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segunda-feira, outubro 03, 2005

Um notebook que vale mais que US$100,00

Entra na reta final o projeto do MIT de criar um dispositivo portátil com um preço de aproximadamente US$ 100,00. Ele não será comercializado para o público geral, mas sim vendido diretamente aos Ministérios de Educação de países sub-desenvolvidos ou em desenvolvimento, para que seja entregue à crianças em idade escolar fundamental. O ambicioso objetivo é fornecer uma unidade à cada criança para que ela possa usá-lo na escola e levá-lo para casa tornando o uso de computadores e a convivência com a tecnologia uma realidade. O que isso tem a ver comigo ou com você?

Um computador para cada criança
Nicholas Negroponte, fundador e presidente do Media Lab do MIT, responsável pelo projeto, almeja que os governos de países como China, India e Brasil, entre outros, comprem milhões de unidades dessas máquinas e forneçam uma delas à cada criança do ensino fundamental. Esse é o primeiro ponto onde eu e você entramos nessa brincadeira, pois é o dinheiro dos nossos impostos que será usado para comprar notebooks baratos para essas crianças.

Alguém poderia pensar então que se comprar um notebook de um revendedor legal estará pagando uma boa parte desse preço na forma de impostos. Esses impostos estariam sendo usados para comprar pequenos notebooks para crianças, que os receberiam gratuitamente e que portanto haveria uma certa injustiça implícita nesse processo. Que se o governo deseja mesmo democratizar a tecnologia deveria reduzir ou anular os impostos sobre computadores de uma forma mais homogênia no mercado. E esse pensamento seria um erro.

Quem acompanha meu blog com alguma freqüência já deve ter percebido que considero o computador a ferramenta fundamental da sociedade moderna. Computadores são como garfos ou lápis, indispensáveis para que possamos ser cidadãos. Saber usar um computador é requesito fundamental, ou será em breve, para que qualquer pessoa possa exercer seus direitos básicos de acesso à informação, liberdade de expressão e pensamento e direito à auto-determinação. Portanto nosso papel enquanto membros da sociedade é colaborar para que cada cidadão possa ter acesso a um computador e ao conhecimento necessário para poder usá-lo da melhor forma possível.

Começar com as crianças é um ótimo preceito. As crianças são naturalmente ávidas por experiências novas e aprendem com uma facilidade incrível. Tenho certeza que apenas alguns dias à frente de uma dessas máquinas será suficiente para que grande parte das crianças já use-as com maestria e naturalidade. Como é lógico que a maioria absoluta das crianças jamais teria condições de ter acesso à uma máquina como essas sem a intervenção do governo então estaremos fazendo o certo e o justo ao custear esses pequenos notebooks para as crianças.

Como construir um notebook de US$100,00
Se você não percebeu US$100,00 é mais ou menos o salário mínimo brasileiro hoje. Como construir uma máquina tão barata para fornecer uma à cada criança pode ser possível? Segundo o MIT a enorme quantidade de unidades a serem fabricadas conseguiu reduzir o preço unitário de cada componente à níveis realistas para atingir as metas do projeto. Mas ainda faltava uma coisa. O software dessas maquininhas.

Software é algo engraçado. É o único produto (que eu consiga pensar agora) de nossa sociedade que é ilimitado e infinito. Coloque um software em uma máquina e ele rodará a uma velocidade. Coloque o mesmo software em uma máquina mais rápida e ele rodará mais rápido. As capacidades de um software, diferente do hardware, são dependentes de fatores ligados à limitações externas. Em teoria um software poderia rodar para sempre, sem nunca precisar de reparos ou melhorias, desde que fosse bem escrito o suficiente.

E software é reaproveitável, reciclável a um custo muito baixo. Se eu vou escrever um software novo posso aproveitar software da geração anterior, ou de outras pessoas ou empresas e este processo me custaria uma fração apenas do que custaria desenvolver tudo do zero. Isso tudo me leva a crer que o software deveria tornar-se cada vez mais barato, mas não é isso que ocorre normalmente.

