terça-feira, novembro 01, 2005
O próximo assalto
Já começou! Google está contratando programadores para trabalharem no código do OpenOffice, enquanto isso em Redmond a MS já anunciou que planeja uma versão online de seu MSOffice. Tente advinhar onde elas querem chegar.
Me lembrei que já há algum tempo que a Microsoft fala de vender seus produtos sob-demanda. Você liga para o escritório mais próximo da MS e pede um mês de Word e Excel, eles lhe passam um login e você usa os aplicativos dentro do período contratado. A coisa não saiu do papel porque o custo era muito alto. A infra-estrutura de internet no mundo ainda é muito ruim e lenta para que aplicações completas de escritório sejam produtivas on-line. E uma assinatura mensal de MSOffice poderia ter um valor proibitivo para o uso doméstico.
A infra-estrutura de rede é a mesma para o Google e para a Microsoft mas o fato da licença do OpenOffice ser gratuíta pode contar muito à favor da empresa californiana. Ela gastará alguns punhados de dólares para adaptar o sistema ao mundo on-line, igual à MS, gastará mais alguns dólares com criação de infra-estrutura de hardware para tocar o serviço, como a MS, mas não precisará preocupar-se com os clientes que não optarem pelo serviço on-line.
A conta é complicada porque parece óbvio que um MSOffice deveria ser cobrado pela periodicidade do uso, como se fosse um aluguel. Mas como definir o valor de mensalidade para um seviço como esse, de Office on-line, sem inviabilizar o negócio de vender caixinhas com o programa. Pois os clientes que acharem a caixinha muito cara irão para o mundo on-line (e podem acabar nas garras do GoogleOffice, GOffice?) e os clientes que acharem a caxinha muito barata não irão para o office on-line, fazendo encarecer o investimento da MS no pacote de web.
Não se pode pensar em acabar com as versões off-line dos programas do pacote, pois isso excluiria automaticamente todos os clientes sem conexão permanente com a web. Definir o preço para esse serviço será complicado, para todos. Mas o Google pode (e deve) surpreender ao lançar seu on-line office gratuitamente. Que será então do MSOffice enfrentando um concorrente que não é só gratuíto, equivalente na maioria dos aspectos, compatível, mas também onipresente e acessível de dentro do seu Orkut? A MS terá problemas para vender seu Office on-line por um valor maior do que zero. E se ela entregar gratuitamente o Office on-line suas vendas de caixinhas acabam.
A MS enfrenta um momento curioso: a morte anunciada de um produto seu, pelo fechamento de um nicho de mercado. Ela sabe que o Office on-line do Google, sendo gratuíto, fecha as portas de sua segunda linha de produtos, atrás apenas dos sistemas operacionais. E pior, ela terá de investir milhões de dólares para desenvolver uma solução equivalente e preparar-se para entregá-la de graça aos clientes, se for o caso; apenas para manter-se com o nome no mercado. Parece que o jogo está virando para o pessoal de Redmond.
Com o aumento da velocidade das conexões de internet de pequeno e médio portes que acontecerá no próximo ano aqui no Brasil (lá fora já ocorre há muito) ficará mais viável a implanatação de serviços que formem a chamada Web 2.0. Em 2006 teremos pacotes domésticos de 2Mbit/s a preços aceitáveis. O Office é uma das primeiras aplicações que serão levadas à web para trabalhar on-line. Outras virão em seguida.
Não deixa de ser uma espécie de revolução. Os programas estarão saindo de nossos computadores para ficarem guardados em um servidor, executaremos os mesmo em um misto de processamento local e remoto. Serviços de armazenamento de dados, compromissos, estatísticas, comércio, educação, enfim um pouco de tudo estará presente na Web 2.0 dessa forma em alguns anos. E diziam que o NC (Network Computer) era um conceito morto! Pega essa, Dvorak!
E o bom é que dessa revolução o software livre já está fazendo parte desde o início.
