ela está certa ao tentar controlar tudo em cada aspecto. Você deve aceitar que plugar seu iPod em outro iTunes apaga todas as suas músicas, deve achar que isso é o certo a fazer e não se importar com isso, para ser feliz com o iPod. O que aconteceria se esse usuário um dia, ao experimentar o Linux e o Amarok, descobrisse que não é preciso apagar todo o conteúdo do iPod para conectá-lo a outro computador?<br /><br />A Apple não pode admitir a possibilidade de estar errada no modelo do controle supremo porque se os usuários experimentarem pequenas liberdades podem não voltar para comprar um novo produto amanhã. Para a Apple é tão importante fazer de conta que software livre não existe quanto é importante para uma ditadura fazer de conta que imprensa livre não existe.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Mentalidade oitentista</span><br />Oitentista refere-se à década de 1980. Quando a Apple surgiu Steve Jobs era bicho grilo e pregava o uso de LSD e do amor livre. Talvez sua demissão da Apple tenha o transformado num senhor amargo tão compulsivo por controle quanto um titeteiro. Talvez nem seja ele. O fato é que por baixo da fina camada de acrílico e alumínio que cobre a Apple inovadora existe uma empresa retrógrada e tão presa ao passado quanto a própria Microsoft. Impedir o usuário de rodar o programa que ele deseja? O que é isso, estamos na Coréia do Norte?<br /><br />O MacOS pegou tudo que sabe do NextStep, o que era bom e o que era ruim. Alguém aí programa em Objective-C? Alguém se lembra o que é um microkernel? São coisas da década de 1980 que foram abandonadas pelo resto do mundo no meio dos anos 1990 por alguns bons motivos. Os fãs da Apple estavam comemorando a chegada da multi-tarefa ao iPhone alguns dias atrás. <a href="http://geekandpoke.typepad.com/geekandpoke/2010/04/finally-apple-has-discovered-tsr.html">Será que eles sabem em que ano estamos vivendo?</a> Esse exemplo deixa muito claro o que estou querendo passar aqui. Comparar a multi-tarefa do Android com a do iPhone é ridículo... para a Apple. Mas obviamente a Apple não pode mais fazer de conta que o Android não existe.<br /><br />Muitas outras “monotarefas” dos produtos e do modelo Apple existem e elas ficariam bem claras à luz de um sistema muito melhor que o Windows, como o Linux. Por isso a Apple pretende não contar ao mundo que o Linux existe, fingindo que ele não está lá! É algo totalmente diferente do que a Microsoft tem feito, e muito mais inteligente. Por quanto tempo dará certo é outro assunto.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com25tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-33176104857891157552010-07-02T08:10:00.002-03:002010-07-02T08:31:03.290-03:00Mandriva Spring 2010 adiado para 8 de JulhoCorreu nesta manhã pela lista de e-mails dos contribuintes do projeto que o lançamento do Mandriva 2010 Spring foi adiado. Estava previsto inicialmente para este fim de semana, dia 03/07/2010 e foi reagendado para dia 08/07/2010, próxima quinta-feira. O atraso ocorreu por conta de "organização interna e alguns problemas de hardware" conforme relatado por Anne Nicolas, diretora de Engenharia da empresa franco-brasileira que se reestrutura para sair de dificuldades financeiras após um <a href="http://br-linux.org/2010/mandriva-teria-sido-salva-por-investidores-nao-identificados-publicamente/">grande aporte de investidores</a>.<br /><br />Detalhes sobre os problemas não foram divulgados. O mercado aguarda a versão 2010 Spring do Mandriva que atualiza o sistema operacional para versões mais recentes de partes fundamentais como o kernel, Gnome, KDE, gcc, xorg e outros e também implementa parte das demandas dos usuários colocadas no <a href="http://ideas.mandriva.com/en/idees/">Mandriva Ideas</a>. <br /><br />A nova data já foi atualizada no <a href="http://wiki.mandriva.com/en/2010.1_Development#Initial_wishlists">Wiki do projeto Mandriva 2010.1 Development</a>.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-78764872621213021512010-06-30T21:56:00.004-03:002010-06-30T23:50:45.438-03:00Como a Microsoft vai construir o navegador que melhor atende aos padrões da Web 3.0É como se fosse uma moderna adaptação da famosa novela <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Strange_Case_of_Dr_Jekyll_and_Mr_Hyde">Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde</a> do escocês Robert Louis Stevenson.<br /><br />Ela começa em Agosto de 1995 quando a Microsoft lança a primeira versão do seu <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Internet_Explorer">Internet Explorer</a> baseado em um licenciamento do Mosaic. Até aquele momento a empresa de Bill Gates não acreditava na web e sonhava com sua própria versão da America On-Line. A Microsoft achava que o melhor era uma rede sua, definida por seus padrões e que rodasse suas aplicações como uma extensão do bem-sucedido Windows para computadores IBM PC.<br /><br />Enquanto isso o resto do mundo, menos a AOL, estava entusiasmado demais com a internet, mais especificamente com a Web, para ligar para o que a Microsoft achava. Todos que desbravavam aqueles dias de conexão discada e páginas de texto com imagens simples usavam o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Netscape_Navigator">Netscape Navigator</a>. A Netscape nascera em 1994 e havia se popularizado rapidamente por fornecer um navegador de internet fácil de instalar e usar, disponível em várias plataformas e com boas capacidades multi-mídia (para a época). Além disso a Netscape fazia servidores que poderiam ser instalados em provedores de internet participando de um momento importante da formação da estrutura operacional da internet.<br /><br />Pouca gente se lembra mas naqueles dias, entre 1994 e 1995, os navegadores eram pagos, como quase todos os outros softwares. Os provedores de internet não arriscavam muito seus pescoços com Linux (que começou a ser desenvolvido em 1991) e usavam outros sistemas, alguns UNIX, outros UNIX-like e até mesmo com versões do Windows NT. Ao comprar licenças dos servidores da Netscape eles recebiam licenças do Netscape Navigator que repassavam como cortesia aos seus assinantes. Eu mesmo recebi alguns disquetes do Netscape Navigator 2.x do meu provedor na época. <br /><br />Quando a Microsoft finalmente acordou para a Web descobriu que uma empresa do tamanho de um dos seus almoxarifados tinha 98% do mercado de navegadores. Dentro de sua própria plataforma operacional. O Windows tinha 90% do mercado de sistemas operacionais para PCs e todo mundo usava o Netscape Navigator. A Microsoft tomou uma decisão agressiva que o mundo do software livre conhece muito bem, decidiu dar de graça o que seu grande concorrente vendia. Inaugurando assim a era do Free Software (free como em free beer ;-).<br /><br />Eu sei que já havia software gratuito e livre desde muito antes, claro. Mas você há de convir que existe grande diferença entre a FSF disponibilizar o HURD e a Microsoft dar o Internet Explorer sem custo. A Microsoft inaugurou a era do software grátis para as massas, e não apenas para os geeks e hackers. Em novembro de 1995 a Microsoft iniciou a primeira Guerra dos Navegadores ao distribuir, livre de custos, o Microsoft Internet Explorer 2.0. A fatia de mercado do Netscape Navigator passou a diminuir lentamente enquanto a empresa agarrava-se aos servidores para gerar receita.<br /><br />Em 1998 o IE 4 já estava há quase uma ano no mercado e a participação dos dois navegadores já era igual. Ficou claro para a Netscape que a sua versão 4 não iria virar o jogo. Naquela altura do campeonato ela já era gratuita também, mas como o IE seria incluso na próxima versão do Windows como parte inseparável do sistema a Netscape não teria chance. A empresa liberou o código fonte do seu navegador para a fundação Mozilla, que se propôs a tocar o desenvolvimento de um navegador livre e de código aberto. <br /><br />Quando o Windows 98 SE trouxe a versão 5.0 do Internet Explorer integrada, em 1999, o Navigator já detinha menos de 20% do mercado. O fato do Windows 98 sair da caixa com o concorrente instalado e carregado já durante a inicialização foi o golpe de misericórdia na Netscape. A empresa já havia sido vendida para a AOL poucos meses antes e viria a ter cerca de apenas 1% do mercado de navegadores antes de ser fechada e virar apenas uma marca de marketing daquele provedor de internet.<br /><br />A Microsoft atingiria 95% do mercado em 2002 com a versão 6 do seu navegador, integrada ao Windows XP. E fez questão de usar essa base para tornar seu antigo sonho de ter uma rede ao seu próprio modo para os usuários de Windows. Passou a dissoar dos padrões estabelecidos para a Web pelo <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/W3c">W3C</a> e a implementar em seu navegador suas próprias versões dos padrões. Durante algum tempo os desenvolvedores escreviam sites e aplicações on-line para esses sub-padrões da Microsoft o que tornava a maioria dos sites incompatíveis com os outros navegadores do mercado.