quinta-feira, dezembro 29, 2005
Sega Aurora
Toda pessoa que gosta de jogos de computador já deve ter jogado algum arcade. Arcades são aquelas máquinas encontradas em casas de jogos ou fliperamas que proporcionam uma experiência mais agradável que os consoles ou computadores domésticos em termos de experiência de jogo. Talvez pelas enormes telas de muitas polegadas, talvez pelos controles, maiores e mais ergonômicos, jogar em um arcade é ainda hoje uma experiência muito particular.
Pergunte para qualquer pessoa que tenha intimidade com jogos de computadores qual seu arcade predileto e você sempre ouvirá uma resposta. Praticamente todo amante de jogos tem um arcade preferido, aquele que o jogador nunca esquece. A mim a oportunidade de jogar Daytona USA da Sega é irresistivelmente tentadora. Posso estar onde estiver, fazendo qualquer coisa, se eu topar com uma dessas máquinas irei perder alguns minutos em ao menos uma partida.
Os arcades são para o mundo dos jogos o que a Fórmula 1 é para o mundo dos carros. Máquinas dedicadas, geralmente muito à frente do hardware de sua época, com sistemas operacionais proprietários e misteriosos. Para os desenvolvedores dessas máquinas manter o segredo sobre suas configurações é muitas vezes a diferença entre um grande sucesso ou um estrondoso fracasso. Bem, talvez não mais.
Depois de ser varrida do mercado de consoles a Sega permaneceu forte no segmento de jogos. Hoje a Sega tem vários títulos para Playstation, Xbox e Nintendo, além do PC. E no segmento de arcades a Sega sempre se manteve como uma das empresas de ponta. Em 2006 a Sega pretende lançar uma nova máquina de Arcade, para rodar com moedas seus jogos mais atuais. A plataforma tem codinome Aurora.
Fascinado que sou por tudo que mantém relação com tecnologia estava fuçando por aí atrás de informações e encontrei em um site alguns dados sobre a plataforma Aurora. Não são informações oficiais da Sega, mas é muito curioso dar uma espiada nessas configurações.
A máquina rodaria com um chip RISC da Hitachi e seu sistema operacional embarcado seria... o Linux!
Isso mesmo, em lugar de gastar algumas centenas de milhares de dólares escrevendo um sistema operacional proprietário para o Aurora a Sega teria decidido usar o kernel livre Linux 2.6 como base. Uma biblioteca gráfica (baseada em OpenGL?) estaria sendo desenvolvida para rodar sobre o pingüim para que os jogos atuais da Sega pudessem ser adaptados para máquinas arcade.
Com o lançamento previsto para 2006 a plataforma Aurora pode trazer o Linux para o mundo dos jogos em ambiente profissional. Some a isso o PS3 da Sony que chegará às lojas também no próximo ano. Teríamos o Linux entrando no mercado de jogos eletrônicos em duas frentes, doméstica e profissional pelas mãos de dois grandes nomes, Sony e Sega. Todo o trabalho feito sobre o Linux para prepará-lo para esses mercados surtirá efeito, em algum nível, sobre o mercado de Linux para PCs.
Em algum momento, talvez em 2007, o Linux estará apto a tornar-se uma grande plataforma de jogos e entretenimento. O mercado está conspirando nesse sentido. Pessoalmente eu continuo torcendo muito.
Pergunte para qualquer pessoa que tenha intimidade com jogos de computadores qual seu arcade predileto e você sempre ouvirá uma resposta. Praticamente todo amante de jogos tem um arcade preferido, aquele que o jogador nunca esquece. A mim a oportunidade de jogar Daytona USA da Sega é irresistivelmente tentadora. Posso estar onde estiver, fazendo qualquer coisa, se eu topar com uma dessas máquinas irei perder alguns minutos em ao menos uma partida.
Os arcades são para o mundo dos jogos o que a Fórmula 1 é para o mundo dos carros. Máquinas dedicadas, geralmente muito à frente do hardware de sua época, com sistemas operacionais proprietários e misteriosos. Para os desenvolvedores dessas máquinas manter o segredo sobre suas configurações é muitas vezes a diferença entre um grande sucesso ou um estrondoso fracasso. Bem, talvez não mais.
Depois de ser varrida do mercado de consoles a Sega permaneceu forte no segmento de jogos. Hoje a Sega tem vários títulos para Playstation, Xbox e Nintendo, além do PC. E no segmento de arcades a Sega sempre se manteve como uma das empresas de ponta. Em 2006 a Sega pretende lançar uma nova máquina de Arcade, para rodar com moedas seus jogos mais atuais. A plataforma tem codinome Aurora.