Me lembrei que já há algum tempo que a Microsoft fala de vender seus produtos sob-demanda. Você liga para o escritório mais próximo da MS e pede um mês de Word e Excel, eles lhe passam um login e você usa os aplicativos dentro do período contratado. A coisa não saiu do papel porque o custo era muito alto. A infra-estrutura de internet no mundo ainda é muito ruim e lenta para que aplicações completas de escritório sejam produtivas on-line. E uma assinatura mensal de MSOffice poderia ter um valor proibitivo para o uso doméstico.
A infra-estrutura de rede é a mesma para o Google e para a Microsoft mas o fato da licença do OpenOffice ser gratuíta pode contar muito à favor da empresa californiana. Ela gastará alguns punhados de dólares para adaptar o sistema ao mundo on-line, igual à MS, gastará mais alguns dólares com criação de infra-estrutura de hardware para tocar o serviço, como a MS, mas não precisará preocupar-se com os clientes que não optarem pelo serviço on-line.
A conta é complicada porque parece óbvio que um MSOffice deveria ser cobrado pela periodicidade do uso, como se fosse um aluguel. Mas como definir o valor de mensalidade para um seviço como esse, de Office on-line, sem inviabilizar o negócio de vender caixinhas com o programa. Pois os clientes que acharem a caixinha muito cara irão para o mundo on-line (e podem acabar nas garras do GoogleOffice, GOffice?) e os clientes que acharem a caxinha muito barata não irão para o office on-line, fazendo encarecer o investimento da MS no pacote de web.
Não se pode pensar em acabar com as versões off-line dos programas do pacote, pois isso excluiria automaticamente todos os clientes sem conexão permanente com a web. Definir o preço para esse serviço será complicado, para todos. Mas o Google pode (e deve) surpreender ao lançar seu on-line office gratuitamente. Que será então do MSOffice enfrentando um concorrente que não é só gratuíto, equivalente na maioria dos aspectos, compatível, mas também onipresente e acessível de dentro do seu Orkut? A MS terá problemas para vender seu Office on-line por um valor maior do que zero. E se ela entregar gratuitamente o Office on-line suas vendas de caixinhas acabam.
A MS enfrenta um momento curioso: a morte anunciada de um produto seu, pelo fechamento de um nicho de mercado. Ela sabe que o Office on-line do Google, sendo gratuíto, fecha as portas de sua segunda linha de produtos, atrás apenas dos sistemas operacionais. E pior, ela terá de investir milhões de dólares para desenvolver uma solução equivalente e preparar-se para entregá-la de graça aos clientes, se for o caso; apenas para manter-se com o nome no mercado. Parece que o jogo está virando para o pessoal de Redmond.
Com o aumento da velocidade das conexões de internet de pequeno e médio portes que acontecerá no próximo ano aqui no Brasil (lá fora já ocorre há muito) ficará mais viável a implanatação de serviços que formem a chamada Web 2.0. Em 2006 teremos pacotes domésticos de 2Mbit/s a preços aceitáveis. O Office é uma das primeiras aplicações que serão levadas à web para trabalhar on-line. Outras virão em seguida.
Não deixa de ser uma espécie de revolução. Os programas estarão saindo de nossos computadores para ficarem guardados em um servidor, executaremos os mesmo em um misto de processamento local e remoto. Serviços de armazenamento de dados, compromissos, estatísticas, comércio, educação, enfim um pouco de tudo estará presente na Web 2.0 dessa forma em alguns anos. E diziam que o NC (Network Computer) era um conceito morto! Pega essa, Dvorak!
E o bom é que dessa revolução o software livre já está fazendo parte desde o início.
Comments:
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As coisas andam mal por lá.
Gastos do programa de compensações de ações chegam a 1/4 do lucro e sem garantir produtos decentes. O investidor começa a ficar desconfiado, a coisa começa a apertar cada vez mais. Uma perda no faturamento do office pode representar um tombo de 30 a 40% do faturamento da Empresa. Simplesmente não vejo como a MS segurar a liderança por mais cinco anos neste novo cenário.
Gastos do programa de compensações de ações chegam a 1/4 do lucro e sem garantir produtos decentes. O investidor começa a ficar desconfiado, a coisa começa a apertar cada vez mais. Uma perda no faturamento do office pode representar um tombo de 30 a 40% do faturamento da Empresa. Simplesmente não vejo como a MS segurar a liderança por mais cinco anos neste novo cenário.
estamos vendo o inicio do fim da MS ?!