<br /><br />Entre 2003 e 2004 o mundo dos navegadores "alternativos" estava em ebulição. Os competentes programadores do projeto KDE lançavam novas versões do Konqeror/KHTML, a Apple renovava seu Safari/WebKit e a Mozilla continuava a melhorar o Firefox que chegava à versão 1.0. Como o WebKit era derivado do KHTML ele foi bem aceito pelo mundo do software livre e a até o amadurecimento do Linux e o crescimento do Mac passaram a pressionar os desenvolvedores da web. A pressão era por atender aos padrões definidos pelas entidades reguladoras mas quase sempre sites feitos estritamente de acordo com eles não rodavam bem no Internet Explorer. A quase onipresença deste navegador e sua dissidência ao que era determinado para a homogeneidade da Web propuseram a <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Sophie's_Choice_(novel)">Escolha de Sofia</a> para os desenvolvedores Web. A vontade da Microsoft de impor seus padrões ao mercado, em lugar de atender especificações abertas, era tanta que ela <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Java_applet#Compatibility_related_lawsuits">tentou criar sua própria versão do Java</a>, deturpando o objetivo principal da linguagem de fornecer uma plataforma para aplicações portáveis.<br /><br />O fortalecimento da posição do Google e uma pressão crescente de outras empresas e do mercado passou a ser importante pois a participação do IE inicia, a partir do fim de 2004, um declínio que se mantém até os dias de hoje. Mozilla Firefox, Apple Safari, Opera, Google Chrome têm novas versões lançadas em ciclos muito mais curtos e o Internet Explorer só chega à versão 7 em 2006. Todo esse tempo deu ao mercado a visibilidade de que o IE 6 é um navegador inseguro, lento e repleto de falhas. Como os concorrentes crescem e atendem aos padrões da chamada Web 2.0 a Microsoft inicia um esforço para melhorar o seu navegador em vários aspectos. A popularização dos testes de compatibilidade e aderência a padrões como o <a href="http://acid3.acidtests.org/">ACID3</a> torna nítido para o mercado o quanto os navegadores da Microsoft estão longe do ideal para uma Web homogênea.<br /><br />A versão 8 do IE chega em 2009 e atende melhor aos padrões da web como todos os concorrentes e causa um problema. Diversos sites feitos para o IE 6 (que detinha mais de 90% do mercado na sua época) inclusive muitos da própria Microsoft não atendem aos padrões da Web também. E não rodam bem quando acessados pelo IE 8 o que exige que a Microsoft inclua um <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Internet_Explorer_8#Compatibility_mode">"Modo de Compatibilidade"</a> no qual o navegador deixa os padrões de lado e adota o modo IE 6 de ser. Além do fato de todos ficarmos felizes de a Microsoft receber uma dose do seu próprio veneno isso apresentou outro efeito positivo.<br /><br />Pressionada pelo crescimento dos concorrentes, tanto dos navegadores para Windows quanto dos outros sistemas operacionais, a Microsoft iniciou o desenvolvimento da versão 9 do Internet Explorer e, assim como todos os outros desenvolvedores de navegadores, está focada em prepará-lo para a <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Web_3.0#Web_3.0">Web 3.0</a>. Novas tecnologias como as implantadas no HTML5 e a evolução dos padrões Web como o CSS estão sendo vistas como uma nova evolução na nossa forma de interagir com a internet e usar computadores.<br /><br />E uma nova Guerra dos Navegadores vai começar, mas com algumas diferenças. Opera, WebKit e Mozilla estão adotando suas próprias versões de padrões que ainda não estão finalizados e nem bem definidos. A confusão em torno da propriedade border-radius é um exemplo. Os desenvolvedores deverão, se nada mudar em breve, criar sites com propriedades específicas para cada plataforma como por exemplo, -moz-border-radius para Mozilla e -webkit-border-radius para navegadores baseados em WebKit. E enquanto isso no terceiro preview da plataforma do IE 9 a Microsoft está apresentando um navegador muito aderente aos padrões da Web.<br /><br />Na verdade a empresa de Redmond colocou que sua grande prioridade para a versão 9 do seu navegado é atender aos padrões mantendo uma performance superior aos concorrentes. Para isso planeja implementar funcionalidades que nenhum concorrente possui, como por exemplo a decodificação de vídeo e de gráficos 3D (através da tag canvas do HTML5) diretamente no processador da placa de vídeo. Se a Microsoft conseguir cumprir tudo que está propondo ela terá o navegador mais rápido do mercado e provavelmente o que melhor atende aos novos padrões da Web.<br /><br />De Mr. Hyde que desrespeita padrões à Dr. Jekyll que quer fazer tudo como manda o figurino a Microsoft pode aparecer com o melhor navegador do mercado dando novos motivos para que sua base de usuários não busque alento na concorrência. O que aconteceu? Por que o vilão de ontem é o mocinho de hoje? E o que estão pensando o pessoal do WebKit, Mozilla e Opera sobre tudo isso. Será que um sentimento de "logo agora que chegávamos perto" está passando pela mente daqueles que foram as alternativas aderentes aos padrões até agora? São perguntas sem resposta até agora.<br /><br />Mas ao menos para isso essa Guerra dos Navegadores terá servido. Sairemos dela com padrões firmes, homogêneos e respeitados como sempre deveria ter sido. Não importa qual navegador ou sistema você use tudo lhe parecerá como desenhado pelo desenvolvedor. O ovo de páscoa é ver que mesmo um gigante costumeiramente anti-ético como a Microsoft ainda pode ser dobrado pelo mercado. E se o IE 9 for realmente tão bom quando a MS faz parecer os concorrentes terão muitos motivos para melhorar.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-46773569482663287362010-06-30T10:25:00.001-03:002010-06-30T10:26:22.184-03:00Java 4-everRecebi de um amigo e achei muito engraçado, por isso compartilho com vocês.<br /><br /><object width="640" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/JpB6NLs09ZE&color1=0xb1b1b1&color2=0xd0d0d0&hl=en_US&feature=player_embedded&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowScriptAccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/JpB6NLs09ZE&color1=0xb1b1b1&color2=0xd0d0d0&hl=en_US&feature=player_embedded&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="640" height="385"></embed></object>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-4344884391877266892010-06-28T10:56:00.003-03:002010-06-28T11:18:08.693-03:00Descubra os softwares da Microsoft para LinuxSei que o título pareceu estranho, mas o que virá a seguir é mais estranho ainda. Não sei o que leva uma empresa do tamanho da Microsoft a fazer esse tipo de coisa, mas o fato é que hoje eu encontrei uma propaganda da Microsoft no Google adSense muito curiosa. Claro que a Microsoft vai fazer propagandas no Google ainda que ambas sejam inimigas mortais mesmo na área dos sistemas de busca. Não tenho informações sobre o marketshare do Bing no Brasil mas deve ser muito menor que o do Google, então a decisão da Microsoft de anunciar no adSense só reforça o que eu já sabia.<br /><br />Abri meu Google Chrome e digitei o tradicional br-linux.org na barra universal, mas cometi um deslize e troquei o .org por .oeg. Eis que o Google procurou pelo conteúdo e retornou pra mim a tradicional "did you mean: br-linux.org". Cliquei nesse link e a tela a seguir reproduz o que foi carregado.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeI8PrnZvYEwAeoN5ZvvqeXNF08zNsr2RDM3Qi6y1KHuMAE7T1bW9i3IJ8iW26hyuRPTHEGyO9jAxgwFO6ahRRC5GQIxtQPe7AuqqYTsxFyBbjfNV1MJpRLadCVzC_EzjXQ1OL/s1600/Microsoft_Linux%3F%3F%3F.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 142px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeI8PrnZvYEwAeoN5ZvvqeXNF08zNsr2RDM3Qi6y1KHuMAE7T1bW9i3IJ8iW26hyuRPTHEGyO9jAxgwFO6ahRRC5GQIxtQPe7AuqqYTsxFyBbjfNV1MJpRLadCVzC_EzjXQ1OL/s400/Microsoft_Linux%3F%3F%3F.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5487825199075260658" /></a><br /><br />Uma propaganda no Google, da Microsoft, com a chamada "Descubra Softwares Microsoft que Operam Também no Sistema Linux", confesse, seria clicada por você também. Ao abrir o link fui levado para uma página da Microsoft, em português, que fala sobre produtos da linha servidor daquela empresa. Sem surpresa não há uma única citação ao Linux na página. Se eu estivesse mesmo procurando por soluções para Linux esse link da MS serviria apenas para me fazer perder tempo. Também não surpreende que algo que a Microsoft faz não me ajuda em nada e só me faz perder tempo, razão pela qual uso sistemas e programas de outras empresas desde 1996.<br /><br />O link serviu, no entanto, para fazer a Microsoft pagar para o Google o preço do meu clique. Algo justo pelo tempo que eu perdi ;-)Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-51606801743930907892010-05-17T23:41:00.001-03:002010-05-17T23:43:40.858-03:00A falta de tração do Linux no desktopQuando surgiu em 1991 o Linux tinha como objetivo ser um UNIX para x86 que pudesse ser usado em casa. O Linus, e muitos outros estudantes da época, usavam esses sistemas na faculdade e quando chegavam em casa só tinham o DOS/Windows (ou OS/2 e outros poucos sistemas proprietários) para usar. Isso parece ser muito irritante para mim e eu aderiria facilmente a um projeto que me desse chance de usar um sistema de milhares de dólares em casa e de graça.