Fascinado que sou por tudo que mantém relação com tecnologia estava fuçando por aí atrás de informações e encontrei em um site alguns dados sobre a plataforma Aurora. Não são informações oficiais da Sega, mas é muito curioso dar uma espiada nessas configurações.
A máquina rodaria com um chip RISC da Hitachi e seu sistema operacional embarcado seria... o Linux!
Isso mesmo, em lugar de gastar algumas centenas de milhares de dólares escrevendo um sistema operacional proprietário para o Aurora a Sega teria decidido usar o kernel livre Linux 2.6 como base. Uma biblioteca gráfica (baseada em OpenGL?) estaria sendo desenvolvida para rodar sobre o pingüim para que os jogos atuais da Sega pudessem ser adaptados para máquinas arcade.
Com o lançamento previsto para 2006 a plataforma Aurora pode trazer o Linux para o mundo dos jogos em ambiente profissional. Some a isso o PS3 da Sony que chegará às lojas também no próximo ano. Teríamos o Linux entrando no mercado de jogos eletrônicos em duas frentes, doméstica e profissional pelas mãos de dois grandes nomes, Sony e Sega. Todo o trabalho feito sobre o Linux para prepará-lo para esses mercados surtirá efeito, em algum nível, sobre o mercado de Linux para PCs.
Em algum momento, talvez em 2007, o Linux estará apto a tornar-se uma grande plataforma de jogos e entretenimento. O mercado está conspirando nesse sentido. Pessoalmente eu continuo torcendo muito.
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Mais um artigo no Meiobit.com
Já está no ar o meu segundo artigo sobre Linux no site Meiobit.com.
Nesse segundo artigo eu repassei alguns termos comuns para o usuário de Linux mas que podem causar alguma confusão para os novatos. Também falei um pouco sobre algumas distribuições que os iniciantes podem testar e onde eles podem encontrá-las.
Nesse segundo artigo eu repassei alguns termos comuns para o usuário de Linux mas que podem causar alguma confusão para os novatos. Também falei um pouco sobre algumas distribuições que os iniciantes podem testar e onde eles podem encontrá-las.
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Pra que mudar a internet?
Dagomir Marquezi é colunista da revista Info e em seu artigo do mês de Dezembro de 2005 pede que alguém forneça alguma razão não política para retirar o controle de nomes de domínio da internet das mãos da Icann.
A Icann é uma organização independente criada nos EUA para gerir os domínios na Internet. É a espinha dorsal da rede global que você está usando para ler esse texto nesse exato minuto. Marquezi defende, com razão, que não deve ser uma decisão política retirar o controle da Icann. Mas usa o famoso argumento do "em time que está ganhando não se mexe" para defender seu ponto. Se a internet funciona bem, deixem-na como está, é o ponto que Marquezi parece querer ressaltar. É onde sua visão falha.
Imagine se essa fosse a opinião da indústria automotiva do início do século! O carro já é bom, já é mais rápido e melhor que uma carroça a cavalo, então não precisamos mais melhorá-lo, pois já está bom o bastante. E estaríamos até hoje andando em veículos à vapor, queimando carvão atingindo incríveis 40KM/h de velocidade máxima. Ainda bem que Otto não pensava como Marquezi e achou que mesmo algo que funcionava bem ainda poderia ser melhorado!
Voltando ao artigo da Info, Marquezi insiste que alguém deva dar boas razões apolíticas para mudar o esquema de controle de domínios atual da Web, mesmo quando ele falha em dar boas razões apolíticas para que ele continue como está. Tudo bem, não vou discutir as razões políticas, vou fazer o que Marquezi pediu e manter as razões no campo não político e começar meu artigo de verdade:
4 Razões Não Políticas para que o controle da internet saia das mãos da Icann.
Razão 1: 15 membros não garante representatividade participativa
O conselho administrador da Icann possui 15 membros, dos quais 2 são brasileiros, de várias partes do mundo. Isso deveria servir para mostrar que a administração da Icann (e portanto da estrutura da internet) não é dos EUA, mas sim de todo o mundo. Agora pense sobre o conceito de democracia por um instante. Dizer que 15 membros que são indicados e não eleitos garantem representatividade em uma administração que envolve interesses de mais de 180 países é meio estranho, não?