O software hoje é uma parcela muito cara de qualquer sistema computacional. Em parte porque o material humano necessário para produzir software é altamente especializado. Assim parece ser uma trajetória natural do mercado que os preços de softwares acompanhem uma linha ascendente, como podemos verificar que muitos produtos fazem hoje. Isso é normal para o modelo de produção de software em uso, que é uma adaptação do modelo de produção de qualquer outra coisa industrializada. As fábricas de software e os desenvolvedores de software ainda utilizam um modelo de manufatura onde cada membro ou grupo vai criando uma parte para adaptar-se à imagem desejada de produto final. O somatório dos custos de todas as partes é o custo final de desenvolvimento do software e que deve ser pago pelos clientes para que a empresa continue saudável.

Partindo desse preceito não poderíamos afirmar que uma cópia do Windows, por exemplo, talvez o software mais popular e onipresente no mercado doméstico hoje, é cara demais porque custa US$350,00 ou algo perto disso. Ao menos não poderíamos afirmar isso mais do que deveríamos afirmar que automóveis são caros demais. E automóveis são cerca de 3000 peças montadas juntas e entregues com garantia por quantias a partir de US$7.000,00 no Brasil. Não me parece que automóveis sejam tão caros assim. Enfim, a Microsoft cobra por seus sistemas o quanto acha justo, os clientes decidem se esse valor é razoável, e muitos clientes pensam que é, e compram o sistema.

Mas se um sistema operacional convencional, como o WindowsXP, custa US$350,00 como construir um computador de US$100,00? Sob certa ótica, desenvolver um sistema operacional para 1 máquina ou para 30 milhões de máquinas custaria a mesma coisa, desde que os produtos finais pertencessem à mesma categoria. A lei de massificação diria que quanto mais cópias você pudesse vender, menor poderia ser seu preço individual, pois por um número maior de clientes você poderia distribuir seus custos de produção e seu lucro desejado. Tomando isso como verdade eu poderia, a grosso modo, sugerir que o Windows é então o sistema operacional com o menor custo de desenvolvimento por unidade do mercado, já que ele é o sistema mais vendido. E que portanto seu preço de venda poderia ser o menor possível dentre os sistemas de sua categoria. É administração básica tudo isso.

Então voltando à pergunta deste item: Como fazer um computador de US$100,00 se o sistema operacional mais barato do mercado custa US$350,00?

O modelo livre
Realmente um beco sem saída estaria criado se um novo modelo de produção não tivesse nascido, ainda na década de 1980. O modelo de produção de software livre. Nesse modelo várias empresas e grupos de pessoas ao redor do mundo dividem entre si os custos de produção e criação do software. Pulverizando esses custos sobre um número muito maior de indivíduos notamos que o custo individual de desenvolvimento para cada um deles é bem pequeno. Ainda que o montante total, que seria a somatória de cada um desses custos, seja muito parecido com o do modelo proprietário. Isso mesmo, desenvolver um Ubuntu Linux custa quase a mesma coisa que desenvolver um WindowsXP. A diferença é que o custo que ficou com a Ubuntu é muito menor que o custo que ficou com a Microsoft porque aquela desenvolveu de fato apenas uma pequena parte do produto que ela vende com seu nome. Enquanto a Microsoft deve arcar e amortizar posteriormente 100% dos custos de desenvolvimento de cada versão de seu sistema (ou algo perto disso) cada empacotador e distribuidor de GNU/Linux arca com uma fração muito menor da tarefa.

O resultado prático disso é que cada distribuidor ou empacotador de Linux, ou qualquer outro software livre, só precisa cobrar o suficiente para cobrir uma pequena parte dos custos de produção de software e seus lucros fazendo com que sistemas operacionais livres ou de código aberto como o GNU/Linux e o FreeBSD possam ser vendidos por valores muito menores que podem chegar a zero.

Dar um sistema como o Mandriva 2006 de graça é possível porque talvez os custos e a expectativa de lucros da sua fornecedora já tenham sido cobertos por contratos empresariais, doações ou venda de outros produtos como suporte técnico e etc. Matematicamente conseguimos produzir um sistema gastando milhões de dólares e fornecê-lo para certos clientes como um brinde.