<br /><br />Rapidamente o projeto de Linus ganhou força e em pouco tempo eles tinha um kernel tão compatível com o UNIX que poderia operar o sistema GNU com perfeição. Como o GNU não possuia um kernel, mas já tinha várias partes prontas e muito boas o casamento deu certo. O GNU/Linux nascera e viria a se tornar um dos sistemas operacionais mais importantes do mundo nos dias de hoje.<br /><br />Essa breve história explica como o Linux chegou até aqui, tendo uma boa parcela do mercado corporativo. Mas não explica porque ele ainda é insignificante no mercado doméstico, a despeito de todos os esforços de várias empresas.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">1- Esforço que faz sentido</span><br />Para as empresas o GNU/Linux foi providencial. Para o UNIX também. Acredito que o UNIX estaria quase morto hoje se o Linux não tivesse aparecido e ganho a força que conseguiu no mercado corporativo. É verdade que muitas empresas ainda pagam milhares de dólares por licenças de sistemas UNIX proprietários de missão crítica. Mas eles seriam gatos pingados perto das dezenas de milhares de máquinas virtuais de Linux usadas pelo Google e por várias outras empresas.<br /><br />O fato de o Linux ser gratuito e livre (código aberto + licença liberalista) proporcionou avanços tecnológicos e de mercado que deram ao sistema estatus de majestade dentro dos CPDs de grande parte das empresas. Mais que isso, a liberdade criada pelo Linux deu um empuxo a toda economia. Poucas startups decolaram pagando licenças de UNIX, Windows, Office, Photoshop, Internet Information Services. A maioria das empresas inovadoras surgidas na era da internet o fez sobre sistemas livres e gratuitos.<br /><br />Além disso todo um ecossistema FOSS (Free and Open Source Software) surgiu na esteira do que o pessoal da FSF e OSI fez, movimento do qual o GNU/Linux é o maior ícone, em minha opinião. Quantos de vocês teriam um sistema UNIX com um banco de dados relacional, um web server, algumas IDEs para linguagens de alto nível além de outros 300 ou 400 softwares se tivessem que pagar por tudo isso?<br /><br />Para profissionais faz muito sentido que o GNU/Linux (e todo o resto) exista. Faz muito sentido, para todos os clientes corporativos da RedHat, que o RH Enterprise Linux esteja ali, como produto, desbancando dezenas de outros sistemas UNIX e também o Windows, pois certamente ele traz muitas vantagens. Este é o ponto chave. Para o cliente de um RHEL haver dezenas de opções não atrapalhou em nada.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">2- Esforço sem (muito) sentido</span><br />Eu acabei de escrever um novo driver hipotético para sua placa de vídeo. Ele não traz grandes benefícios para você agora, visto que não performa melhor do que o seu driver atual, tão pouco implementa alguma funcionalidade nova. Mas ele é escrito em uma linguagem orientada a objetos e é cumpridor solene de todos os design patterns que pude encontrar. Você gostaria de fazer o download agora deste driver hipotético e colocar em produção no seu sistema?<br /><br />Se você respondeu “não”, parabéns. Você é, grosso modo, um usuário de Windows que disse não ao Linux. Porque alguém que está feliz com seu sistema (ignorando o quão ruim ele possa ser para uma série de coisas) o trocaria por outro apenas porque este novo tem uma série de atributos que fazem pouco, ou nenhum sentido?<br /><br />Para um usuário comum, médio, de Windows, o GNU/Linux não agrega vantagens tão grandes hoje em dia. Espere um momento, não agrega?<br /><br /><span style="font-weight:bold;">3- O mundo evolui rápido</span><br />Em 1991 quando o esforço em torno do Linux começou o Windows era muito pior do que é hoje. Grande prova disso é que o Linux era, na década de 90, apenas mais um candidato a concorrente do sistema da Microsoft. Contra Be/OS, OS/2, Mac OS, GNU/Linux, BSD e outros sistemas UNIX o Windows da década de 1990 é um pangaré que envergonha o dono. E mesmo assim o Windows prevaleceu sobre todos esses concorrentes no mercado desktop. <br /><br />Hoje o Windows é um sistema muito competente. O 7 continua sendo um bloatware da mais alta estirpe (seus requisitos de sistema são os mesmos do Vista e bloatware sem bugs não é software bom por definição) mas o Windows mais usado do mercado, o XP, é um cão difícil de matar. Conheço várias pessoas que compraram máquinas nos últimos anos e trocaram seus Vista e 7s por versões XP assim que tiraram os computadores da caixa.<br /><br />Competindo contra os Windows de hoje (ou de 2001 como é o caso do XP) o Linux encontrou um sistema que não trava tanto quando o 3.11 que possui uma grande gama de softwares disponíveis, que roda jogos melhor que qualquer outro SO e que está amplamente disponível a preços baixos ou de graça. Encare a realidade. <br /><br />Um usuário médio pode conseguir um CD de XP ou 7 com um amigo gastando poucos trocados e instalar no seu computador. Por que ele iria querer instalar o Linux, que sequer roda jogos, só porque é mais seguro e leve do que o Windows? Responda esta pergunta e você poderá se candidatar a diretor de marketing da RedHat. Certamente você irá conseguir aumentar muito a participação de mercado do Linux.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">4- Porque o Linux não decola no mercado desktop</span><br />Não tem nenhuma relação com a quantidade de distribuições existentes. Esse argumento é absurdo. Não o fosse as montadoras de automóveis ofereceriam apenas um carro de cada marca pois o excesso de modelos dificultaria a escolha e empurraria os compradores para as motos. Viu como o argumento é absurdo. Mais um exemplo, Unilever e Procter & Gamble, apenas pra ficar nas duas maiores, oferecem, no mínimo, duas marcas de sabão em pó e duas marcas de detergente de louças cada uma. Isto não dificulta a escolha do consumidor, ao contrário. Isso faz com que a marca atinja um público potencial maior.<br /><br />A própria Microsoft, tem mais de duas versões de Windows e isso não impele os clientes do sistema para outras plataformas, não é?<br /><br />O Linux não decola no mercado desktop por questões essenciais e simples, como:<br /><br />- Não existe um marketing de longo prazo da marca Linux: pense em quantas propagandas Get a Mac a Apple precisou fazer para conseguir 8% do mercado;<br /><br />- O sistema GNU/Linux apresenta vantagens sobre o Windows que significam pouco para a maioria dos usuários médios: dizer que ele não precisa de anti-vírus significa pouco para um mercado que formata e reinstala o sistema com uma frequência maior do que a que troca de carro;<br /><br />- O software livre pode ser um grande inimigo do software livre: Muitos programas que eram diferenciais do GNU/Linux no passado têm hoje versões Windows. Alguns deles, como o Apache, ajudaram a difundir o uso do sistema livre no passado e eram um grande argumento para migração mas hoje possuem versões muito boas e competentes para Windows;<br /><br />- O contrário não é verdade, grandes softwares de Windows não possuem versão Linux: o próprio MS Office é um grande e óbvio exemplo, além da grande parte dos softwares da Adobe e de outro sem número de desenvolvedores de porte que ainda ignoram o Linux. Não entrarei no tópico do jogos, que ainda é um mundo a parte, mais pela falta de vontade das grandes produtoras do que pela falta de potencial técnico da plataforma;<br /><br />- As grandes empresas que fazem bons sistemas Linux querem se livrar desse nome: ou você viu algum Linux perto de Android, Ubuntu, Chromium OS, etc? Se as pessoas soubessem que seu celular opera com Linux talvez estivessem dispostos a testar o sistema no PC;<br /><br />- Não existe uma única marca conhecida mundialmente de hardware que aposte no Linux para desktop. Assim que disponibilizou uma versão do Windows para Netbooks a MS varreu o Linux daquele mercado de tal forma que é mais fácil achar modelos com Windows em um mercado que começou graças ao Linux. A falta de fidelidade dos fabricantes de hardware se dá pela ausência de um player forte. Isto poderia mudar com o Google se ele usasse a marca Linux;<br /><br />- A Apple conseguiu ganhar tração no mercado desktop graças a um pacote muito bem montado de hardware e software (sendo este último um sistema e programas para uso pessoal) que a Microsoft consegue simular (usando hardware de toda uma indústria que produz computadores para rodar seu sistema). O Linux nunca teve tudo isso ao mesmo tempo;<br /><br />- A falta de padronagem entre as distros não é um grande problema. No Mac é comum termos pacotes de instalação de um software com várias versões, uma para cada versão do próprio sistema operacional. Muitos aplicativos de uma versão específica de Windows apresentam problemas para rodar em outra versão do mesmo sistema. Isso é normal. O que falta é uma única e boa ferramenta que suporte a plataforma e não uma distro e que crie, em uma única iteração, pacotes que funcionem em todas elas criando uma impressão de padronagem. Não encontrar um pacote que funcione para sua distro no site do Skype é frustrante e cria a aparência de que as coisas são mais difíceis do que realmente são.