terça-feira, setembro 13, 2005
Pensando sobre o Linux no Desktop
Há algum tempo tenho debatido com alguns colegas em um grupo de e-mails chamado DesktopLinux. Lá o pessoal tenta discutir maneiras de facilitar a chegada do GNU/Linux aos desktops pessoais. Papo vai, papo vem, tive a idéia de pedir para o pessoal listar as características que o GNU/Linux tem hoje e que não existem no Windows. Isso nos levaria a tentar identificar novas aplicações para os desktops pessoais que não existem hoje por serem impossíveis (ou muito difíceis) na plataforma dominante. Claro que nenhum de nós é guru da tecnologia, então o lugar onde chegamos pode parecer óbvio ou bobo para alguns, mas de qualquer modo são algumas coisas que são prometidas há anos para a sociedade e ainda não aconteceram por um motivo ou por outro. Outras já aconteceram no todo ou em parte mas ainda não estão integradas à nossa realidade como sociedade, ao menos não aqui na América Latina.
O que produzimos foi um ensaio que reproduzo abaixo, apenas por divertimento. Se você não gosta de viagens alucinantes pare de ler o tópico por aqui mesmo, mas se for continuar tenha em mente que estávamos apenas brincando com nosso tempo livre, já que eu não pude viajar no feriado e aqui choveu pra caramba...
-------------------------Início do Ensaio-------------------------
Sobre o futuro?
1- Esses computadores malucos e seus sistemas maravilhosos
Vamos ser honestos. As pessoas não tem nenhum bom motivo para gostarem de computadores. Eles são complicados, chatos, tem interfaces bobocas e feias (na maioria das vezes) e nunca cumprem bem seu papel. Existe uma piada que diz que os computadores surgiram para resolver problemas que antes deles não existiam. Você precisa de dinheiro e o caixa eletrônico está fora do ar, vai pagar a conta do restaurante e o sistema está fora do ar, que acessar seu e-mail para baixar aquela palestra importante e o site não funciona. Computadores são horríveis, terríveis, são péssimos e tudo que há de pior na sociedade moderna. Os DVDs são legais, os celulares são legais, até os microondas são legais, mas computadores são uma chatice, o grande mal do século 21!!!
Mas pense sobre uma coisa, se os DVD Players, celulares e até os microondas são nada mais que pequenos computadores com utilidades específicas porque funcionam tão bem enquanto coisa branca que você tem sobre (ou sob) a mesa é uma desgraça engolidora de tempo? A resposta está no software. Explico. O Hardware é um equipamento eletrônico, e você sempre pode esperar de um circuito eletrônico que ele funcione bem e sempre do mesmo jeito (isto chama-se confiabilidade) até que ele apresente defeitos e necessite de reparos ou deva ser substituído. Um circuito eletrônico devidamente funcional irá sempre comportar-se da forma esperada e imaginada pelo seu projetista, assim são sua televisão, seu despertador, o controle remoto do seu portão eletrônico. O PC (como vou chamar o seu computador, usado para estudar, trabalhar, etc) é um equipamento eletrônico como seu DVD Player e que deveria operar sempre de maneira linear e satisfatória. E que na verdade opera sempre de maneira linear e satisfatória. Pode parecer espantoso, mas a principal razão para todas as falhas e travamentos que enfrentamos em nossos computadores todos os dias (quando o caixa eletrônico do banco está fora do ar, ou quando seu cartão de crédito não pode ser usado inclusive) é o software.
O software nem sempre deve comportar-se de maneira linear, ainda que deva-se esperar dele que comporte-se sempre como o planejado. Isso significa que um software, que é um roteiro de como organizar as coisas na memória e fazer contas para chegar a fins específicos, pode deparar-se com contas matemáticas cujos resultados tornem-se eventualmente imprevisíveis. Quando isso ocorre o software tem um problema nas mãos. Mesmo que o resultado seja imprevisível um bom software deve estar preparado para manejar essas situações desagradáveis. Software deparam-se com resultados inesperados todo o tempo, quando você usa o mouse para clicar em um espaço em branco na barra de tarefas de um programa isso gera um resultado nulo, que para o software não significa nada (essa é a razão pela qual clicar em um espaço em branco de uma barra não causa ação nenhuma no programa) mas é um evento que deve ser tratado de alguma maneira para não gerar resíduos não processados na memória do compuatdor.
Então se bons softwares conseguem tratar corretamente eventos inesperados, porque ocorrem falhas e travamentos? Porque existe mau software. Software ruim e mal escrito trava seu computador por não estar preparado para tratar excessões que poderíam acontecer. Toda vez que seu computador travar, tenha certeza que isso aconteceu porque você está rodando software de má qualidade, software ruim.
Mas quando o Windows trava, isso significa que ele é ruim? Curto e grosso: sim! Um sistema operacional não poderia travar nunca. Salvo em casos de defeito de hardware um sistema operacional bom deve permanecer funcional, por pior que sejam as condições de uso e operação. Se o Windows trava é porque ele deparou-se com uma situação indesejada que ele não soube contornar. Pode parecer tudo bem, já que você apenas perdeu aquela tese de mestrado em que trabalhava por 8 meses. Mas imagine um avião pousando em um aeroporto e seu sistema operacional travando. Ou então o sistema operacional dos servidores da torre de controle do aeroporto. Imagine o sistema operacional do servidor de uma usina nuclear, travando e mostrando aquela bonita Tela Azul da Morte (o nome folclórico da tradicional tela azul que o Windows mostra quando fica perdido em pensamentos).
Na indústria, no mundo corporativo, não é permitido aos sistemas operacionais falharem. Eu trabalho com programação de dispositivos de tempo real para controle industrial. Se meu software ou o sistema operacional dos dispositivos que uso falharem meus clientes podem perder dinheiro, mas pior que isso, seus empregados podem perder dedos, mãos, braços, ou até a vida. Os sistemas operacionais que eu uso não podem falhar, não podem ser o Windows.
Agora que percebemos o quão ruim o Windows é deixe-me perguntar uma coisa. Porque seu patrão não tolera que o sistema operacional do servidor da empresa falhe, e deixe-o sem ganhar dinheiro mas você leva numa boa quando seu computador trava e você perde alguma informação importante, ou atrasa algo que deveria ou gostaria de fazer? Se temos tecnologia para criar sistemas de alto desempenho e disponibilidade para as empresas porque não fazemos isso em nossas casas? Porque nossos computadores não podem ser tão confiáveis quanto os servidores dos silos dos mísseis nucleares dos EUA?
2- Uma nova abordagem
Os primeiros sistemas operacionais nasceram para operar computadores de grande porte, nas faculdades e instituições militares. Depois surgiram computadores pessoais, para serem instalados nas casas das pessoas, e uma nova geração de sistemas operacionais foi criada, focada na facilidade de uso e no entretenimento, naquela época pensava-se que os computadores poderiam substituir a televisão e a escola, divertindo e educando as pessoas em seus lares. Muita coisa mudou desde então, e a maioria das pessoas usa seus computadores domésticos para trabalhar, deixando a educação e o divertimento em segundo plano. Mas os sistemas operacionais para PC permaneceram focados demais no campo recreativo e hobista (da expressão hobby, ou passa-tempo) e não tornaram-se boas ferramentas profissionais, ao menos o Windows não tornou-se uma ferramenta profissional de alto nível. Criado no começo da década de 80 o sistema operacional Windows permanece sendo uma tentativa de substituir seu DVD player ou sua televisão, ou seu telefone, e claramente não consegue fazer isso de maneira agradável ou competente.