Isso não prova que a Microsoft cobra demais por seus produtos, ela continua tendo salários para pagar e custos para honrar. Mas mostra que o antiquado modelo de produção de software proprietário, que ainda é baseado em um sistema de produção do século RETRASADO, pode estar mostrando sinais de cansaço. IBM, HP, RedHat, Oracle, Sun, Apple, perceberam isso e decidiram migrar alguns de seus produtos para esse novo modelo de produção, com resultados muito bons. A Microsoft ainda agarra-se ao modelo antigo porque ele é mais rentável, por enquanto, mas não espantem-se se ela começar a produzir software livre ainda nesta década. Isso ocorrerá se ela achar que poderá fazer mais dinheiro dessa forma, pois negócios são negócios.

Colocando o sistema operacional e mais no computador de US$100,00
Como um novo modelo de negócios conseguiu produzir software bem mais barato, muitas vezes tão barato que é de graça, a idéia de um computador tão barato pode ser executada. O computador para crianças de US$100,00 do MIT usará GNU/Linux e terá um pacote de escritório para que as crianças aprendam a editar textos, apresentações e usar planilhas de cálculo. Terá até um pequeno banco de bados incluso no pacote, além de muitas outras coisas, como um compilador de C/C++ que já vem de nascença com o GNU/Linux.

Não só seria impossível construir uma máquina por esse preço usando software da Microsoft, ou de qualquer outro fornecedor proprietário, como isso também poderia inviabilizar todo o modelo de negócios da empresa que tentasse fazê-lo. A única excessão seria talvez a Palm, com seus handhelds, mas vou excluí-los da comparação pois seus sistemas operacionais tem pouca similaridade com os sistemas dos computadores "normais".

Veja, se a Microsoft (sempre ela porque ela faz o Windows, tá bem?) tentasse produzir junto com algum fornecedor de hardware um produto como esse do MIT ela enfrentaria sérios problemas frente à seus clientes tradicionais. Eles questionariam-se como ela baixara tanto o preço de uma cópia de Windows e uma cópia de Office, ao ponto de junto do hardware eles custarem US$100,00, enquanto suas vesões normais juntas chegariam perto dos US$1.000,00 (apenas software!). Para evitar o embaraço de ter de explicar à uma rede bancária porque eles devem pagar 10 vezes mais pelo mesmo produto, ou de adminitr que seu custo não é tão alto como ela vem atestando há décadas diferenças notáveis entre os produtos deveriam sem implementadas.

Essa é a razão pela qual o Windows Starter Edition é tão limitado (podendo abrir apenas 3 programas ao mesmo tempo) para justificar sua diferença de preço e para não canibalizar o mercado do WindowsXP. Se ambos pudessem fazer o mesmo e um custasse 1/3 do outro, quem compraria o XP? Fazer um Windows e um Office que custem US$20,00 ou US$30,00 é inviável para a Microsoft. Ou seriam produtos tão limitados que teriam pouca ou nenhuma utilidade, ou tirariam seus irmãos maiores e mais caros do mercado.

Chegamos à um problema cuja solução elimina a participação do software propritário e sua acumulação pontual de custos. Produzir máquinas extremamente baratas para mercados pobres e crianças carentes cuja finalidade é educacional exige software desenvolvido sob o modelo livre. Essa é a razão pela qual o GNU/Linux e o OpenOffice adequam-se perfeitamente para a questão.

Bons efeitos colaterais
Com tudo isso e a opção por softwares livre do MIT colocaremos (se tudo der certo e a classe política corporativista brasileira permitir) nas mãos de nossas crianças maquinas básicas e limitadas, sim, mas que servirão ao propósito educacional satisfatóriamente. Rodando software livre, com o GNU/Linux como sistema operacional. As crianças terão a oportunidade de explorar um software desenvolvido sob um modelo igualitário por natureza e, o melhor de tudo, que tem as portas abertas e um convite sorridente para que elas entendam como funciona, por dentro e por fora. E mais: o modelo colaborativo da comunidade do software livre é a tradução tecnológica do que tentamos ensinar para as crianças desde cedo. Queremos que nossas crianças tornem-se pessoas isentas do egoísmo e do pensamento individual puro. Queremos que elas aprendam a dividir seus brinquedos, livros e experiências. Software livre é isso, dividir conhecimentos, brinquedos e softwares. O modelo proprietário, onde se você emprestar ou der algo que achou genial à alguém te sujeita a ir para a cadeia ensina, em sua essência, que dividir é ruim. Ensinar as crianças sobre o software livre é expandir para o campo tecnológico os conceitos naturais de viver em sociedade com pessoas que são consideras amigas.