<br /><br />Pode ser que essa lista continue indefinidamente, mas percebo esses fatores como aqueles que mais atrapalham a evolução do Linux no desktop. As coisas não são mais como antes. A evolução da Microsoft, melhorando aspectos sensíveis de seu sistema, e da Apple, tornando-se uma alternativa real e competente (em parte pelo hardware atrativo) e a falta de suporte verdadeiro do resto da indústria são fatores que importantes.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-6346557071044444362010-04-29T22:02:00.002-03:002010-04-29T22:12:14.629-03:00Steve Jobs é um hipócrita<a href="http://www.apple.com/hotnews/thoughts-on-flash/">Jobs escreveu uma carta aberta</a> descrevendo as razões pelas quais a Apple baniu o Adobe Flash do i3P (iPhone/iPod/iPad)<br /><br />Ele critica a Adobe por ter levado quase 10 anos para portar o Flash para Cocoa (64bit), mas o Finder do MacOS era Carbon (32bit) até Ago/2009 quando saiu o Snow Leopard. Além disso o iTunes e o Final Cut Pro ainda são Carbon também. Pelo argumento de Jobs o iTunes deveria ser banido do mundo do iPhone. Mas é o próprio iTunes que gerencia o i3P. Quero dizer, se a própria Apple tem muito software para Carbon, porque usar isso contra a Adobe? <br /><br />Jobs fala de H264 e como ele pode livrar a web do video proprietário com Flash. O problema é que a licença do H264 é tão restritiva quanto a do Flash (enquanto codec de video). O board que administra o padrão H264 já afirmou que não hesitará em processar usos indevidos do formato (leia-se pirataria usando o formato). O detalhe é que a Apple faz parte desse board... junto com a Microsoft. Coisas que me fazer afirmar que a Apple fica cada vez mais parecida com a Microsoft.<br /><br />Alguém que fala tanto de web com padrões abertos poderia dizer aos seus desenvolvedores que as pessoas podem querer acessar os arquivos dentro de seus i3Ps usando outra coisa além do iTunes. É mais fácil ignorar uma possível necessidade do usuário e obrigá-lo a usar o iTunes mesmo se ele estiver usando Windows. Ou Linux, que nem possui uma versão do iTunes. A Apple ignora o fato de que seus clientes dos i3Ps possam querer usar Linux. Onde está a preocupação com padrões abertos agora?<br /><br />Aliás, o iTunes para Windows é lento, não integrado ao sistema, 32bits (sendo que o próprio Win tem versões de 64bit desde 2005) que mais parece um projeto de fundo de quintal do que um software de uma empresa que diz se orgulhar tanto de fazer arte em forma de tecnologia. <br /><br />O traço mais comum que conecta gênios e idiotas é que eles sempre têm certeza de estarem certos. Steve Jobs está quase indo de um grupo para o outro.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-91283770138454255842009-04-19T22:34:00.002-03:002009-04-19T22:43:45.982-03:00Não ao Windows 7Vou copiar aqui três trechos de um <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2005/03/ie-7.html">artigo meu, deste blog, de 21 de Março de 2005</a>. Na ocasião eu falava a respeito do Windows e de uma resenha do MS IE7 e de como a MS e sua imprensa gostam de antecipar coisas que ainda não existem. Repare:<br /><br /><blockquote>“E os usuários continuam esperando ansiosamente, com uma grande ajuda da imprensa, pelo próximo Windows que ainda não existe, mas já tem tantos recursos que deixa qualquer outro sistema no chinelo”<br /></blockquote><br /><blockquote>“Quando a MS fala de um produto que ela não tem é como um blefe de poker, ela tenta fazer você pensar algo que ela quer que você pense e que pode não ser verdade, isso chama-se engodo”</blockquote><br /><br /><blockquote>“A MS aplica, novamente, o mesmo golpe, estagnando o mercado pela paralisação da evolução fazendo a manutenção de um monopólio baseado em mentiras, processos judiciais, quebras de padrões estabelecidos no mercado, promessas vazias e pouco empenho técnico. Ao ver as maravilhas que a MS promete para o próximo navegador o usuário sente-se desestimulado a procurar outra solução, já que a próxima e magnífica versão sairá em breve”</blockquote><br /><br />Esse artigo que já tem quatro anos de idade descreve bem <a href="http://www.computerworld.com/action/article.do?command=viewArticleBasic&articleId=9119378">o que a imprensa tem feito sobre o Windows 7</a>. Afinal, o Windows 7 trará <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2006/07/porque-no-sou-cliente-da-microsoft.html">alguma daquelas coisas prometidas para o Vista e que ficaram de fora</a>, como o sistema de arquivos relacional? A própria <a href="http://www.microsoft.com/windows/windows-7/">MS possui um site onde você pode <span style="font-weight:bold;">“aprender mais sobre o Windows 7, a próxima versão do Windows para PC”</span></a>. E o que é isso? Aprenda mais sobre <span style="font-weight:bold;">um produto que ainda não vendemos</span>?<br /><br />No mundo corporativo, onde os consumidores possuem um comportamento mais sensível aos custos um levantamento da Dimensional Research indica que <a href="http://info.abril.com.br/professional/windows/empresas-dizem-nao-ao-windows.shtml">84% das empresas consultadas não pretendem fazer migração do sistema operacional de seus PCs em 2010</a> mesmo com o lançamento do Windows 7. As coisas parecem sérias e feias para a Microsoft, pois esses clientes sequer cogitaram adquirir cópias do Vista e nada indica que possam mudar de idéia com relação a já muito antecipada próxima versão do Windows.<br /><br />O fiasco do Vista é um dos fortes motivos apontados pelos pesquisados para a manutenção (no sentido de manter) das cópias do XP em seus PCs de negócios. Em outra resposta 83% dos pesquisados indicaram que, se migrassem para outro Windows, o fariam diretamente para o 7, tornando assim o Vista provavelmente a versão do Windows com pior aceitação pelos usuários corporativos da história do produto. Ao menos desde sua ampla aceitação pelo mercado a partir da versão 3. Suponho que nem o Windows ME angariou tantos não-adeptos assim. <br /><br />O número de empresas que consideram migrações para outras plataformas (notadamente MacOS e Linux) atinge 50% dos pesquisados, número que era 40% em uma pesquisa semelhante de Julho de 2008. Mas impressiona o fato de que 74% das 1100 empresas pesquisadas preferem manter o XP a migrar para outro Windows, incluso o Windows 7 entre as alternativas. As empresas preferem um SO de 2001 do que a nova alternativa proposta pela Microsoft. Isso é que é confiança no fornecedor!<br /><br />A crise financeira e a falta de ferramentas adequadas para migração são outros fatores citados como geradores de indisposição para as migrações na maior parte das empresas. Não seria adequado gastar milhares (ou milhões) de dólares com atualizações de hardware e licenças enquanto vários empregados estão sendo demitidos ao mesmo tempo. <br /><br />Mas certamente os rumos de desenvolvimento da plataforma estão gerando sua parcela de desconforto naquele público que considera a utilidade a principal qualidade de um sistema operacional quando decide efetuar uma atualização. Talvez esse conjunto de fatores seja um impulso para a adoção de GNU/Linux tanto quanto as pisadas de bola no desenvolvimento do Internet Explorer estão sendo para o Firefox e outros.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-9638428736149911272009-04-15T02:07:00.002-03:002009-04-15T02:12:41.496-03:00Os 10 piores Sistemas Operacionais da históriaA Computerworld publicou recentemente uma série de bons artigos sobre sistemas operacionais de ontem e hoje. Citou <a href="http://blogs.computerworld.com/five_great_obsolete_operating_systems">alguns bons sistemas que ficaram para trás</a> e ilustrou o saudosismo de alguns fãs com um apanhado de <a href="http://www.computerworld.com/action/article.do?command=viewArticleBasic&articleId=9130758">comentários sobre seus sistemas operacionais prediletos</a>. Destacou alguns <a href="http://www.computerworld.com/action/article.do?command=viewArticleBasic&taxonomyName=Operating+Systems&articleId=9129459&taxonomyId=89&pageNumber=1">sistemas que foram e deixaram saudades</a>. E publicou a lista mais interessante de todas, em minha opinião: <a href="http://www.computerworld.com/action/article.do?command=viewArticleBasic&taxonomyName=Operating+Systems&articleId=9131178&taxonomyId=89&pageNumber=1">sistemas operacionais que se foram e que não deixaram saudade alguma</a>. <br /><br /><span style="font-weight:bold;">Escassez à brasileira</span><br />Tenho um grande pesar por não haver literatura tão rica e interessante em língua portuguesa disponível na internet. Com exceção de algumas alternativas sobre Linux, a maioria dos sites sobre TI do Brasil são muito publicitários ou muito piadistas, pouco técnicos. Seus colunistas abrem a manhã pelo Slashdot, Osnews, Computerworld, TechCrunch e até mesmo Cnet, mas quando vão escrever parecem sentir que não existe espaço para o tipo de texto que eles mesmos procuram em inglês. Acabam mais por criar uma espécie de VideoShow da TI do que fonte confiável de informação tecnicamente apurada. Usam dezenas de linhas para descrever gadgets superficialmente, muitas vezes que sequer possuem importação oficial para o Brasil. <br /><br />Parece que existe um medo de ser técnico que acaba levando todo mundo a ser Baboo demais. Procure por um artigo original mais técnico e recente sobre sistemas operacionais nos portais de TI mais conhecidos do Brasil e você sentirá esse sentimento de escassez ao qual me refiro. Procure um artigo original em português que explore de forma técnica as razões pelas quais o Vista é mais lento que o XP e provavelmente você acabará tendo que praticar seu inglês em algum texto de site estrangeiro.