Quem sabe.
se realmente o Office que o google vai lançar suprir o MsOffice a Microsoft vai perder muito dinheiro e quem apostar nesta versão do OpenOffice vai sentir o quanto é bom usar Software Livre e terá vontade de experimentar o Linux ...
Quem sabe ?
Quem sabe.
se realmente o Office que o google vai lançar suprir o MsOffice a Microsoft vai perder muito dinheiro e quem apostar nesta versão do OpenOffice vai sentir o quanto é bom usar Software Livre e terá vontade de experimentar o Linux ...
Quem sabe ?
Gostaria de ver a cara do Steve Balmer arrancando os cabelos. Como naquela propaganda
de cartão de crédito. O Steve Balmer se descabelando, "não tem preço".
de cartão de crédito. O Steve Balmer se descabelando, "não tem preço".
Meu caro, também concordo muito quando fala que o office online dara certo. Mas você sabe que hoje no Brasil nós ainda temos um grande atraso em Banda. Temos um suporte técnico horrendo, que não funciona, e para essas pessoas como ficariam? Já pensou, usar o Word via conexão discada?? rs.rs. O Tio (do capeta não meu) Bil, simplesmente abondonaria esses usuários???
Abraços
Abraços
O Office on-line é um produto com cara e jeitão corporativo. Na verdade para esse mercado os usuários domésticos não fazem diferença. Quem conhece algum usuário doméstico que tem licença oficial do MS Office? Quem pagaria R$ 1.500,00 em um pacote para criar textos para faculdade? O mercado doméstico dá pouco lucro para os pacotes de escritório. Por isso acredito que a Microsoft não faria cerimônia para adotar o Office on-line como produto mesmo e manter apenas uma versão um pouco melhorada do WordPad no Windows para aqueles usuários que não tenham banda larga.
Falando em banda larga, aliás, em breve (mais uns 2 anos) o custo de navegar pela web com conexão discada estará tão alto que será mais barato assinar um pacote de banda larga com sua companhia telefônica. Isso não irá resolver o problema do acesso à web no Brasil, muitos usuários ainda não terão condições de navegar na internet. Mas pacotes de banda larga de baixas velocidades, como 150 e 300 Kbps irão baratear bastante e o custo de conexão dial-up ficará insuportável para a maioria dos usuários. Todos os serviços da web tendem a tornar-se mais completos e complexos, com a Web2.0 e a chegada da era dos webservices. O resultado disso é que conexões discadas de baixa velocidade (como a de 56Kbps) simplesmente não conseguirão atender aos requisitos para que o usuário possa acessar e usar os serviços que estarão disponíveis. Isso empurrará muitos usuários que não possam assinar planos de banda larga no sentido contrário do mercado. Talvez provedores de serviços on-line ressucitem o conceito de BBS para atender àqueles que permaneçam com conexões discadas, sendo uma ponte entre a Web2.0 e a web normal. O tempo dirá.
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Falando em banda larga, aliás, em breve (mais uns 2 anos) o custo de navegar pela web com conexão discada estará tão alto que será mais barato assinar um pacote de banda larga com sua companhia telefônica. Isso não irá resolver o problema do acesso à web no Brasil, muitos usuários ainda não terão condições de navegar na internet. Mas pacotes de banda larga de baixas velocidades, como 150 e 300 Kbps irão baratear bastante e o custo de conexão dial-up ficará insuportável para a maioria dos usuários. Todos os serviços da web tendem a tornar-se mais completos e complexos, com a Web2.0 e a chegada da era dos webservices. O resultado disso é que conexões discadas de baixa velocidade (como a de 56Kbps) simplesmente não conseguirão atender aos requisitos para que o usuário possa acessar e usar os serviços que estarão disponíveis. Isso empurrará muitos usuários que não possam assinar planos de banda larga no sentido contrário do mercado. Talvez provedores de serviços on-line ressucitem o conceito de BBS para atender àqueles que permaneçam com conexões discadas, sendo uma ponte entre a Web2.0 e a web normal. O tempo dirá.
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