Então um grupo de pessoas teve uma idéia estranha. Se os computadores domésticos ainda são usados pela maioria das pessoas como uma extensão de seu ambiente de trabalho, porque não estender a estabilidade e confiabilidade dos sistemas operacionais profissionais para o PC? E assim nasceu um sistema chamado GNU/Linux. Inspirado pela escolha número 1 de administradores de sistemas críticos profissionais da indústria nos anos 80, o UNIX. Mas como nenhuma grande empresa achou boa a idéia de levar clones de seus sistemas corporativos para os PCs foi esse grupo de pessoas que decidiu criar esse sistema, assim nasceu a idéia de Software Livre. O Software Livre é um software escrito, alterado, distribuído e mantido de maneira livre, isto é, sem restrições. Qualquer um pode fazer o que quiser com software livre, da mesma forma que qualquer um pode fazer o que quiser com uma receita de bolo.
A grande vantagem do Software Livre e em especial do GNU/Linux é que ele foi inspirado por sistemas de alta confiabilidade e estabilidade e pode ser adaptado para rodar nos computadores que temos em nossas casas. O que significa que posso usar em minha casa um sistema que foi originalmente pensado e preparado para operar torres de controle de aeroportos ou usinas nucleares. A possibilidade de eu perder esse texto que estou escrevendo agora é a mesma do avião que está pousando no aeroporto aqui perto cair, ou da usina nuclear de Angra dos Reis explodir. A possibilidade de seu computador travar enquanto você lê esse texto (se estiver usando Windows) é maior do que a de meu computador travar enquanto eu o escrevo (sim, estou usando o GNU/Linux aqui). Brincadeiras à parte, as vantagens de usar em casa um sistema profissional de verdade são muitas e sequer foram exploradas na totalidade pelo mercado ainda, e é para brincar um pouco com essa idéia que eu decidi escrever esse texto.
3- Novos usos e novas necessidades
Abra sua mente por um instante. Imagine o quadro que descreverei nos próximos parágrafos.
Paulo é um administrador que trabalha na área de marketing de uma empresa automobilística. Em sua casa ele possui um cluster pessoal, um sistema composto por 4 computadores que trabalham juntos trocando informações pela rede sem fio que ele montou. Um dos quatro computadores é um velho e desgastado PC que ele comprara há mais de 10 anos, quando entrou na faculdade e que se não fizesse parte do sistema teria pouca ou nenhuma utilidade. De fato as 4 máquinas foram adquiridas ao longo da última década, e eram substituídas quando seu poder de fogo já não era suficiente para que ele pudesse executar seu trabalho de maneira produtiva. Aquela idéia do cluster era realmente boa, pois ele estava aproveitando seu equipamento antigo para algo útil, e o poder total de seu cluster era maior que o de qualquer máquina nova que ele pudesse comprar. Brincando ele dizia para seus amigos que gostaria de poder fazer isso com os automóveis também: “Imagine juntar 4 Unos e andar mais rápido que um Stilo” satirizava.
As vantagens desse sistema eram ainda maiores que o desempenho, quando algum computador tinha problemas, ele poderia reiniciá-lo tranqüilamente, pois os outros 3 assumiam suas funções e continuavam executando as tarefas, fazia já mais de um ano que ele não reiniciava todo o sistema, tudo estava disponível para ele quando ele precisasse, sem esperas, sem travamentos, sem problemas. Quando ele comprava um HD novo, ou uma nova unidade de DVD apenas desligava o gabinete aonde esta unidade seria instalada, e após isso, com o sistema funcionado ele poderia fazer o novo dispositivo ser reconhecido e funcionar sem problema algum. O ponto alto dessa tecnologia foi quando ele pode trocar sua placa de vídeo por um modelo de última geração sem reiniciar o sistema, levou inclusive dois amigos do trabalho para mostrar o procedimento, já que estes não haviam acreditado quando ele disse que poderia fazer isso com seu computador.
Aliás, quando o cluster foi montado e iria entrar em operação uma preocupação que não passou pela cabeça de Paulo foi com a segurança. Não, ele não esqueceu-se da segurança, ele não precisou importar-se com ela. O seu cluster tem pseudo imunidade a virus e por mais que ele clique nos anexos errados dos e-mails que recebe seu sistema não poderá ser atacado por virus. Além disso, o sistema operacional que ele instalou trouxe um firewall configurado já incorporado, que depois de alguns ajustes durante a instalação protegia todo o sistema. Quando ele rodou seu cluster pela primeira vez este já estava protegido contra ataques de terceiros pela internet.
Ele ainda aproveitou a capacidade de seu cluster de carregar módulos de dispositivos durante a operação e instalou alguns servidores de web, ftp, ssh e e-mail assim ele poderia ter acesso aos recursos de suas máquinas onde quer que estivesse, sem problemas. Na verdade ele andava pensando em ampliar o poder de seu cluster e estava tentado a comprar mais uma CPU para integrar o sistema.
Em uma quinta feira de manhã ele levantou. O sistema havia regulado o despertador para 7:30hs pois afinal era um dia de semana e não havia feriado. Enquanto ele trocava de roupas o cluster ligou o chuveiro na temperatura adequada para aquela manhã. Durante o banho o sistema ativou a torradeira e a cafeteira. Paulo comeu e deixou sua casa, o sistema ligou o alarme. Em seu caminho para o metrô Paulo decidiu verificar seu e-mail, pelo celular, acessou seu sistema, que mantém seu username e senha em segredo e verificou suas mensagens. O que Paulo achava mais legal era ter seu papel de parede e até os ícones dos seus programas na tela de seu celular, e usar o poder de suas máquinas domésticas para rodar os programas. E riu daqueles coitados que usam navegadores de internet nos celulares: inseguros, lentos e sem recursos. Ele tinha na palma da mão tudo, desde o navegador, até Java, e poderia jogar os jogos que quisesse, tudo a partir do celular, tudo usando o hardware do seu cluster.
Chegou ao trabalho, conversou com seus amigos sobre o jogo de futebol da noite anterior. Rodrigo não havia assistido e estava chateado por não participar da conversa. Paulo levou-o até um terminal dentro do escritório, abriu remotamente seu desktop e mostrou o lance do gol, que estava gravado em um dos HDs do seu cluster. O gerente do setor apareceu e perguntou se o relatório de vendas mensal estava pronto, Paulo respondeu que sim e do mesmo terminal acessou o relatório em seu cluster, sobre o qual ele havia trabalhado até as 23horas da noite anterior. Imprimiu uma cópia na impressora ao lado, com os dados vindos do seu cluster.
Durante o almoço conversou com alguns amigos pelos programas de chat de vídeo de seu sistema, usando os contatos armazenados em seu cluster, e no começo da tarde arrumou um tempinho para pesquisar on-line os preços do computador novo que gostaria de comprar. Acabou fechando negócio em uma loja on-line que agendou a entrega para as 19hs daquele mesmo dia. Ao final da tarde pegou o metrô de volta para sua casa, e no caminho agendou um jantar com a Márcia pelo messeger, e respondeu um e-mail da diretoria que não havia sido respondido enquanto ele estava no escritório. Enquanto preparava a janta o novo computador foi entregue. Após jantar ele desembalou a nova máquina, uma CPU muito bonita e potente que iria aumentar em 70% o poder total do cluster, o sorriso não saia de seu rosto.
Ao ligar todos os cabos ele inseriu um DVD que ele mesmo gravara na máquina. Dentro do DVD há um programa que instala o sistema e configura-o automaticamente para integrar-se ao cluster. Quando o processo terminou ele notou que estava perdendo o começo de seu programa favorito, eram 20h20. Ele abriu seu programa de TV e começou a assistir, do começo é claro, pois seu sistema estava agendado para gravar o episódio, que Paulo assistiu até o final, sem os comerciais.