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">O pior vem de Redmond</span><br />As listas da Computerworld com as quais abro essa postagem são interessantes porque quem as escreve entende do que fala e fundamenta com propriedade. E isso torna a <a href="http://www.computerworld.com/action/article.do?command=viewArticleBasic&taxonomyName=Operating+Systems&articleId=9131178&taxonomyId=89&pageNumber=1">lista dos 10 piores sistemas operacionais</a> particularmente hilária. O autor do artigo argumenta com naturalidade e citação de diversas fontes para montar a lista dos dez piores sistemas operacionais da história da informática (até agora).<br /><br />Mas em minha opinião o que a lista dos 10 piores da Computerworld tem de mais interessante é a participação (muito) ativa da nossa conhecida Microsoft. A turma de Dick Vigarista não deu folga e emplacou 4 dos 10 piores SOs da história. Ou seja, a Microsoft é sozinha responsável por 40% dos piores sistemas operacionais que a industria já produziu. Vista, Windows ME, Windows 1 e DOS 4 são as criações de Redmond citadas e comparadas a pérolas como JavaOS e o GNU/Hurd, sendo que este sequer existe de fato.<br /><br />Há que se notar que o Windows, sistema operacional para computadores pessoais de maior presença no mundo, possui 3 versões listadas entre as piores. Não creio que alguém que as tenha usado vai protestar contra sua inclusão na infame lista, já que elas são mesmo muito ruins. Estou listando quantas versões principais o Windows já teve:<br />1- Windows 1<br />2- Windows 2<br />3- Windows 3<br />4- Windows 95<br />5- Windows 98<br />6- Windows Millenium Edition<br />7- Windows XP<br />8- Windows Vista<br /><br />Esqueça o Windows 7, que seria a nona versão, pois ela ainda não foi lançada. Eu incluiria a versão 3 como um dos piores sistemas que já usei, mas vou focar a lista da Computerworld. Ela coloca 3 versões do Windows na berlinda. De oito versões do sistema, três podem ser apontadas como os piores sistemas da história. Vou resumir o espírito do que quero dizer. Em se tratando de sistemas operacionais para computadores, 38% do que a Microsoft faz é lixo. Considerando a opinião da Computerworld.<br /><br />Se o fabricante do seu automóvel fizesse tanta besteira assim você não consideraria comprar seu carro de outra empresa? O que está errado quando falamos de computadores então?<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Usuários preguiçosos</span><br />Sei que já bati muito nessa tecla, por isso serei sucinto. Como pode haver tanta porcaria na linhagem do produto mais usado de um mercado? Todos os profissionais que trabalham com produtos físicos, isto é, produtos estocáveis e entregáveis e não-serviços, trabalham com uma premissa transmitida por suas graduações. A de que o valor do produto está associado à percepção de qualidade e utilidade do consumidor. Como explicar que um produto que possui a percepção de qualidade tão degradada quando o Windows para uma fatia tão grande do mercado seja o líder de vendas?<br /><br />Não somos capazes, enquanto indústria, de produzir nada melhor do que isso? Ou será que a inércia do mercado consumidor, que eu chamaria de preguiça em um dia menos amistoso, ficou tão grande a ponto de perdoar um fornecedor relapso como a Microsoft, que em cinco anos de trabalho não conseguiu entregar nada melhor que o Vista aos seus clientes?<br /><br />Esta postagem definitivamente levantou mais questões do que respondeu.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-81534655116730149422009-02-14T12:39:00.003-02:002009-02-14T12:59:26.066-02:00O hardware definitivo<span style="font-weight:bold;">O purismo e a utilidade</span><br />Estou pegando emprestado o termo usado pelo Adan, quando comentou <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2009/02/no-que-estamos-errando.html">minha última postagem</a>, e fazendo uma tradução livre. O hardware definitivo seria um notebook (desktops estão fora de moda não acha?) no qual uma distro Linux qualquer rodasse de forma perfeita. Digo uma distro Linux qualquer porque, não importa qual fosse, no dia seguinte todas as outras distros do mundo poderiam estar rodando tão bem quanto. Essa é uma das belezas do software livre. E deve ser uma distro qualquer mesmo, porque se eu tiver que escolher uma distro específica que eu tenha que usar, ora, seria muito parecido, em essência, com ter que ficar no Windows. Liberdade é, acima de tudo, o poder de escolher.<br /><br />Refiro-me a isso como algo muito raro, se realmente existir, porque eu não me lembro de ter visto um notebook assim. Todos os notebooks em que tive o prazer de rodar Linux sempre deixavam algo de fora, como o (win)modem, ou o teclado auxiliar, ou o controle remoto, ou a hibernação, ou... Afinar um Linux em um notebook moderno e sua pletora de funcionalidades é trabalho não só para um bom e experiente usuário, mas também para alguém com algumas inclinações para programação. Nem que seja a “programação de botequim” dos arquivos de configuração dos muitos softwares de um sistema GNU/Linux completo (para agradar aos mais puristas, coisa que um dia já fui). Além disso, toma tempo.<br /><br />Tempo que eu tinha quando programava para viver (não PCs diga-se) e/ou estava na faculdade. E que não tenho mais, pois agora trabalho com outras coisas que pagam a conta no fim do dia. Tornei-me um entusiasta de Linux (no sentido mais hobbista que essa palavra pode ter). E com isso, passei a ter ressalvas com relação a gastar dois dias programando as teclinhas azuis do teclado auxiliar do meu notebook. Foi mais ou menos aí que me tornei menos purista.<br /><br />Continuo achando que computador é pra <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2006/01/confuso-sobre-o-linux.html">quem entende</a>. Quem não entende deveria aprender a entender, afinal de contas provavelmente hoje o emprego quase sempre depende de computadores e de sua destreza relativa ao usá-los. E quem não quer entender pode parar de reclamar e voltar a usar máquina de escrever. Sempre defendi que os computadores, como máquinas complexas e capazes de executar as mais distintas e igualmente complexas tarefas, devem e são mais difíceis de usar do que uma cafeteira e uma televisão. Portanto dizer que eles serão fáceis e usar é agir de má fé. É isso que Microsoft e Apple tem feito desde que lançaram a interface gráfica. É essa a razão principal pelo meu desdém pelo que essas empresas às vezes fazem.<br /><br />Ainda assim, quem quiser fingir que um computador é uma peça fácil de usar pode ficar à vontade e manter seu Windows. Em lugar de gastar dois dias configurando teclinhas azuis vai ficar dois dias fazendo backup e reinstalando sistema. Se for pra escolher eu prefiro a “programação de botequim” porque ao menos é melhor do que dar banho em porco formatando e reinstalando Windows.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Hardware + Software = ?</span><br />Mas tem uma coisa que eu posso dar-me o luxo de invejar no mundo extra-Linux (que compreende tudo aquilo que não é Linux). A descartabilidade. Em vez de ficar tentando fazer toneladas de placas de rede ISA funcionar os outros sistemas operacionais seguem adiante. A retro-compatibilidade do Windows é uma piada de mau gosto há tempos. Steve Jobs deu uma entrevista e disse:<br /><blockquote><span style="font-style:italic;">Quando eu voltei em 1997, estava procurando espaço e achei um arquivo com Macs velhos e outras coisas. Eu disse: ‘Tirem isso daqui!’ e mandei toda aquela merda para Stanford. Nesse negócio, se você olhar para trás, será esmagado. Você tem de olhar para frente.</span></blockquote><br /><br />Podemos nos gabar o quanto quisermos de que nosso sistema roda em computadores 486 que podemos usar como firewalls de pequeno porte. Hoje eu acho que seria mais vantajoso poder rodar o Linux em um HP Touchsmart sem os inúmeros problemas e conseqüentes soluções que existem relatados por aí, como <a href="http://www.touchsmartcommunity.com/forum/thread/76/Will-it-run-Linux/">por exemplo aqui</a>. Mas no lugar do HP Touchsmart você pode colocar qualquer notebook topo de linha de qualquer marca. Provavelmente um <a href="http://www.sonystyle.com.br/br/site/catalog/ProductDisplay.jsp?stockType=A&parentCatId=cat4240013&category=informatica&tabNum=1&id=VGNAW180AU">Sony Vaio de R$ 12mil</a> vai necessitar de alguns dias de configuração cuidadosa antes de entregar tudo que pode sob a batuta de um Ubuntu ou Fedora. Ainda que se possa transformar aquele AMD K6 já amarelado pelo tempo no firewall de maior consumo de energia do hemisfério em pouco mais de 20 minutos.