Podemos dar à milhões de crianças que estariam excluídas da tecnologia a oportunidade de acessá-la e de aprendê-la na íntegra. As crianças não só aprenderão como usar um computador, mas poderão também aprender como ele funciona, como o software funciona e como desenvolver programas para esse software funcional, se bem orientadas e instigadas. Estaremos transformando, do dia pra noite, uma geração de excluídos ou de meros usuários em potenciais expertos em hardware e software, engenheiros, médicos, advogados, dentistas ou o que quer que elas queiram ser. E estaremos mostrando à elas na prática que quando o assunto é tecnologia dividir e passar à frente o que se tem é muito bom e é, aliás, a maneira mais eficaz de fazer as coisas melhores. Estaremos ensinando como o trabalho em equipe é importante e como coisas impressionantes podem ser alcançadas quando todos trocam informações irrestritas sobre tudo. Estaremos mostrando que nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos. Tiraremos essas palavras de letras bonitas em uma parede e transformaremos isso em uma experiência palpável para todos.

Aí reside o poder fundamental do software livre, enquanto modelo de distribuição de software. Além de poder escolher que software usar o usuário pode escolher sair da posição de simples usuário para a posição de desenvolvedor, pois há material para isso. No software proprietário a manutenção de castas é uma realidade. Uma pessoa só se tornará um desenvolvedor se tiver dinheiro para bancar os custos de cursos, programas e certificações, ou se ela tornar-se uma criminosa, pirateando software de desenvolvimento. Mas ainda assim ela nunca verá o código fonte do sistema operacional ou do pacote de escritório e por mais que ela aprenda, muitas coisas ainda estarão invisíveis e intocáveis.

O efeito colateral número dois é que quando essas crianças crescerem estarão habituadas e íntimas de computadores, compiladores, códigos, e tudo mais que uma distribuição de GNU/Linux ou de BSD fornece naturalmente (a até exige em certo nível). Assim quando elas vierem pedir empregos já saberão como operar computadores, pois aprenderam a fazer isso com 7 ou 8 anos. Isso significa que haverá menos perda de tempo e dinheiro com treinamentos ou operações mal executadas, enfim toda a sociedade se beneficiará disso. Em outro nível aqueles que, dentre essas crianças treinadas desde cedo com computadores, decidirem que não querem empregos, mas sim serem profissionais liberais, autônomos ou empresários, estarão mais aptos a lidarem com a tecnologia e portanto aproveitarão-se melhor das virtudes tecnológicas de seus negócios. Temos a chance única de preparar toda uma geração de profissionais melhores e de cidadãos melhores e mais concientes de seu papel. E que entenderão e acreditarão no poder da união e do compartilhamento de informações.

O terceiro efeito colateral, e talvez o mais forte e positivo de todos eles, será o fato de que essas crianças, ao crescerem e entenderem a oportunidade que lhes foi dada irão olhar para as crianças de amanhã, essas mesmo que ainda nem nasceram, e entender que devem fazer por elas a mesma coisa, ou algo ainda melhor.

Em todos os aspectos temos a oportunidade de criar uma corrente do bem tecnológica e dar a todos os futuros cidadãos brasileiros a chance de mudarem de casta tecnológica, por permitir que eles aprendam a entender-se com os computadores desde cedo. Isso afeta você e eu.

Um investimento no futuro
Por isso gostaria de pedir algo a todos. Mostrem-se favoráveis à adoção de Um Computador para Cada Criança em nossas escolas. Digam à sociedade leiga e ao governo o quão importante será para nosso país e para todos nós que os computadores de US$100,00 do MIT sejam comprados e dados às crianças. Conversem com todos e até mesmo com seus vereadores, deputados estaduais e federais e senadores. Enviem e-mails à eles. Mobilizem a diretoria das escolas de seu bairro para que façam o mesmo para que esta idéia possa tornar-se realidade.