Após isso ele decidiu verificar o poder de fogo de seu sistema, e enquanto gravava a ultima temporada de outro seriado em DVDs jogou algumas partidas de um jogo de tiro em primeira pessoa com gráficos 3D ao extremo em um projetor de 100 polegadas que ele pôde comprar com a economia em monitores, teclados e mouses desde que montara seu cluster.
4- O Uso doméstico
Muitas características dos sistemas profissionais como montagem de cluster, troca a quente de dispositivos, uso profissional de recursos de rede podem ter usos domésticos muito interessantes, como descrevi acima. Pode ser um choque pra você saber disso, mas essa historinha que contei pode ser realidade hoje. Usando um sistema mais moderno e melhor preparado, como o GNU/Linux você pode conseguir fazer tudo que descrevi acima, hoje, sem ter que esperar pelo futuro.
Será pouco provável que você vá conseguir fazer isso com um sistema operacional como o Windows, a custos acessíveis. Não que seja impossível montar um cluster de 5 máquinas Windows, mas 5 cópias de Windows custariam R$5.000,00 e um software de cluster para Windows não sairia por menos de R$1.000,00. Com esses R$6.000,00 eu poderia montar um cluster de duas máquinas e GNU/Linux, pagando apenas o custo do hardware. E o cluster GNU/Linux seria muito mais confiável por motivos óbvios.
O importante é notar que um cluster GNU/Linux como o citado em minha historinha poderia fazer coisas que seriam impossíveis com o Windows, como trocar uma placa de vídeo sem reiniciar o sistema. Seria possível em GNU/Linux ter uma interface gráfica para cada dispositivo, uma para o telão de 100 polegadas, uma para um monitor de 17 polegadas, e uma para o celular de 1,5 polegada, interfaces diferentes, adequadas às telas onde são apresentadas, mas operando o mesmo sistema. Em Windows isso é impossível.
Tomando essa fábula como exemplo, não acredito que o GNU/Linux deverá sofre muitas adaptações ou modificações para penetrar no mercado doméstico. O mercado doméstico irá clamar pelo GNU/Linux à medida que descobrir o que este pode fazer. E o GNU/Linux pode muito! Vários usos ainda não imaginados ou consolidados para um computador em uma casa podem ser muito mais fáceis de cobrir usando GNU/Linux, pois este é uma plataforma livre.
Creio que todas as pessoas gostariam de um computador que pudesse gravar seus programas de TV favoritos e passá-los a qualquer momento, o sucesso da Tivo mostra isso. Mas para o Windows conseguir fazer isso precisou de adaptação e uma versão chamada Windows Media Center Edition, que não serve para ser usada como um sistema operacional geral. O GNU/Linux tem capacidade de fazer isso e continuar sendo útil para outras coisas. Uma vez que essas necessidades popularizem-se de fato a necessidade do mercado doméstico por um sistema melhor que o Windows estará criada, e aí sim deveremos pensar em como empurrar o GNU/Linux nesses nichos.
5- Os desenvolvedores de software livre
Devem criar condições para o GNU/Linux atingir esses nichos quando surgirem, escrevendo aplicações para lidar com mídia, entretenimento, controle doméstico, cluster doméstico, e acesso e uso remoto. São áreas onde o Windows é normalmente fraco:
Mídia: Quando o Windows é bom em mídia, é péssimo no resto. Assistir um filme e gravar um DVD ao mesmo tempo é praticamente impossível, assisitir um vídeo enquanto codifica outro é suicídio. A multi-tarefa do GNU/Linux, muito mais competente, permite que mesmo em equipamentos mais modestos você possa executar tarefas intensivas conjuntamente.
Entretenimento: Jogos e só. A rigidez de controle de conteúdo do Windows e do Mídia Player irá ser um obstáculo à manutenção de cópias digitais de música e vídeos. Nesse campo a Microsoft sempre irá trabalhar em prol da indústria e nunca em prol do consumidor, o contrário do GNU/Linux, que é feito pelos consumidores.
Controle Doméstico: Aqui os benefícios do software livre ficam evidentes. Você pode criar sua própria solução de automação ou usar soluções de terceiros, escolhendo o fonecedor que desejar ou criar sistemas sem fornecedor algum. No Windows você ficaria preso às soluções de grandes fabricantes (geralmente a preços elevados) já que é muito difícil para desenvolvedores independentes criarem drivers de dispositivo e sistemas para Windows, por seu código ser fechado. Aqui também mais uma vantagem da arquitetura do GNU/Linux aparece, como é modular o Linux só precisa carregar os drivers quando necessário e pode descarregá-los depois, diferente do Windows que precisa carregá-los no boot e mantê-los na memória o tempo todo, consumindo processador e memória ram.
Cluster Doméstico: Clusters profissionais já existem e funcionam muito bem para GNU/Linux. Alguns deles nem precisam que aplicações sejam reescritas para funcionarem no cluster. Nesse ponto haveríamos apenas de adaptar uma solução para ser instalada e reconhecer e configurar outras máquinas, automatizando o processo de criação e gerenciamento do cluster. Desenvolver isso dá ao Linux o argumento: não jogue seu hardware fora, acrescente hardware e aumente o poder de sua rede. Mais pessoas terão 2 ou mais computadores em casa sem saber como aproveitar esse potencial, e aqui é onde o Windows menos pode fazer, já que a Microsoft vive das licenças de seus produtos e quanto mais Windows você precisar, mais caro vai ficar, enquanto que no GNU/Linux isso pode custar zero ou muito pouco.
Acesso e uso remoto: Aqui não há como usar o Windows. A única coisa que funciona em Windows quando falamos de uso remoto é o VNC. No GNU/Linux o uso remoto é natural, pois é uma característica da arquitetura, e transparente para o usuário. Essa característica aliada ao cluster permitiria que vizinhos, amigos, usando redes de alta velocidade criassem super computadores de maneira fácil (quase plug'n'play na verdade). Se as pessoas tomassem conciência disso, de que poderiam ter um super computador à disposição em seu prédio, ou em sua rua, ou de maneira virtual iriam ficar no mínimo curiosas para conhecer o GNU/Linux. Isso tem muitos usos. No futuro poderemos ter áreas virtuais de super-computadores públicos, para usarmos para resolver problemas de faculdade, de ensino, ou de pequenas empresas.
6- Conclusões Finais
O uso doméstico de computadores poderá modificar-se de maneira dramática nos próximos anos, dependendo de como as pessoas irão encarar o computador. Se o computador tornar-se o núcleo nervoso dos lares, controlando várias coisas e sendo universalmente acessível, o Windows, como plataforma estará seriamente comprometido. O GNU/Linux, por herdar características de servidor do UNIX estará naturalmente mais apto para esta função.
As grandes empresas podem não querer promover o computador à esse patamar, mas a comunidade do software livre tem a força necessária para criar esse modelo de computação doméstica, onde o GNU/Linux é a escolha natural por suas características intrínsecas. Como dizia o mandamento do Comunismo: De cada um de nós com nossa habilidade, para cada um de nós com nossa necessidade.
O que precisamos é identificar as necessidades que as pessoas terão em suas casas e preparar nossos softwares para elas. Essas necessidades já existem hoje, as pessoas querem sistemas melhores, mais confiáveis, que façam mais coisas e tragam mais conforto à suas casas. O que precisamos é que o GNU/Linux consiga suprir as novas necessidades que surgirão coisa que o Windows não conseguirá fazer.