<br /><br />Fazemos coisas legais e únicas com Linux. E sofremos para fazer coisas comuns. Porque ainda que seja pouco útil, é relativamente fácil dar suporte para hardware antigo. A base instalada de placas de rede NE2000 é enorme, portanto o Linus Torvalds vai dizer que se justifica dar suporte a isso de forma consistente. Ele está certo. Mas enquanto empregamos energia para suportar coisas que ouros sistemas e plataformas abandonaram, estamos perdendo a oportunidade de olhar para algo novo.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">O hardware certo</span><br />A Apple possui uma dupla muito bem acertada. Seu MacOSX só existe porque tem um computador onde ele roda de forma perfeita (flawless). Entretanto isso causou uma dependência forte de controle do hardware, e de como o software se comporta nele, que faz coisas bobas como a <a href="http://macmagazine.com.br/blog/2009/02/08/psystar-vence-uma-das-batalhas-judiciais-contra-a-apple/">Psystar</a> criarem um medo pavoroso na maçã. A Apple então é levada a <a href="http://macmagazine.com.br/blog/2009/02/04/ilife-09-comeca-a-apresentar-recursos-incompativeis-com-macs-powerpc-e-baseados-em-chips-single-core-da-intel/">cometer insanidades</a> que são piores que as da Microsoft quando o assunto é ética com o cliente. Ainda assim é preciso se reconhecer que a Apple possui a mais acertada dupla de hardware e software do mercado, e seus usuários parecem bem felizes.<br /><br />A Microsoft preferiu uma abordagem diferente: vamos dar suporte a tudo desde que não precisemos dar suporte a nada. Assim os fabricantes correm para comprar adesivos “Desenhado para MS Windows <span style="font-style:italic;">[if (year>2009) { cout << “7” << endl;} else { cout << “Vista” << endl;}]</span>” Como se o hardware devesse ser desenhado para o software e não o contrário. <br /><br />O fato é que lá atrás, quando o Windows não era muita coisa e competia com outras interfaces gráficas, a Microsoft se empenhou muito para criar ela mesma muitos drivers, e ainda faz isso. A maioria dos dispositivos básicos de um notebook típico usa drivers para Windows feitos pela própria Microsoft. Entretanto quando o trabalho é sujo de verdade, ela deixa o problema para o pai da criança. Placas de som, vídeo, etc possuem drivers prórpios, também eles projetados e ajustados para Windows.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Três Reis</span><br />Isso nos coloca três modelos distintos pelos quais os maiores sistemas operacionais da atualidade (em número de almas capturadas) se relacionam com seus hardwares base.<br /><br /><span style="font-style:italic;">1-Modelo Mac:</span><br />Eu cuido de tudo, o que não é muito, pois vou usar pouco hardware;<br />Os Macs são bem parecidos por dentro e com poucos drivers a Apple dá conta do recado e customiza ao seu prazer o computador, fazendo o software rodar muito bem.<br /><br /><span style="font-style:italic;">2-Modelo Windows:</span><br />Eu cuido do que não aparece, pois é pouco, e você cuida do que é mais visível, pois é muito;<br />Existem bem menos modelos de controladores USB sendo usados em computadores novos do que de placas de vídeo. Então a MS fica com o trabalho de base, onde a estabilidade do sistema é mais crítica, e deixa que nVídia e ATI se matem para ajustar seus drivers ao máximo para o Windows, onde os jogos de computador vão rodar. Isso é flexível pois também existem muitos drivers de fabricantes para as bases dos PCs, como os controladores USB, por exemplo. Entretanto a MS precisa desse trabalho para que o sistema rode em um computador novo, antes das otimizações e Service Packs.<br /><br /><span style="font-style:italic;">3-Modelo Linux:</span><br />Eu cuido de tudo e você não precisa se preocupar, vou tentar dar suporte a tudo que o Windows dá e rodar como o MacOSX roda nos Macs;<br />Temos os programadores de Linux tentando fazer tudo sozinhos, pois mesmo quando a empresa que fabrica o hardware está ajudando (como a ATI que publicou APIs de seus chipsets de vídeo) ela está mais preocupada com os movimentos do concorrente no mundo Windows do que com o Linux de verdade. E o resultado quase sempre é um suporte incompleto, lento, com muitos bugs e que não contempla todas as funcionalidades do hardware.<br /><br />Pensando seriamente sobre isso, não é muito difícil de adivinhar quem está na desvantagem, não é?<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Sem dinheiro, sem suporte, sem ajuda. O que fazer?</span><br />Em mares de barracudas os peixes menores tendem a nadar juntos, agrupando-se em cardumes. Eles movimentam-se todos juntos ao mesmo tempo. E ainda que isso não diminua as chances da barracuda conseguir algo para comer, fica muito óbvio que cada peixe individual tem chances dramaticamente menores de ser capturado por uma barracuda que ataque o cardume. Ou seja, para enfrentar um predador poderoso, a natureza usa a união dos mais fracos. Muitos outros seres usam desta mesma tática contra outros predadores, inclusive fora do mar. Assista o NatGeo que você verá que isso realmente ocorre.<br /><br />Parece-me pouco inteligente usar uma demanda limitada de programadores de software livre para tentar “dar suporte à maior quantidade de hardware possível”. Existem muitos programadores, em várias empresas, com orçamentos generosos, escrevendo drivers para Windows operar hardwares de diversos tipos, alguns ainda por serem lançados. Quando mais penso sobre isso mais fica claro que não conseguiremos dar conta de acompanhar o trabalho desses caras. Deveríamos estar procurando outro modelo em lugar de manter suporte a placas ISA.<br /><br />O modelo bazar pode funcionar muito bem para o sistema operacional em si, mas talvez não seja tão adequado ao ciclo de vida de uma placa de vídeo. Até que o driver fique pronto e sem graves erros na aceleração 3D talvez aquele processador de vídeo não esteja mais sendo fabricado.<br /><br />O que estou querendo dizer é que talvez, em lugar de tentarmos dar suporte a 500 placas de vídeo diferentes, talvez tenhamos que escolher 50 e diminuir o tempo em que esses drivers ficam em versão beta. Em vez de tentar fazer todas as 40 distros que achamos simpáticas rodar em 400 modelos diferentes de notebooks poderíamos fazer todas as 40 rodarem bem em 40 modelos de notebook.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">E quanto à liberdade?</span><br />Isso parece restritivo? E se eu disser que acho que deveríamos escolher uma marca de notebooks apenas e tentar dar suporte para todos os modelos dessa marca? Antes de ficar tentado a responder que isso afeta as liberdades que envolvem o software livre responda: ter que escolher uma certa distro para meu modelo de notebook em específico, porque ela é uma das poucas que funciona, não é fazer a mesma coisa, só que com o software. Não estou sendo “obrigado” a fazer algo do mesmo jeito?<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Preferido pelo Tux</span><br />Se adotássemos uma marca, a que melhor dê suporte ao Linux hoje, como a “marca preferida do Linux”, déssemos a esse fabricante um adesivo “Preferido pelo Tux” e começássemos todos a comprar apenas os modelos desta marca. Desde que as 10 maiores distros fizessem ele funcionar perfeitamente, claro. Não conseguiríamos gerar um efeito manada no mercado que provocaria mudanças?<br /><br />Muitos fabricantes passaram a dar alguma importância para o Linux com a onda dos Netbooks. Mas seus notebooks ainda eram incompatíveis com Linux em muitos casos. E mesmo essa relativa aderência ao Linux nos Netbooks tem prazo de validade. Vamos perder nos Netbooks para alguém que <a href="http://www.forumpcs.com.br/noticia.php?b=250367">já estava morto segundo seus próprios pais</a>. <br /><br />E até a série de máquinas de baixo custo (desktops e notebooks) que saem de fábrica com Linux é uma falácia. Cansei de ver máquinas que vinham com [Nome estranho]Linux nas quais metade do hardware sequer funcionava. As pessoas compravam esses computadores com os CDs piratas de Windows já nas mãos. Além disso os notebooks que “já vem com Linux” normalmente são as piores máquinas da linha de qualquer fabricante, e o Linux é uma saída fácil para baixar o custo e tentar ganhar o usuário que nunca teve computador. Uma ótima forma de criar rejeição a algo novo. Houve quem comemorasse o que, na verdade, apenas depreciava ainda mais o Linux frente ao usuário leigo. Então começamos a perder para um tal Windows Starter, que é o sistema operacional mais estranho de que já ouvi falar. Nele você não pode rodar programas. Na verdade pode apenas rodar 3 programas ao mesmo tempo, o que é muito estranho.