Encarem a compra dessas máquinas não como um gasto, mas como um investimento que estamos fazendo nas pessoas que serão os cidadãos do futuro. Todos irão beneficiar-se dessa iniciativa.

O terceiro efeito colateral
Ficou em separado, pois é mais forte que os outros. Há algum tempo li um colunista de uma revista semanal dizer que quando ele foi assaltado em um semáforo isso só ocorreu porque ele nunca havia subido ao morro para ensinar nada às crianças. A sociedade prepara o crime, o criminoso apenas o comete, frase da sorte do dia do Orkut. Veja como a sabedoria pode estar nos lugares mais improváveis às vezes.

A falta de perspectiva de vida pode ser fator crucial para que uma criança ou jovem decida ingressar pelos caminhos do crime. A fome é o esperma que jorra por entre as pernas da violência, essa eu acho que ouvi em uma música do Rapa. Se cada um de nós fosse à uma comunidade carente ensinar algo, de vez em quando. Talvez as pessoas dessas comunidades pudessem sentir-se menos excluídas e talvez pudéssemos todos estabelecer uma relação de harmonia, em vez de medo.

Teremos um referendo para decidir se armas e munições devem ter venda proibida. Votarei sim, porque acho que o caminho para uma sociedade evoluída passa por uma sociedade sem armas, sem instrumentos criados para destruir as vidas de outros. É essa sociedade que eu quero. Sem armas nas ruas e com crianças com computadores nas mãos. Tenho a oportunidade de pedir aos governantes essas duas coisas agora. Sou uma pessoa de sorte.

Dar às crianças oportunidades, perspectivas, acesso ao conhecimento e à um futuro melhor é o grande mérito do software livre. E sem software livre seria impossível um computador portátil de US$100,00.

Exame de Conciência
Por favor, reflita sobre tudo que eu disse hoje. Escreva pra mim para concordar ou discordar. Mas faça melhor que isso: emita sua opinião! Diga à todos que você conhece que tipo de oportunidade temos hoje. Peça aos governantes que tirem as armas das mãos das crianças e coloquem nelas computadores. Assim eu e você estaremos fazendo a nossa parte para uma sociedade mais justa e igualitária e com certeza bem melhor!

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Comments:
É isso ai Fabio !

Muito bom o texto.

Vamos ver se o Laptop vai estar presente ai na casa da maioria dos estudantes brasileiros !
 
Cara eu ja venho lendo esse seu blog desde quando você escreveu o artigo "Quando o professor está errado e o aluno está certo", que se eu não me engano saiu no noticias linux, e a cada dia você se supera, a simplicidade como você escreve é digna das crônicas do Arnaldo Jabor, não tem como não concordar com suas argumentações pois é facil de perceber como você domina o assunto em questão, e isto torna o texto verídico. Uma única coisa a acrescentar no texto é que você diz que a microsoft um dia vai fazer software livre, mas se não me engano já existe um software dela que é distribuído open source http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u15645.shtml, ou seja.... os novos tempos estão chegando hehe.. Sucesso!!!
 
uma coisa é certa
se esse laptop sair vai ter muito estudante vendendo por 50 conto pra comprar drogas, esse é arealidade desse lixo de braZil
 
Olá amigos!

Obrigado pelos elogios, fico muito feliz com eles, obrigado também por estarem passando por aqui para lerem e comentarem sempre que possível. De fato a Microsoft faz uma coisinha aqui ou ali e publica como software livre. A MS até já ajudou em correções de softwares livres, avisando os autores sobre bugs e coisas assim. A MS tem um grande laboratório rodando Linux dentro de seu QG para melhor conhecer seu adversário em seu melhor mercado. O que eu acho é que até o fim desta década a MS irá publicar grandes peças de software ou até pacotes inteiros em forma de software livre, como uma IDE para Windows ou uma versão mais lite de pacote de escritórios sendo SL mesmo para poder tirar alguma vantagem do sistema de desenvolvimento livre. Mesmo que isso pareça estranho hoje, mas o modelo de criação e distribuição de software livre é algo rentável e a MS não irá querer ser a única empresa grande do ramo a não aproveitá-lo. Negócios são negócios e assim que a MS conseguir encontrar um jeito de fazer negócios com software livre irá usá-lo, eu acredito.