Por Fábio Luiz (falcon_dark)
com contribuições de Sergio Clemente e Alexandre Kurz
e do grupo Desktoplinux
-------------------------Fim do Ensaio-------------------------
Como eu havia falado, foi uma brincadeira para matar uma tarde chuvosa. As pessoas vêem e usam os computadores de um modo que foi construído sobre as qualidades e deficiências de uma única plataforma. Por isso é natural que a visão de computador pessoal seja monotônica em nossa sociedade. Novos sistemas operacionais com novas características abrem campo para usos e aplicações domésticas que ainda não foram cogitadas. Em resumo novos sistemas podem criar novos usos para os computadores dentro de nossas casas. A criatividade e o poder de inovação da comunidade que desenvolve o software livre, em especial o GNU/Linux, podem ser o combustível de toda uma nova geração de usos e utilidades que tornariam a plataforma dominante obsoleta por definição.
Não se trata apenas de fazer com que o GNU/Linux rivalize com o Windows onde o Windows se destaca, mas disponibilizar novos usos e recursos que não possam ser implantados no Windows, como as multi interfaces para um mesmo sistema, que podem levar um sistema centralizado a ter tentáculos em vários dispositivos distintos e estar virtualmente em qualquer lugar.
Essas novas possibilidades terão espaço em pouco tempo e poderão ser o ponto de inflexão na curva de adoção do Windows no mercado doméstico. Vale a pena pensar um pouco sobre isso, mesmo que seja apenas para matar o tempo em uma tarde chuvosa.
O que produzimos foi um ensaio que reproduzo abaixo, apenas por divertimento. Se você não gosta de viagens alucinantes pare de ler o tópico por aqui mesmo, mas se for continuar tenha em mente que estávamos apenas brincando com nosso tempo livre, já que eu não pude viajar no feriado e aqui choveu pra caramba...
-------------------------Início do Ensaio-------------------------
Sobre o futuro?
1- Esses computadores malucos e seus sistemas maravilhosos
Vamos ser honestos. As pessoas não tem nenhum bom motivo para gostarem de computadores. Eles são complicados, chatos, tem interfaces bobocas e feias (na maioria das vezes) e nunca cumprem bem seu papel. Existe uma piada que diz que os computadores surgiram para resolver problemas que antes deles não existiam. Você precisa de dinheiro e o caixa eletrônico está fora do ar, vai pagar a conta do restaurante e o sistema está fora do ar, que acessar seu e-mail para baixar aquela palestra importante e o site não funciona. Computadores são horríveis, terríveis, são péssimos e tudo que há de pior na sociedade moderna. Os DVDs são legais, os celulares são legais, até os microondas são legais, mas computadores são uma chatice, o grande mal do século 21!!!
Mas pense sobre uma coisa, se os DVD Players, celulares e até os microondas são nada mais que pequenos computadores com utilidades específicas porque funcionam tão bem enquanto coisa branca que você tem sobre (ou sob) a mesa é uma desgraça engolidora de tempo? A resposta está no software. Explico. O Hardware é um equipamento eletrônico, e você sempre pode esperar de um circuito eletrônico que ele funcione bem e sempre do mesmo jeito (isto chama-se confiabilidade) até que ele apresente defeitos e necessite de reparos ou deva ser substituído. Um circuito eletrônico devidamente funcional irá sempre comportar-se da forma esperada e imaginada pelo seu projetista, assim são sua televisão, seu despertador, o controle remoto do seu portão eletrônico. O PC (como vou chamar o seu computador, usado para estudar, trabalhar, etc) é um equipamento eletrônico como seu DVD Player e que deveria operar sempre de maneira linear e satisfatória. E que na verdade opera sempre de maneira linear e satisfatória. Pode parecer espantoso, mas a principal razão para todas as falhas e travamentos que enfrentamos em nossos computadores todos os dias (quando o caixa eletrônico do banco está fora do ar, ou quando seu cartão de crédito não pode ser usado inclusive) é o software.
O software nem sempre deve comportar-se de maneira linear, ainda que deva-se esperar dele que comporte-se sempre como o planejado. Isso significa que um software, que é um roteiro de como organizar as coisas na memória e fazer contas para chegar a fins específicos, pode deparar-se com contas matemáticas cujos resultados tornem-se eventualmente imprevisíveis. Quando isso ocorre o software tem um problema nas mãos. Mesmo que o resultado seja imprevisível um bom software deve estar preparado para manejar essas situações desagradáveis. Software deparam-se com resultados inesperados todo o tempo, quando você usa o mouse para clicar em um espaço em branco na barra de tarefas de um programa isso gera um resultado nulo, que para o software não significa nada (essa é a razão pela qual clicar em um espaço em branco de uma barra não causa ação nenhuma no programa) mas é um evento que deve ser tratado de alguma maneira para não gerar resíduos não processados na memória do compuatdor.
Então se bons softwares conseguem tratar corretamente eventos inesperados, porque ocorrem falhas e travamentos? Porque existe mau software. Software ruim e mal escrito trava seu computador por não estar preparado para tratar excessões que poderíam acontecer. Toda vez que seu computador travar, tenha certeza que isso aconteceu porque você está rodando software de má qualidade, software ruim.
Mas quando o Windows trava, isso significa que ele é ruim? Curto e grosso: sim! Um sistema operacional não poderia travar nunca. Salvo em casos de defeito de hardware um sistema operacional bom deve permanecer funcional, por pior que sejam as condições de uso e operação. Se o Windows trava é porque ele deparou-se com uma situação indesejada que ele não soube contornar. Pode parecer tudo bem, já que você apenas perdeu aquela tese de mestrado em que trabalhava por 8 meses. Mas imagine um avião pousando em um aeroporto e seu sistema operacional travando. Ou então o sistema operacional dos servidores da torre de controle do aeroporto. Imagine o sistema operacional do servidor de uma usina nuclear, travando e mostrando aquela bonita Tela Azul da Morte (o nome folclórico da tradicional tela azul que o Windows mostra quando fica perdido em pensamentos).
Na indústria, no mundo corporativo, não é permitido aos sistemas operacionais falharem. Eu trabalho com programação de dispositivos de tempo real para controle industrial. Se meu software ou o sistema operacional dos dispositivos que uso falharem meus clientes podem perder dinheiro, mas pior que isso, seus empregados podem perder dedos, mãos, braços, ou até a vida. Os sistemas operacionais que eu uso não podem falhar, não podem ser o Windows.
Agora que percebemos o quão ruim o Windows é deixe-me perguntar uma coisa. Porque seu patrão não tolera que o sistema operacional do servidor da empresa falhe, e deixe-o sem ganhar dinheiro mas você leva numa boa quando seu computador trava e você perde alguma informação importante, ou atrasa algo que deveria ou gostaria de fazer? Se temos tecnologia para criar sistemas de alto desempenho e disponibilidade para as empresas porque não fazemos isso em nossas casas? Porque nossos computadores não podem ser tão confiáveis quanto os servidores dos silos dos mísseis nucleares dos EUA?
2- Uma nova abordagem
Os primeiros sistemas operacionais nasceram para operar computadores de grande porte, nas faculdades e instituições militares. Depois surgiram computadores pessoais, para serem instalados nas casas das pessoas, e uma nova geração de sistemas operacionais foi criada, focada na facilidade de uso e no entretenimento, naquela época pensava-se que os computadores poderiam substituir a televisão e a escola, divertindo e educando as pessoas em seus lares. Muita coisa mudou desde então, e a maioria das pessoas usa seus computadores domésticos para trabalhar, deixando a educação e o divertimento em segundo plano. Mas os sistemas operacionais para PC permaneceram focados demais no campo recreativo e hobista (da expressão hobby, ou passa-tempo) e não tornaram-se boas ferramentas profissionais, ao menos o Windows não tornou-se uma ferramenta profissional de alto nível. Criado no começo da década de 80 o sistema operacional Windows permanece sendo uma tentativa de substituir seu DVD player ou sua televisão, ou seu telefone, e claramente não consegue fazer isso de maneira agradável ou competente.