<br /><br />Sem discutir a utilidade de um SO onde não se pode rodar programas, lembro de algo que parecia ser a esperança de futuro para o Linux. O OLPC XO ou Laptop de US$100 que rodaria Linux e ensinaria as crianças desde cedo a usar outra coisa diferente de Windows. A idéia era de que, livres dos grilhões desde cedo, os usuários escolheriam o que achassem melhor. Mas o OLPC foi afundando devagar e nunca colocou sua promessa em prática. Eu <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2007/11/negroponte-difcil-de-entender.html">falei muito sobre isso</a> quando ainda havia esperança de que o projeto entregasse mesmo o prometido e teve gente <a href="http://br-linux.org/linux/node/3293">me xingando</a>, criticando duramente e não entendendo o que eu já havia percebido.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Se você não muda, nada muda</span><br />Mas o que todas essas histórias têm em comum é nosso destino. Em todas elas sempre perdemos. Sempre fui enfático em dizer que o Linux não deveria tentar ser o Windows ou abrir <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2006/02/filosofia-e-o-sistema.html">guerra contra o Windows</a>. São coisas diferentes. Mas é duro olhar para nossa história recente e ver que não estamos conseguindo ir além de onde já fomos e que mesmo assim não estamos fazendo nada diferente.<br /><br />A Mandriva, minha distribuição predileta, está mal e mandando seus grandes programadores embora. Com muito azar, talvez em poucos anos ela desapareça, como distro e depois como empresa. E o que isso irá ensinar sobre a vida para nós? O dinheiro de Mark Shuttleworth não vai durar pra sempre, e quando acabar será que o Ubuntu conseguirá viver por conta própria? A IBM não vai ajudar a desenvolver o kernel para sempre. Em algum momento vamos ter que virar a mesa e tornar o Linux algo que performe melhor em termos de vendas no mercado, nem que seja para que a HP torne seus notebooks menos avessos ao Linux.<br /><br />Nossa estratégia nos trouxe até aqui, e isso foi ótimo. Mas me parece que para ir além no desktop precisamos fazer algo mais. E, novamente, não que eu queira que velhinhas idosas aprendam a montar dispositivos removíveis. Eu gostaria de ver notebooks onde o Linux funcionasse perfeitamente serem comuns. Ao comprar um PC você não pergunta se ele roda Windows, ou consulta uma lista de compatibilidade de hardware. Bem, você até consulta se estiver comprando hardware velho quando a Microsoft lançou um sistema novo. Eu gostaria de não depender da distribuição X ou Y para vê-lo funcionar. Talvez assim poderíamos atrair alguma atenção séria de fabricantes que hoje nos tratam como hippies alternativos ou simplesmente como bobos.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-39520822079970378262009-02-08T01:45:00.002-02:002009-02-08T01:58:48.807-02:00No que estamos errando<span style="font-weight:bold;">Despensa vazia</span><br />Pela primeira vez desde que troquei de notebook (isso foi em Dez 2007) eu decidi baixar uma nova imagem de Linux e queimar uma mídia. Precisava revisitar minha distro favorita, Mandriva, e ver como as coisas haviam ficado com o KDE 4 (que eu só havia visto em screenshots na internet). A HP não deixou. Meu HP Pavilion dv6650 não roda Linux nem com reza brava. E em algum lugar da minha mente as palavras “padrão PC” ressoavam vagamente. Tentei algumas tiradas clássicas como desligar o suporte a APIC e o SMP (meu notebook usa um Turion X2) mas o Mandriva One travava durante a inicialização. Depois eu descobriria que problemas com IRQ dos dispositivos USB eram a causa dos travamentos.<br /><br />Decidi então baixar um live CD do Fedora 10, com KDE 4 pois nunca fui muito fã do Gnome. Nada feito. Após buscar muitas dicas na internet e usar diversos parâmetros de boot para desligar o suporte ao APIC ele deu boot, mas não iniciava o X. A mensagem “(EE) no device found” retornada pelo X.org indicava que o driver da nVidia não estava subindo corretamente. De fato o driver quebra com o problema de suporte ao APIC.<br /><br />Estava, ao meu lado, um HP nx6535 também com Turion X2 mas com chipset (e vídeo) da ATI. Decidi testar o Fedora 10 live nesse notebook e testemunhei, pasmo, o início do sistema e interface gráfica com uma única modificação nos parâmetros de boot:<br /><blockquote>pci=routeirq pci=assign-busses noapic nosmp nolapic</blockquote><br />Exato, no HP nx6535 com chipset ATI o Fedora 10 KDE rodou perfeitamente e iniciou a interface gráfica com o KDE 4 e tudo.<br /><br />Estava eu, com dois notebooks da mesma marca. Um low-end para escritórios e um mid para uso pessoal, com o mesmo modelo de processador, mesma quantidade de memória, mesma placa wi-fi, chipsets diferentes. E o note com chipset ATI rodou o Linux sem problemas, aquele com chipset nVidia não. Lembrei que meu note antigo que rodava Linux com algumas modificações semelhantes nos parâmetros de boot e também tinha chipset ATI.<br /><br />Independente disso, eu estava novamente jogado à <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/search?q=fim+da+novela">mesma situação de três anos antes</a>. Configurar o hardware de vídeo de um notebook da HP onde desejo usar Linux. Será que em 3 anos nada mudou? Fiquei fora por pouco mais de um ano (do mundo do software livre) e quando volto o que encontro? A despensa vazia!<br /><br /><br /><span style="font-weight:bold;">O IDG Past</span><br />Justamente quando estou revendo esses velhos problemas bem diante de meu nariz aparece um <a href="http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2009/02/01/linux-no-desktop-entenda-por-que-esse-casamento-nao-vingou/">artigo no IDG Now</a> repetindo velhos bordões. Até ficou parecendo IDG <span style="font-style:italic;">Past</span>, pois assim como meu problema de vídeo, ou de APIC, ou ambos, certas coisas naquele artigo deveriam estar renegadas ao passado. Mas não estão.<br /><br />Não vou dedicar tempo ao artigo do IDG Past pois <a href="http://webinsider.uol.com.br/index.php/2009/02/04/linux-e-desktop-e-mesmo-um-casamento-em-crise/">o Ricardo Bánffy já fez isso</a> com uma destreza particular (e constante) dele. Com o artigo do Ricardo nada mais precisa ser dito sobre o que foi levantado no IDG. Vou à diante com a seguinte conclusão sobre o caso: é lamentável que um site sobre tecnologia que queira informar seu leitor publique com tanta naturalidade opiniões tão equivocadas sobre assunto tão importante. O mínimo que se poderia esperar seria argumentos mais sólidos ou uma postura mais crítica dos editores com relação ao que foi citado.<br /><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Enfim, os erros que cometemos</span><br />Com a experiência de quem usou OS/2 Warp e assistiu a IBM tentar ser responsável pelo desenvolvimento de todos os drivers e programas para a plataforma eu entendo que estamos chacoalhando a árvore errada no Linux.<br /><br />A IBM desenvolveu uma API para criar drivers de impressoras, de vídeo, de rede, etc no OS/2 de tal forma que bastavam algumas especificações dos drivers de Windows 3.x para que eles funcionassem sobre a API do OS/2. A idéia era tornar o mais fácil possível para as empresas adaptares os drivers escritos para o sistema da Microsoft. Depois o conceito foi expandido para os programas de 32bit do Windows 95. Àquela época o OS/2 rodava programas Win16 pois possuía a API do próprio Windows dentro de si. O conceito gerou uma API chamada Open32 que, nos mesmos moldes do POSIX, pretendia ser uma ferramenta a partir da qual uma simples recompilação de um programa Win32 geraria código executável nativamente em OS/2.<br /><br />A IBM estava sendo visionária, pois o Win32 ainda não era um padrão de mercado e o Windows95 estava chegando às lojas. O que se pretendia era que Adobe, AutoDesk e outras softwarehouses de programas Windows gastassem 10% a mais de tempo para recompilar binários para OS/2 usando a API Open32 que a Big Blue disponibilizava de graça. Saiu pela culatra porque com isso a IBM só fez fortificar o padrão do Windows. Em pouco tempo os desenvolvedores começaram a pensar que podiam apenas compilar para Windows, pois como sempre fizera antes a IBM em breve daria um jeito de fazer código Win32 rodar no OS/2 assim como o Win16 já rodava.<br /><br />Estamos cometendo o mesmo erro no Linux. Vou explorar melhor esse aspecto logo, mas existe um outro ponto que eu gostaria de levantar. Chacoalhamos a árvore errada ao tentar fazer o Linux rodar em todo PC em que Windows roda. Isso tira o foco de coisas importantes. E vou detalhar isso em seguida também.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Se você fizer o trabalho de alguém esse alguém vai fazer outra coisa</span><br />Temos centenas de bons programadores voluntários que nesse exato momento estão criando drivers de dispositivo para submeter ao kernel Linux. O primeiro impulso é de agradecer a esses colaboradores por seu empenho e dedicação. Sem comentar sua nobreza em submeter o driver da minha placa de rede para que eu possa usar Linux. Isso é ótimo.