Razão 2: A Icann é não governamental, mas age como se fosse
A Icann não está sujeita ao governo dos EUA, mas por força da lei deve satisfações ao Departamento de Comércio dos EUA. Então de maneira indireta o governo dos EUA pode exercer algum controle sobre a Icann, e isso já ocorreu várias vezes (citarei um caso mais à frente). Uma rede que pretende ser global e livre para todos não pode estar sujeita aos desígnios de nenhum governo, nem mesmo o dos EUA.
Razão 3: A Icann não toma decisões por mérito técnico, mas sim por mérito político
O comportamento da Icann diante dos problemas estruturais da rede, como a falta de segurança, a facilidade para fraudes e as limitações do modelo de IP com 4 conjuntos de 3 dígitos nunca é técnico. Sempre em lugar de resolver as deficiências e tomar atitudes para sanar problemas a Icann aguarda as decisões do governo dos EUA. Somente após regulamentações legais é que a Icann mobiliza algum esforço técnico. Assim quem tem ditado o tom e o ritmo das mudanças na internet tem sido sim o governo dos EUA. Essas mudanças deveriam ocorrer com embasamento técnico.
Razão 4: Uma internet 2, concorrente da atual seria prejudicial a todos
Essa solução, defendida por muitos inclusive por Marquezi, de que se não estão satisfeitos os outros países do mundo podem criar uma nova internet para rivalizar com a atual, controlada pela Icann, é uma faca de dois gumes. Enquanto todos brigamos pela implantação de padrões abertos que proporcionem a livre troca de informação falar em criar uma outra internet é contra-senso. Com todo o dinheiro e tempo gasto para fazer as duas internets comunicarem-se entre si poderíamos melhorar essa e resolver seus problemas. Não é para a internet ser livre? Então que seja, inclusive na administração, ora.
Agora vou fundamentar o que foi escrito acima com um pequeno estudo de caso.
"Qualquer governo que puder influir no funcionamento da rede vai querer exercer esse poder em algum grau" frase de Demi Getschko, engenheiro do Comitê Gestor de Internet no Brasil. É isso que o governo dos EUA está fazendo. Quando a Icann sugeriu a criação do domínio .xxx (triplo x) para sites com conteúdo pornográfico o congresso dos EUA foi contra e impediu a criação desses domínios por 5 anos. Esse é o nível de independência que a Icann tem do governo dos EUA.
Com domínios .xxx as empresas de pornografia poderíam registrar seus sites com exatidão. Os usuários não seriam confusos por fraudes envolvendo esses domínios. E mesmo os pais preocupados com o conteúdo que seus filhos acessam estaríam mais protegidos, já que seria apenas uma questão de bloquear todos os domínios terminados com .xxx em seus computadores. Todos esses prováveis benefícios foram negados à comunidade de usuários da internet porque o (conservador) congresso dos EUA não queria que existisse um domínio exclusivo para pornografia.
Por essas e outras me parece ser uma questão de progresso tecnológico e mérito técnico retirar o controle de DNS da Icann. Não tem nada a ver com política, e sim com liberdades civis e com a melhoria do melhor meio de comunicação disponível hoje. Um conselho verdadeiramente independente poderia tomar as decisões mais adequadas para melhorar (de verdade) cada vez mais a internet e sua estrutura. Os EUA poderiam continuar participando das decisões administrativas desse conselho, com seu voto valendo o mesmo que o dos outros países, como deve ser em qualquer democracia.
A Icann é uma organização independente criada nos EUA para gerir os domínios na Internet. É a espinha dorsal da rede global que você está usando para ler esse texto nesse exato minuto. Marquezi defende, com razão, que não deve ser uma decisão política retirar o controle da Icann. Mas usa o famoso argumento do "em time que está ganhando não se mexe" para defender seu ponto. Se a internet funciona bem, deixem-na como está, é o ponto que Marquezi parece querer ressaltar. É onde sua visão falha.
Imagine se essa fosse a opinião da indústria automotiva do início do século! O carro já é bom, já é mais rápido e melhor que uma carroça a cavalo, então não precisamos mais melhorá-lo, pois já está bom o bastante. E estaríamos até hoje andando em veículos à vapor, queimando carvão atingindo incríveis 40KM/h de velocidade máxima. Ainda bem que Otto não pensava como Marquezi e achou que mesmo algo que funcionava bem ainda poderia ser melhorado!