Então um grupo de pessoas teve uma idéia estranha. Se os computadores domésticos ainda são usados pela maioria das pessoas como uma extensão de seu ambiente de trabalho, porque não estender a estabilidade e confiabilidade dos sistemas operacionais profissionais para o PC? E assim nasceu um sistema chamado GNU/Linux. Inspirado pela escolha número 1 de administradores de sistemas críticos profissionais da indústria nos anos 80, o UNIX. Mas como nenhuma grande empresa achou boa a idéia de levar clones de seus sistemas corporativos para os PCs foi esse grupo de pessoas que decidiu criar esse sistema, assim nasceu a idéia de Software Livre. O Software Livre é um software escrito, alterado, distribuído e mantido de maneira livre, isto é, sem restrições. Qualquer um pode fazer o que quiser com software livre, da mesma forma que qualquer um pode fazer o que quiser com uma receita de bolo.
A grande vantagem do Software Livre e em especial do GNU/Linux é que ele foi inspirado por sistemas de alta confiabilidade e estabilidade e pode ser adaptado para rodar nos computadores que temos em nossas casas. O que significa que posso usar em minha casa um sistema que foi originalmente pensado e preparado para operar torres de controle de aeroportos ou usinas nucleares. A possibilidade de eu perder esse texto que estou escrevendo agora é a mesma do avião que está pousando no aeroporto aqui perto cair, ou da usina nuclear de Angra dos Reis explodir. A possibilidade de seu computador travar enquanto você lê esse texto (se estiver usando Windows) é maior do que a de meu computador travar enquanto eu o escrevo (sim, estou usando o GNU/Linux aqui). Brincadeiras à parte, as vantagens de usar em casa um sistema profissional de verdade são muitas e sequer foram exploradas na totalidade pelo mercado ainda, e é para brincar um pouco com essa idéia que eu decidi escrever esse texto.
3- Novos usos e novas necessidades
Abra sua mente por um instante. Imagine o quadro que descreverei nos próximos parágrafos.
Paulo é um administrador que trabalha na área de marketing de uma empresa automobilística. Em sua casa ele possui um cluster pessoal, um sistema composto por 4 computadores que trabalham juntos trocando informações pela rede sem fio que ele montou. Um dos quatro computadores é um velho e desgastado PC que ele comprara há mais de 10 anos, quando entrou na faculdade e que se não fizesse parte do sistema teria pouca ou nenhuma utilidade. De fato as 4 máquinas foram adquiridas ao longo da última década, e eram substituídas quando seu poder de fogo já não era suficiente para que ele pudesse executar seu trabalho de maneira produtiva. Aquela idéia do cluster era realmente boa, pois ele estava aproveitando seu equipamento antigo para algo útil, e o poder total de seu cluster era maior que o de qualquer máquina nova que ele pudesse comprar. Brincando ele dizia para seus amigos que gostaria de poder fazer isso com os automóveis também: “Imagine juntar 4 Unos e andar mais rápido que um Stilo” satirizava.
As vantagens desse sistema eram ainda maiores que o desempenho, quando algum computador tinha problemas, ele poderia reiniciá-lo tranqüilamente, pois os outros 3 assumiam suas funções e continuavam executando as tarefas, fazia já mais de um ano que ele não reiniciava todo o sistema, tudo estava disponível para ele quando ele precisasse, sem esperas, sem travamentos, sem problemas. Quando ele comprava um HD novo, ou uma nova unidade de DVD apenas desligava o gabinete aonde esta unidade seria instalada, e após isso, com o sistema funcionado ele poderia fazer o novo dispositivo ser reconhecido e funcionar sem problema algum. O ponto alto dessa tecnologia foi quando ele pode trocar sua placa de vídeo por um modelo de última geração sem reiniciar o sistema, levou inclusive dois amigos do trabalho para mostrar o procedimento, já que estes não haviam acreditado quando ele disse que poderia fazer isso com seu computador.
Aliás, quando o cluster foi montado e iria entrar em operação uma preocupação que não passou pela cabeça de Paulo foi com a segurança. Não, ele não esqueceu-se da segurança, ele não precisou importar-se com ela. O seu cluster tem pseudo imunidade a virus e por mais que ele clique nos anexos errados dos e-mails que recebe seu sistema não poderá ser atacado por virus. Além disso, o sistema operacional que ele instalou trouxe um firewall configurado já incorporado, que depois de alguns ajustes durante a instalação protegia todo o sistema. Quando ele rodou seu cluster pela primeira vez este já estava protegido contra ataques de terceiros pela internet.
Ele ainda aproveitou a capacidade de seu cluster de carregar módulos de dispositivos durante a operação e instalou alguns servidores de web, ftp, ssh e e-mail assim ele poderia ter acesso aos recursos de suas máquinas onde quer que estivesse, sem problemas. Na verdade ele andava pensando em ampliar o poder de seu cluster e estava tentado a comprar mais uma CPU para integrar o sistema.
Em uma quinta feira de manhã ele levantou. O sistema havia regulado o despertador para 7:30hs pois afinal era um dia de semana e não havia feriado. Enquanto ele trocava de roupas o cluster ligou o chuveiro na temperatura adequada para aquela manhã. Durante o banho o sistema ativou a torradeira e a cafeteira. Paulo comeu e deixou sua casa, o sistema ligou o alarme. Em seu caminho para o metrô Paulo decidiu verificar seu e-mail, pelo celular, acessou seu sistema, que mantém seu username e senha em segredo e verificou suas mensagens. O que Paulo achava mais legal era ter seu papel de parede e até os ícones dos seus programas na tela de seu celular, e usar o poder de suas máquinas domésticas para rodar os programas. E riu daqueles coitados que usam navegadores de internet nos celulares: inseguros, lentos e sem recursos. Ele tinha na palma da mão tudo, desde o navegador, até Java, e poderia jogar os jogos que quisesse, tudo a partir do celular, tudo usando o hardware do seu cluster.
Chegou ao trabalho, conversou com seus amigos sobre o jogo de futebol da noite anterior. Rodrigo não havia assistido e estava chateado por não participar da conversa. Paulo levou-o até um terminal dentro do escritório, abriu remotamente seu desktop e mostrou o lance do gol, que estava gravado em um dos HDs do seu cluster. O gerente do setor apareceu e perguntou se o relatório de vendas mensal estava pronto, Paulo respondeu que sim e do mesmo terminal acessou o relatório em seu cluster, sobre o qual ele havia trabalhado até as 23horas da noite anterior. Imprimiu uma cópia na impressora ao lado, com os dados vindos do seu cluster.
Durante o almoço conversou com alguns amigos pelos programas de chat de vídeo de seu sistema, usando os contatos armazenados em seu cluster, e no começo da tarde arrumou um tempinho para pesquisar on-line os preços do computador novo que gostaria de comprar. Acabou fechando negócio em uma loja on-line que agendou a entrega para as 19hs daquele mesmo dia. Ao final da tarde pegou o metrô de volta para sua casa, e no caminho agendou um jantar com a Márcia pelo messeger, e respondeu um e-mail da diretoria que não havia sido respondido enquanto ele estava no escritório. Enquanto preparava a janta o novo computador foi entregue. Após jantar ele desembalou a nova máquina, uma CPU muito bonita e potente que iria aumentar em 70% o poder total do cluster, o sorriso não saia de seu rosto.
Ao ligar todos os cabos ele inseriu um DVD que ele mesmo gravara na máquina. Dentro do DVD há um programa que instala o sistema e configura-o automaticamente para integrar-se ao cluster. Quando o processo terminou ele notou que estava perdendo o começo de seu programa favorito, eram 20h20. Ele abriu seu programa de TV e começou a assistir, do começo é claro, pois seu sistema estava agendado para gravar o episódio, que Paulo assistiu até o final, sem os comerciais.