<br /><br />Mas o efeito colateral disso é que grandes fabricantes de hardware virtualmente onipresente não são a mínima para o Linux porque entendem que outros farão seu trabalho de graça. A Broadcom é o primeiro nome que me vem a cabeça. Temos o driver de wi-fi da Broadcom que é desenvolvido por programadores sem o suporte oficial do fabricante. Além disso temos o ndiswrapper que usa o driver original de Windows para operar o hardware sob Linux. Essa segunda solução funciona particularmente tão bem que a Broadcom vai evitar ao máximo pagar um funcionário próprio para escrever um driver de verdade para Linux. E enquanto isso funcionar muitos notebooks usarão hardware Broadcom oficialmente não suportado no Linux.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Um pássaro na mão é melhor do que dois pássaros voando</span><br />Responda rápido, você prefere um sistema que suporte 10mil dispositivos de forma meia-boca ou um que suporte 2mil de forma plena? Os dados de crescimento do MacOS X e <a href="http://br-linux.org/2009/desktop-mac-os-x-cresce-windows-7-cresce-e-linux-diminui/">redução na utilização de Linux</a> podem até estar errados como <a href="http://webinsider.uol.com.br/index.php/2009/02/04/linux-e-desktop-e-mesmo-um-casamento-em-crise/">sugeriu o Ricardo Bánffy</a> ou distorcidos.<br /><br />Entretanto me parece mais fácil vender um sistema em um hardware onde ele funciona absolutamente bem, mesmo que o hardware em si seja uma droga (Intel, desculpe, mas essas placas de vídeo dos Macs são muito safadas). Ao menos mais fácil do que vender um sistema que, após instalado anule a funcionalidade daquelas teclas bonitinhas que seu notebook de R$3Mil tem além do teclado. Se tivéssemos 40 distribuições diferentes de Linux e cada uma tivesse um propósito bem definido eu concordaria com o Linus de que a <a href="http://br-linux.org/2009/a-favor-da-pluralidade-de-distribuicoes/">Pluralidade</a> é <span style="font-weight:bold;">100% positiva</span>.<br /><br />Mas não vejo vantagem prática em ter 5 distribuições de renome internacional e nenhuma delas conseguir lidar com o APIC quebrado dos notebooks da HP. Parece que estamos todos trabalhando sempre sobre os mesmos problemas (<span style="font-style:italic;">e chacoalhando juntos as árvores erradas</span>) que ficam se repetindo quando essa redundância encontra o disposto no item anterior. Três anos se passaram e o driver de vídeo ainda é um problema porque temos vários grupos de trabalho e dezenas de programadores independentes tentando fazer aceleração 3D funcionar em 400 modelos de placas de 4 fabricantes de chipsets.<br /><br />Penso que restringir isso a 20 modelos de placas de um único fabricante seria restritivo e até contra os preceitos do software livre. Mas não teríamos mais chances de colocar o Linux no desktop se tivéssemos 100% de certeza que o Linux vai funcionar em uma certa gama (pequena!) de hardware do que <a href="http://br-linux.org/linux/divulgar-compatibilidade">fazendo isto aqui</a>?<br /><br />Já ouvi falar de colegas que, quando decidem comprar um novo notebook, vão à loja com um Live CD de sua distro Linux e testam nos modelos para antever os problemas e optar de forma mais acertada. Não é irônico que os usuários mais exigentes sejam aqueles (únicos!) que não podem se dar ao luxo de efetuar uma compra on-line? Um usuário de Windows e mesmo um usuário de Mac pode entrar na sua loja on-line predileta e comprar um notebook sem sair de casa. Um usuário de Linux não, porque ele vai querer testar o sistema antes pra ter certeza de que ele irá rodar(!).<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Hardware funcional</span><br />Se tivéssemos uma lista de hardware que é <span style="font-weight:bold;">100% funcional</span> e ignorássemos o resto (chega que ficar apelando à fabricante X para que libere a especificação, vamos abandonar esse hardware) não conseguiríamos progredir de forma mais positiva? <span style="font-weight:bold;">Talvez não</span>. Mas entendo que é isso que tem dado ao MacOSX visibilidade. Existe uma gama muito restrita de hardware sobre o qual esse sistema roda. Mas ele roda absolutamente bem sobre esse hardware. Isso é pouco freqüente com o Linux.<br /><br />Porque não temos uma distribuição de grande porte focada em notebooks? Da mesma forma que temos algumas focadas em servidores? Em vez disso temos dezenas de sites falando sobre <a href="http://www.linux-laptop.net/">quais modelos de notebooks</a> <a href="http://tuxmobil.org/mylaptops.html">rodaram melhor ou pior esta ou aquela distribuição de Linux</a>. Isso te parece um bom trabalho? Também não parece bom aos olhos do usuário médio.<br /><br />O usuário de MacOSX sabe qual computador comprar para rodar seu sistema predileto e isso é uma vantagem para um sistema que deseja ser mais usado no futuro. O usuário de Windows sabe qual computador comprar (virtualmente qualquer PC). O usuário de Linux precisa de uma lista de compatibilidade, conferir modelos, e se o fabricante tiver mudado o chipset a lista de compatibilidade vira fumaça. <br /><br />É por isso que o casamento do Linux com o desktop não vingou. Temos um excelente sistema operacional e hardware incompatível cujos fabricantes não se importam. Estamos tentando fazer o trabalho dos fabricantes e esquecemos de fazer o que nos cabia como usuários (exigir nossos direitos e boicotar fabricantes que não atendem nossas expectativas). E no IDG Past também estão chacoalhando a árvore errada.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-10762468.post-6735015917088154772009-02-08T01:43:00.001-02:002009-02-08T01:45:21.089-02:00Mais de um ano de fériasÉ assim que você poderia chamar esse período pelo qual fiquei “afastado” do meu projeto pessoal mais interessante: o Livre Acesso. Vou usar meus primeiros parágrafos para falar disso. O Livre Acesso me deu muito prazer e tenho uma boa dose de culpa por deixá-lo de lado tanto tempo. Gosto de pensar que este blog foi relevante por algum tempo. Algumas postagens chegaram a sites de expressão como o <a href="http://www.noticiaslinux.com.br/">Notícias Linux</a>, o <a href="http://br-linux.org">BR-Linux</a>. E até fui convidado para participar como colaborador permanente do <a href="http://meiobit.com/">Meiobit</a>. Naquela fase eu tive mais leitores do que nunca e comecei a deixar de lado o meu blog Livre Acesso. Então muitas mudanças na vida pessoal e no trabalho necessitaram da minha energia e não consegui dar a esses projetos o tempo que deveria.<br /><br />Saí do Meiobit, não por opção própria que fique claro. E deixei de escrever sobre software livre. E deixei de fazer isso porque o software livre foi perdendo espaço em minha vida profissional, a tal ponto que o único Linux ao meu redor era um servidor de arquivos e mídia que acabou perdendo sua placa mãe. Esse servidor não foi reposto, e um HD externo assumiu seu lugar. Meu antigo notebook, um <a href="http://falcon-dark.blogspot.com/2006/01/linux-x-ati.html">HP Compaq nx6115</a>, foi substituído por uma máquina mais parruda e com sérios problemas de APIC onde o Linux só roda com sérias restrições. Não senti muitos problemas nisso, pois a máquina serve para trabalhar... em ambiente Windows. Meu empregador usa apenas Windows XP, de cima abaixo (exceto por alguns servidores UNIX que estão fora do meu escopo), e Microsoft Office, incluindo o terrível Outlook que alguém no marketing da Microsoft insiste em chamar de software de e-mails.<br /><br />O fato é que minha rotina de trabalho não dá margem a flexibilizações e mesmo meu notebook pessoal roda Windows (dessa vez o Vista) pois não raro levo trabalho para casa após e expediente. Rodar o Access 2007 no Wine não é algo prazeroso e com o tempo que tenho acabei ficando acomodado demais para lutar contra isso da forma que eu gostaria. Entretanto não posso negar que tem sido uma experiência enriquecedora trabalhar por dois anos apenas com sistemas Microsoft: tenho hoje mais argumentos do que nunca para explicar porque não suporto o que Redmond faz e chama de software. Tudo é não-intercompatível, excessivamente cheio de bugs tolos, lento, tendente a travamentos, e mentalmente paralisante no universo da Microsoft. Vi de tudo, desde Access anunciando falta de memória em x86 com 3GB de RAM por não saber tratar adequadamente tipos de variáveis até Outlook congelando com a queda da conexão TCP/IP enquanto baixa arquivos do Exchange e corrompendo o arquivo .PST por isso. <br /><br />Mas estou falando sobre tudo isso para explicar essa ausência. Como eu poderia falar sobre software livre sem usar software livre no dia a dia? Esses fatores juntos colocaram o projeto do Livre Acesso de lado e mesmo agora, com um novo artigo, eu não sei dizer se “retornei” de verdade. Mas minha rotina agora me dá espaço para colocar um Linux em meu notebook novamente, principalmente porque meu empregador me disponibilizou um portátil para andar comigo, e agora meu note pessoal pode voltar a usar o que eu quero e não o que tenho que usar.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12391312860663932804noreply@blogger.com4