Voltando ao artigo da Info, Marquezi insiste que alguém deva dar boas razões apolíticas para mudar o esquema de controle de domínios atual da Web, mesmo quando ele falha em dar boas razões apolíticas para que ele continue como está. Tudo bem, não vou discutir as razões políticas, vou fazer o que Marquezi pediu e manter as razões no campo não político e começar meu artigo de verdade:
4 Razões Não Políticas para que o controle da internet saia das mãos da Icann.
Razão 1: 15 membros não garante representatividade participativa
O conselho administrador da Icann possui 15 membros, dos quais 2 são brasileiros, de várias partes do mundo. Isso deveria servir para mostrar que a administração da Icann (e portanto da estrutura da internet) não é dos EUA, mas sim de todo o mundo. Agora pense sobre o conceito de democracia por um instante. Dizer que 15 membros que são indicados e não eleitos garantem representatividade em uma administração que envolve interesses de mais de 180 países é meio estranho, não?
Razão 2: A Icann é não governamental, mas age como se fosse
A Icann não está sujeita ao governo dos EUA, mas por força da lei deve satisfações ao Departamento de Comércio dos EUA. Então de maneira indireta o governo dos EUA pode exercer algum controle sobre a Icann, e isso já ocorreu várias vezes (citarei um caso mais à frente). Uma rede que pretende ser global e livre para todos não pode estar sujeita aos desígnios de nenhum governo, nem mesmo o dos EUA.
Razão 3: A Icann não toma decisões por mérito técnico, mas sim por mérito político
O comportamento da Icann diante dos problemas estruturais da rede, como a falta de segurança, a facilidade para fraudes e as limitações do modelo de IP com 4 conjuntos de 3 dígitos nunca é técnico. Sempre em lugar de resolver as deficiências e tomar atitudes para sanar problemas a Icann aguarda as decisões do governo dos EUA. Somente após regulamentações legais é que a Icann mobiliza algum esforço técnico. Assim quem tem ditado o tom e o ritmo das mudanças na internet tem sido sim o governo dos EUA. Essas mudanças deveriam ocorrer com embasamento técnico.
Razão 4: Uma internet 2, concorrente da atual seria prejudicial a todos
Essa solução, defendida por muitos inclusive por Marquezi, de que se não estão satisfeitos os outros países do mundo podem criar uma nova internet para rivalizar com a atual, controlada pela Icann, é uma faca de dois gumes. Enquanto todos brigamos pela implantação de padrões abertos que proporcionem a livre troca de informação falar em criar uma outra internet é contra-senso. Com todo o dinheiro e tempo gasto para fazer as duas internets comunicarem-se entre si poderíamos melhorar essa e resolver seus problemas. Não é para a internet ser livre? Então que seja, inclusive na administração, ora.
Agora vou fundamentar o que foi escrito acima com um pequeno estudo de caso.
"Qualquer governo que puder influir no funcionamento da rede vai querer exercer esse poder em algum grau" frase de Demi Getschko, engenheiro do Comitê Gestor de Internet no Brasil. É isso que o governo dos EUA está fazendo. Quando a Icann sugeriu a criação do domínio .xxx (triplo x) para sites com conteúdo pornográfico o congresso dos EUA foi contra e impediu a criação desses domínios por 5 anos. Esse é o nível de independência que a Icann tem do governo dos EUA.
Com domínios .xxx as empresas de pornografia poderíam registrar seus sites com exatidão. Os usuários não seriam confusos por fraudes envolvendo esses domínios. E mesmo os pais preocupados com o conteúdo que seus filhos acessam estaríam mais protegidos, já que seria apenas uma questão de bloquear todos os domínios terminados com .xxx em seus computadores. Todos esses prováveis benefícios foram negados à comunidade de usuários da internet porque o (conservador) congresso dos EUA não queria que existisse um domínio exclusivo para pornografia.
Por essas e outras me parece ser uma questão de progresso tecnológico e mérito técnico retirar o controle de DNS da Icann. Não tem nada a ver com política, e sim com liberdades civis e com a melhoria do melhor meio de comunicação disponível hoje. Um conselho verdadeiramente independente poderia tomar as decisões mais adequadas para melhorar (de verdade) cada vez mais a internet e sua estrutura. Os EUA poderiam continuar participando das decisões administrativas desse conselho, com seu voto valendo o mesmo que o dos outros países, como deve ser em qualquer democracia.
terça-feira, dezembro 06, 2005
Espere um ano
Daqui a um ano, em dezembro de 2006, você irá encontrar seu grande e verdadeiro amor. Vocês irão sorrir uma para o outro em uma fila de super-mercado. Irão apaixonar-se perdidamente. A vida só fará sentido para você estando ao lado dessa pessoa. Vocês irão correr de mãos dadas por gramados verdes e macios. Irão planejar sua união, seus filhos, o resto de suas vidas juntos. Mas isso só acontecerá daqui há um ano.