Após isso ele decidiu verificar o poder de fogo de seu sistema, e enquanto gravava a ultima temporada de outro seriado em DVDs jogou algumas partidas de um jogo de tiro em primeira pessoa com gráficos 3D ao extremo em um projetor de 100 polegadas que ele pôde comprar com a economia em monitores, teclados e mouses desde que montara seu cluster.
4- O Uso doméstico
Muitas características dos sistemas profissionais como montagem de cluster, troca a quente de dispositivos, uso profissional de recursos de rede podem ter usos domésticos muito interessantes, como descrevi acima. Pode ser um choque pra você saber disso, mas essa historinha que contei pode ser realidade hoje. Usando um sistema mais moderno e melhor preparado, como o GNU/Linux você pode conseguir fazer tudo que descrevi acima, hoje, sem ter que esperar pelo futuro.
Será pouco provável que você vá conseguir fazer isso com um sistema operacional como o Windows, a custos acessíveis. Não que seja impossível montar um cluster de 5 máquinas Windows, mas 5 cópias de Windows custariam R$5.000,00 e um software de cluster para Windows não sairia por menos de R$1.000,00. Com esses R$6.000,00 eu poderia montar um cluster de duas máquinas e GNU/Linux, pagando apenas o custo do hardware. E o cluster GNU/Linux seria muito mais confiável por motivos óbvios.
O importante é notar que um cluster GNU/Linux como o citado em minha historinha poderia fazer coisas que seriam impossíveis com o Windows, como trocar uma placa de vídeo sem reiniciar o sistema. Seria possível em GNU/Linux ter uma interface gráfica para cada dispositivo, uma para o telão de 100 polegadas, uma para um monitor de 17 polegadas, e uma para o celular de 1,5 polegada, interfaces diferentes, adequadas às telas onde são apresentadas, mas operando o mesmo sistema. Em Windows isso é impossível.
Tomando essa fábula como exemplo, não acredito que o GNU/Linux deverá sofre muitas adaptações ou modificações para penetrar no mercado doméstico. O mercado doméstico irá clamar pelo GNU/Linux à medida que descobrir o que este pode fazer. E o GNU/Linux pode muito! Vários usos ainda não imaginados ou consolidados para um computador em uma casa podem ser muito mais fáceis de cobrir usando GNU/Linux, pois este é uma plataforma livre.
Creio que todas as pessoas gostariam de um computador que pudesse gravar seus programas de TV favoritos e passá-los a qualquer momento, o sucesso da Tivo mostra isso. Mas para o Windows conseguir fazer isso precisou de adaptação e uma versão chamada Windows Media Center Edition, que não serve para ser usada como um sistema operacional geral. O GNU/Linux tem capacidade de fazer isso e continuar sendo útil para outras coisas. Uma vez que essas necessidades popularizem-se de fato a necessidade do mercado doméstico por um sistema melhor que o Windows estará criada, e aí sim deveremos pensar em como empurrar o GNU/Linux nesses nichos.
5- Os desenvolvedores de software livre
Devem criar condições para o GNU/Linux atingir esses nichos quando surgirem, escrevendo aplicações para lidar com mídia, entretenimento, controle doméstico, cluster doméstico, e acesso e uso remoto. São áreas onde o Windows é normalmente fraco:
Mídia: Quando o Windows é bom em mídia, é péssimo no resto. Assistir um filme e gravar um DVD ao mesmo tempo é praticamente impossível, assisitir um vídeo enquanto codifica outro é suicídio. A multi-tarefa do GNU/Linux, muito mais competente, permite que mesmo em equipamentos mais modestos você possa executar tarefas intensivas conjuntamente.
Entretenimento: Jogos e só. A rigidez de controle de conteúdo do Windows e do Mídia Player irá ser um obstáculo à manutenção de cópias digitais de música e vídeos. Nesse campo a Microsoft sempre irá trabalhar em prol da indústria e nunca em prol do consumidor, o contrário do GNU/Linux, que é feito pelos consumidores.
Controle Doméstico: Aqui os benefícios do software livre ficam evidentes. Você pode criar sua própria solução de automação ou usar soluções de terceiros, escolhendo o fonecedor que desejar ou criar sistemas sem fornecedor algum. No Windows você ficaria preso às soluções de grandes fabricantes (geralmente a preços elevados) já que é muito difícil para desenvolvedores independentes criarem drivers de dispositivo e sistemas para Windows, por seu código ser fechado. Aqui também mais uma vantagem da arquitetura do GNU/Linux aparece, como é modular o Linux só precisa carregar os drivers quando necessário e pode descarregá-los depois, diferente do Windows que precisa carregá-los no boot e mantê-los na memória o tempo todo, consumindo processador e memória ram.
Cluster Doméstico: Clusters profissionais já existem e funcionam muito bem para GNU/Linux. Alguns deles nem precisam que aplicações sejam reescritas para funcionarem no cluster. Nesse ponto haveríamos apenas de adaptar uma solução para ser instalada e reconhecer e configurar outras máquinas, automatizando o processo de criação e gerenciamento do cluster. Desenvolver isso dá ao Linux o argumento: não jogue seu hardware fora, acrescente hardware e aumente o poder de sua rede. Mais pessoas terão 2 ou mais computadores em casa sem saber como aproveitar esse potencial, e aqui é onde o Windows menos pode fazer, já que a Microsoft vive das licenças de seus produtos e quanto mais Windows você precisar, mais caro vai ficar, enquanto que no GNU/Linux isso pode custar zero ou muito pouco.
Acesso e uso remoto: Aqui não há como usar o Windows. A única coisa que funciona em Windows quando falamos de uso remoto é o VNC. No GNU/Linux o uso remoto é natural, pois é uma característica da arquitetura, e transparente para o usuário. Essa característica aliada ao cluster permitiria que vizinhos, amigos, usando redes de alta velocidade criassem super computadores de maneira fácil (quase plug'n'play na verdade). Se as pessoas tomassem conciência disso, de que poderiam ter um super computador à disposição em seu prédio, ou em sua rua, ou de maneira virtual iriam ficar no mínimo curiosas para conhecer o GNU/Linux. Isso tem muitos usos. No futuro poderemos ter áreas virtuais de super-computadores públicos, para usarmos para resolver problemas de faculdade, de ensino, ou de pequenas empresas.
6- Conclusões Finais
O uso doméstico de computadores poderá modificar-se de maneira dramática nos próximos anos, dependendo de como as pessoas irão encarar o computador. Se o computador tornar-se o núcleo nervoso dos lares, controlando várias coisas e sendo universalmente acessível, o Windows, como plataforma estará seriamente comprometido. O GNU/Linux, por herdar características de servidor do UNIX estará naturalmente mais apto para esta função.
As grandes empresas podem não querer promover o computador à esse patamar, mas a comunidade do software livre tem a força necessária para criar esse modelo de computação doméstica, onde o GNU/Linux é a escolha natural por suas características intrínsecas. Como dizia o mandamento do Comunismo: De cada um de nós com nossa habilidade, para cada um de nós com nossa necessidade.
O que precisamos é identificar as necessidades que as pessoas terão em suas casas e preparar nossos softwares para elas. Essas necessidades já existem hoje, as pessoas querem sistemas melhores, mais confiáveis, que façam mais coisas e tragam mais conforto à suas casas. O que precisamos é que o GNU/Linux consiga suprir as novas necessidades que surgirão coisa que o Windows não conseguirá fazer.