Para os anônimos de plantão que sempre fazem comentários estranhos, vide outros posts, eu deixo uma mensagem. Lixo de BraZil talvez seja um modo apropriado de chamar este país se você for um cidadão de outro país que busque, por um motivo ou outro, desacreditar nossa cultura e nosso potêncial de fazer outras coisas, que não futebol, de maneira correta. Para mim, que sou brasileiro nato, esse país é o melhor do mundo, porque é o único que posso chamar de LAR. Todos aqueles que mudam-se para outros países podem até ser bem recebidos e bem tratados, por serem brasileiros, mas serão sempre pessoas de fora para os outros. Aqui é o meu país e por mais que uma cambada esteja aqui há séculos mandando na banca e avacalhando com tudo é meu dever lutar para deixar a minha casa do jeito que eu acho justo e certo. E é isso que faço, do meu próprio jeito, seja espalhando os ideais de liberdade e igualdade, seja ajudando meus irmãos a aprenderem a usarem um computador ou simplesmente votando em quem eu acho que ainda pode fazer algo de novo e de menos pior. Ou ainda convidando a todos que achem que isso aqui não tem jeito e que vai ser sempre uma droga a mudar de opinião e me ajudar a tentar mudar, ou a tirarem o passaporte e irem morar em Miami. Mas atentem aos noticiários e descubram que lá não é tão melhor que aqui...

De qualquer modo quando me perguntam se eu acredito no Brasil respondo claro que sim! Se eu deixar de acreditar no Brasil deixarei de acreditar na força do povo brasileiro. Deixarei de acreditar na minha própria força, e então minha vida terá perdido o sentido e não haverá mais o que eu fazer por aqui. Enquanto eu estiver de pé, isso aqui vai ter jeito, porque eu sei que não estou sozinho, tem muita gente boa comigo querendo o que eu quero também.

Grande abraço a todos os amigos do blog!
 
Belo texto!!

O simples fato de dar um computador a uma criança e fazer/alterar o futuro de um nação é bem interessante...

Parabéns pelo blog... vou favorita-lo (olha q eu nem sou blogueiro..).

Um abraço!
 
Primeiro gostaria de parabenizar pelo blog, a matéria sobre o notebook é bastante interessante!!! Bom, mas eu gostaria também de saber se você poderia me informar a configuração dessa máquina, por favor!
Atenciosamente,
Wladya
 
A configuração não foi 100% definida ainda, mas uma expectativa aparece no site do MIT Media Lab indicado na matéria. Vale lembrar que esses equipamentos não devem ser liberados para a venda ao mercado, sendo exclusivos para a entrega às escolas e seus alunos.
 
Primeiro de tudo parabéns pelo ótimo texto escrito, também acredito no Brasil e espero que o micro portátil de 100 dólares se torne uma realidade.

Conforme sabemos por definição o computador é voltado a governos e a distribuição na rede básica de ensino, mas me intriga os efeitos dessa ação sobre as empresas e a sociedade privada, será que não estaremos vendo ai uma lacuna de onde surgiram novos fabricantes, afinal o produto final vai para os governos mas nada impede que os fabricantes de componentes vendam mais unidades e as espalhem pelos mercados mundiais, eu me pergunto quanto tempo vai demorar para surgir o micro portátil de 200, ou 300 dólares, quanto tempo vai levar pra um brasileiro ou indiano ou sei lá ucraniano desmontar trocar alguns componentes e criar o laptop geração 2, 3, 4.... a realidade é que essa ação pode gerar uma série de efeitos imprevisíveis no mercado e de todas as formas isso vai significar competição, competição é redução de preço, para nós consumidores finais isso significa mais dinheiro no bolso.
Acredito que muitas pessoas vão se preocupar com a potência dessas máquinas, levadas a acreditar pelas grandes empresas que o importante é ter tudo de ultima geração; vamos combinar, um bom usuário c/ um bom programa faz chover com um Lentium 133, além do mais me arrisco a dizer que 95% dos profissionais, usa 25% das suas maquinas aproximadamente; quando muito...
 
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