Por Fábio Luiz (falcon_dark)
com contribuições de Sergio Clemente e Alexandre Kurz
e do grupo Desktoplinux
-------------------------Fim do Ensaio-------------------------
Como eu havia falado, foi uma brincadeira para matar uma tarde chuvosa. As pessoas vêem e usam os computadores de um modo que foi construído sobre as qualidades e deficiências de uma única plataforma. Por isso é natural que a visão de computador pessoal seja monotônica em nossa sociedade. Novos sistemas operacionais com novas características abrem campo para usos e aplicações domésticas que ainda não foram cogitadas. Em resumo novos sistemas podem criar novos usos para os computadores dentro de nossas casas. A criatividade e o poder de inovação da comunidade que desenvolve o software livre, em especial o GNU/Linux, podem ser o combustível de toda uma nova geração de usos e utilidades que tornariam a plataforma dominante obsoleta por definição.
Não se trata apenas de fazer com que o GNU/Linux rivalize com o Windows onde o Windows se destaca, mas disponibilizar novos usos e recursos que não possam ser implantados no Windows, como as multi interfaces para um mesmo sistema, que podem levar um sistema centralizado a ter tentáculos em vários dispositivos distintos e estar virtualmente em qualquer lugar.
Essas novas possibilidades terão espaço em pouco tempo e poderão ser o ponto de inflexão na curva de adoção do Windows no mercado doméstico. Vale a pena pensar um pouco sobre isso, mesmo que seja apenas para matar o tempo em uma tarde chuvosa.
Comments:
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Perfeito o artigo, muito bom para explicar às pessoas leigas no assunto o que é GNU/Linux e do que o sistema é capaz.
Muito obrigado. Espero que esse tipo de texto possa levar à mais pessoas a curiosidade por experimentar algo além do Windows
Cara, mudança de paradigma.
Até hoje o GNU/Linux, de certa forma, tem tentado c adaptar à realidade dos usuários de desktop windows.Interface gráfica, navegadores, fontes, editores de texto, etc
.
Sempre que mostro o GNU/Linux para alguém, a primeira impressão da pessoa é: "Nossa... que interface diferente!", e digo mais, se não fosse por isso eu não teria ido atrás do tal do Linux uns anos atrás...
Elas não entendem que a interface gráfica não é "O sistema", que o sistema não depende dela e pode fazer muita coisa com e sem ela.
O que você diz é verdade, se as pessoas conseguissem ver o mundo por trás disso tudo, o que é possível fazer, mas elas não percebem. Elas não percebem que um livro em um Domingo é muito mais divertido que um Faustão na TV.
Além de tudo, quando você mostra um outro paradigma à essas pessoas, elas tendem a ser vencidas pela inércia, preguiça, etc. Eu ainda continuo a dizer: O GNU/Linux só estará realmente preparado para todos quando a humanidade estiver pronta para compreende-lo.
Azar de quem não usa, eu me divirto com ele :P
Abraços,
Até hoje o GNU/Linux, de certa forma, tem tentado c adaptar à realidade dos usuários de desktop windows.Interface gráfica, navegadores, fontes, editores de texto, etc
.
Sempre que mostro o GNU/Linux para alguém, a primeira impressão da pessoa é: "Nossa... que interface diferente!", e digo mais, se não fosse por isso eu não teria ido atrás do tal do Linux uns anos atrás...
Elas não entendem que a interface gráfica não é "O sistema", que o sistema não depende dela e pode fazer muita coisa com e sem ela.
O que você diz é verdade, se as pessoas conseguissem ver o mundo por trás disso tudo, o que é possível fazer, mas elas não percebem. Elas não percebem que um livro em um Domingo é muito mais divertido que um Faustão na TV.
Além de tudo, quando você mostra um outro paradigma à essas pessoas, elas tendem a ser vencidas pela inércia, preguiça, etc. Eu ainda continuo a dizer: O GNU/Linux só estará realmente preparado para todos quando a humanidade estiver pronta para compreende-lo.
Azar de quem não usa, eu me divirto com ele :P
Abraços,
Cara, parabens... seu texto disse tudo. Com certeza o Windows não faz nem metade do que o Unix faz pq o Unix foi projetado para ser um sistema a prova de falhas, e não para ser domestico. O linux está conseguindo colocar o Unix dentro dos PCs de muitos usuarios domestico e fazendo isso com uma grande maestria...
Eu já usei Linux por muito tempo, depois comprei um PC novo e fui para o XP, só não estou no Linux devolta pq tenho q organizar minhas coisas aqui antes, esta tudo uma zona. Mas sem duvidas q o Linux é o q eu recomendo para todos.
[]s cara
Eu já usei Linux por muito tempo, depois comprei um PC novo e fui para o XP, só não estou no Linux devolta pq tenho q organizar minhas coisas aqui antes, esta tudo uma zona. Mas sem duvidas q o Linux é o q eu recomendo para todos.
[]s cara
Excelente artigo! É realmente uma coisa difícil explicar pro usuário leigo todas as vantagens do Linux e convencê-lo a usar... Mas seu artigo ficou bastante simples de entender e bem escrito. =)
Galera,
Até Agosto desse ano, mais ou menos eu usava o XP, depois que começei a usar o Linux, me sinto muito mais preparado, sinto que estou usandoum OS de verdade e que não preciso ficar preocupado em spywares ou outras coisinhas tão simples que o Windows não consegue evitar..
Desde o dia em que instalei, até hoje meu micro não travou nenhuma vez.. ooooooooooo maravilhaaaaaaaaaaa
Um grande abraço a todos e vcs me encontram no forum do guiadohardware...
Até Agosto desse ano, mais ou menos eu usava o XP, depois que começei a usar o Linux, me sinto muito mais preparado, sinto que estou usandoum OS de verdade e que não preciso ficar preocupado em spywares ou outras coisinhas tão simples que o Windows não consegue evitar..
Desde o dia em que instalei, até hoje meu micro não travou nenhuma vez.. ooooooooooo maravilhaaaaaaaaaaa
Um grande abraço a todos e vcs me encontram no forum do guiadohardware...
Olá. Só passei pra dizer que curti pacas o artigo, uso o SUSE 10 e não tem nada melhor que isso. No ítem 6, apto é sem H.
Obrigado a todos pelos comentários e por estarem usando Software Livre e recomendando-o a outros. Continuem o bom trabalho e passem por aqui sempre que possível, obrigado!
Realmente no item 6 eu cometi uma incorreção imperdoável, obrigado. O texto foi devidamente corrigido. Faz falta um corretor ortográfico hehehe.
Realmente no item 6 eu cometi uma incorreção imperdoável, obrigado. O texto foi devidamente corrigido. Faz falta um corretor ortográfico hehehe.
Apesar de ter tido meu primeiro contato com linux ha uns três anos só cheguei a me interessar profundamente no fim do ano passado, hoje trabalho em um provedor de internet e me deparo com o linux 7 dias por semana, a maior quantidade de tempo possível, estou pouco a pouco migrando p/ o linux(ainda nao migrei completamente por "dependencia" de alguns recursos que ainda desenvolvo) mas já tenho planos p/ até o inicio do mes que vem eu já estar completamente "linuxado"... e quando uma pessoa ver um artigo desses aí é que dá vontade mesmo de ir fundo nessa nova realidade!!!
VLW e parabéns!!!!!!!!!:-}
VLW e parabéns!!!!!!!!!:-}
<< Sua Matéria é tendenciosa!!! >>
Um dos maiores problemas de uma grande maioria de usuários do Linux é dizer que o OS não trava e não tem problemas. Tudo é lindo e maravilhoso. O Windows é sempre uma "mer..."! Vejamos. Se muitos acessarem o site do Kurumin - verão uma enchurrada de problemas de instalação do sistema, incomptabilidades e falta de reconhecimento com dispositivos básicos. A pouco tempo atráz, instalei uma versão do Conectiva na casa de um cliente - ao fazer a atualização do sistema, boa parte dos links estavam indisponíveis devido ao número de usuários fazendo a mesma coisa. Quando a atualização foi finalizada, ele brincou com o sistema enquanto eu atendia um outro cliente pelo telefone. Pedi gentilmente que ele reiniciase o sistema e foi ai que tudo foi pro prego. O sistema levantou sem menu, sem botão direito do mouse, e não respondia a metade dos comandos pelo terminal. Ficou pior ainda quando reiniciei pelo modo texto, não conseguia nem me logar com root - somente como um simples mortal.
Numa outra instalação, o ubuntu só reconhecia a resolução de 640 X 480 em um monitor philips de 21" e placa de vídeo nvídea que o próprio imbecil do SO havia detectado.
Uma coisa que canso de dizer para os meus diversos alunos na faculdade é o seguinte:
1 - Não vi ninguém com "culhões" o bastante para fazer uma pesquisa sem tendenciar ou tramar alguns falsos resultados.
2 - Tanto empresas como a Microsoft com a Novell tentam dizer que os seus resultados sempre são os corretos. Em quem acreditamos?
3 - Tenho Linux, FreeBSD e Windows 2000 rodando em servidores de testes. Gosto dos três. Porém, devo obrigatoriamente dar meus agradecimentos ao Bill Gates por ter feito o Windows e que da minha casa eu e meus familiares pudessem acessar a Internet. Quando em um de nossos primeiros servidores que tivemos na faculdade era com Unix - A grande maioria das pessoas nem sabia como usar.
-- graças ao Windows, as massas, que compravam os seus computadores e ainda continuam comprando no Paraguai puderam conhecer o novo sistema livre - O Linux. E hoje dizem que ele é ruim - mas porque a grande maioria não sabe é usar o equipamento. Aprendem errado e não compram um livro para estudar e não se interessam em aprender a trabalhar com o sistema corretamente. A grande maioria não sabe nem sequer salvar um documento no WordPad. Não sabe nem porque em determinados comandos do menu possui as reticências e em outros não.
--- TUDO É UM GRANDE PROBLEMA CULTURAL ---
Um grande número de usuários Linux hoje malha o pau no Windows, mas nasceram usando ele e brincando com o paciência. E tudo estava bom. Hoje são radicais - pinguilista radicais e racistas.
Muitos só seguem as idéias dos outros e dizem: "realmente o Linux é tudo de bom e o Windows com aquela tela azul é uma b..."
Não vi até hoje um grupo de desenvolvimento que realmente tornasse o Linux portável para desktop com as capacidades do Windows.
Porque o mundo Linux tem que ter 200 versões diferentes? Porque não existe um grupo que se ajunte e desenvolvam um Linux para desktop para combater o Windows.
Linux é um excelente sistema operacional para SERVIDORES DE REDE até para aplicações de missão crítica. Porém Windows também tem um ótimo servidor de rede e pior de tudo, um ótimo sistema desktop.
Alguns dizem: Porque que no Windows tem vírus e o Linux não tem? Se não existissem vírus para o Linux, com certeza não existiriam empresas desenvolvendo anti-virus atualmente para ele. Olhe o universo Windows contra o Linux. Em breve a comunidade poderá estar somente usando Linux e alguém com certeza desenvolverá alguma coisa potencialmente destrutiva e todos se ferrarão.
Assim eu estarei pronto para acessar a internet e ver que um novo sistema operacional estará sendo lançado e que será melhor que o Linux e toda a briga comecará novamente.
TODOS OS SISTEMAS OPERACIONAIS SÃO BONS E SEGUROS, DESDE QUE, QUEM ESTEJA NA FRENTE DELE, TENHA CONHECIMENTOS O BASTANTE PARA USÁ-LO EFICIENTEMENTE.
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Um dos maiores problemas de uma grande maioria de usuários do Linux é dizer que o OS não trava e não tem problemas. Tudo é lindo e maravilhoso. O Windows é sempre uma "mer..."! Vejamos. Se muitos acessarem o site do Kurumin - verão uma enchurrada de problemas de instalação do sistema, incomptabilidades e falta de reconhecimento com dispositivos básicos. A pouco tempo atráz, instalei uma versão do Conectiva na casa de um cliente - ao fazer a atualização do sistema, boa parte dos links estavam indisponíveis devido ao número de usuários fazendo a mesma coisa. Quando a atualização foi finalizada, ele brincou com o sistema enquanto eu atendia um outro cliente pelo telefone. Pedi gentilmente que ele reiniciase o sistema e foi ai que tudo foi pro prego. O sistema levantou sem menu, sem botão direito do mouse, e não respondia a metade dos comandos pelo terminal. Ficou pior ainda quando reiniciei pelo modo texto, não conseguia nem me logar com root - somente como um simples mortal.
Numa outra instalação, o ubuntu só reconhecia a resolução de 640 X 480 em um monitor philips de 21" e placa de vídeo nvídea que o próprio imbecil do SO havia detectado.
Uma coisa que canso de dizer para os meus diversos alunos na faculdade é o seguinte:
1 - Não vi ninguém com "culhões" o bastante para fazer uma pesquisa sem tendenciar ou tramar alguns falsos resultados.
2 - Tanto empresas como a Microsoft com a Novell tentam dizer que os seus resultados sempre são os corretos. Em quem acreditamos?
3 - Tenho Linux, FreeBSD e Windows 2000 rodando em servidores de testes. Gosto dos três. Porém, devo obrigatoriamente dar meus agradecimentos ao Bill Gates por ter feito o Windows e que da minha casa eu e meus familiares pudessem acessar a Internet. Quando em um de nossos primeiros servidores que tivemos na faculdade era com Unix - A grande maioria das pessoas nem sabia como usar.
-- graças ao Windows, as massas, que compravam os seus computadores e ainda continuam comprando no Paraguai puderam conhecer o novo sistema livre - O Linux. E hoje dizem que ele é ruim - mas porque a grande maioria não sabe é usar o equipamento. Aprendem errado e não compram um livro para estudar e não se interessam em aprender a trabalhar com o sistema corretamente. A grande maioria não sabe nem sequer salvar um documento no WordPad. Não sabe nem porque em determinados comandos do menu possui as reticências e em outros não.
--- TUDO É UM GRANDE PROBLEMA CULTURAL ---
Um grande número de usuários Linux hoje malha o pau no Windows, mas nasceram usando ele e brincando com o paciência. E tudo estava bom. Hoje são radicais - pinguilista radicais e racistas.
Muitos só seguem as idéias dos outros e dizem: "realmente o Linux é tudo de bom e o Windows com aquela tela azul é uma b..."
Não vi até hoje um grupo de desenvolvimento que realmente tornasse o Linux portável para desktop com as capacidades do Windows.
Porque o mundo Linux tem que ter 200 versões diferentes? Porque não existe um grupo que se ajunte e desenvolvam um Linux para desktop para combater o Windows.
Linux é um excelente sistema operacional para SERVIDORES DE REDE até para aplicações de missão crítica. Porém Windows também tem um ótimo servidor de rede e pior de tudo, um ótimo sistema desktop.
Alguns dizem: Porque que no Windows tem vírus e o Linux não tem? Se não existissem vírus para o Linux, com certeza não existiriam empresas desenvolvendo anti-virus atualmente para ele. Olhe o universo Windows contra o Linux. Em breve a comunidade poderá estar somente usando Linux e alguém com certeza desenvolverá alguma coisa potencialmente destrutiva e todos se ferrarão.
Assim eu estarei pronto para acessar a internet e ver que um novo sistema operacional estará sendo lançado e que será melhor que o Linux e toda a briga comecará novamente.
TODOS OS SISTEMAS OPERACIONAIS SÃO BONS E SEGUROS, DESDE QUE, QUEM ESTEJA NA FRENTE DELE, TENHA CONHECIMENTOS O BASTANTE PARA USÁ-LO EFICIENTEMENTE.
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