Daqui a um ano, em dezembro de 2006, o Brasil já será hexacampeão mundial de futebol. Você irá lembrar-se daquela noite gloriosa, com todos os seus amigos em sua casa. Todos juntos, em pé na sala, de mãos dadas rezando novamente para que nosso guarda-metas segure mais um pênalti. Você irá lembrar de como aquela noite entrou pela madrugada, com as buzinas dos carros na avenida, incrivelmente congestionada às 3 horas da manhã. Ali parado ao volante, o barulho não incomodava, você estava feliz. O guarda viu você com uma lata de cerveja na mão e ao invés da multa lhe deu um abraço e gritou: Ganhamos de novo! E você se perguntará porque não fazem uma copa do mundo a cada mês. Mas você só sentirá isso daqui há um ano.
Daqui a um ano você será promovido. Em dezembro de 2006 você vai ganhar o dobro do que ganha agora e será respeitado por todos os seus colegas de escritório. Os negócios te levarão em viagens por todo o continente. Com isso você poderá finalmente comprar aquele carro novo com o qual vem sonhando. Daqui a um ano.
Daqui a um ano você terminará de escrever um livro. O editor vai lhe dizer como há muito não se via um escritor desse calibre, desde Mário Quintana. Seu livro irá para as lojas à tempo para o Natal e será o primeiro da lista de mais vendidos do Jô Soares. Daqui a um ano.
Daqui a um ano, em dezembro de 2006, seu filho vai nascer, e nada mais será como antes. Sua vida irá mudar completamente. Nunca mais você conseguirá pensar apenas em você mesmo, sempre haverá aquela criança antes de tudo. Daqui a um ano.
Daqui a um ano, em dezembro de 2006, a Microsoft vai lançar um novo Windows, o Vista. Que será bem melhor que os outros, que será mais seguro, mais rápido e mais bonito. O Internet Explorer que virá com ele será bem melhor que o Firefox. O sistema de scripting dele tornará a administração bem mais fácil que a do Linux. Ele será bem mais seguro, pois haverá um anti-virus e um anti-spyware integrados ao sistema. Ele dará o boot mais rápido, será bem mais seguro e confiável e rodará muito rápido os softwares de 64bit. Daqui a um ano.
Daqui a um ano, em dezembro de 2006, o Brasil já será hexacampeão mundial de futebol. Você irá lembrar-se daquela noite gloriosa, com todos os seus amigos em sua casa. Todos juntos, em pé na sala, de mãos dadas rezando novamente para que nosso guarda-metas segure mais um pênalti. Você irá lembrar de como aquela noite entrou pela madrugada, com as buzinas dos carros na avenida, incrivelmente congestionada às 3 horas da manhã. Ali parado ao volante, o barulho não incomodava, você estava feliz. O guarda viu você com uma lata de cerveja na mão e ao invés da multa lhe deu um abraço e gritou: Ganhamos de novo! E você se perguntará porque não fazem uma copa do mundo a cada mês. Mas você só sentirá isso daqui há um ano.
Daqui a um ano você será promovido. Em dezembro de 2006 você vai ganhar o dobro do que ganha agora e será respeitado por todos os seus colegas de escritório. Os negócios te levarão em viagens por todo o continente. Com isso você poderá finalmente comprar aquele carro novo com o qual vem sonhando. Daqui a um ano.
Daqui a um ano você terminará de escrever um livro. O editor vai lhe dizer como há muito não se via um escritor desse calibre, desde Mário Quintana. Seu livro irá para as lojas à tempo para o Natal e será o primeiro da lista de mais vendidos do Jô Soares. Daqui a um ano.
Daqui a um ano, em dezembro de 2006, seu filho vai nascer, e nada mais será como antes. Sua vida irá mudar completamente. Nunca mais você conseguirá pensar apenas em você mesmo, sempre haverá aquela criança antes de tudo. Daqui a um ano.
Daqui a um ano, em dezembro de 2006, a Microsoft vai lançar um novo Windows, o Vista. Que será bem melhor que os outros, que será mais seguro, mais rápido e mais bonito. O Internet Explorer que virá com ele será bem melhor que o Firefox. O sistema de scripting dele tornará a administração bem mais fácil que a do Linux. Ele será bem mais seguro, pois haverá um anti-virus e um anti-spyware integrados ao sistema. Ele dará o boot mais rápido, será bem mais seguro e confiável e rodará muito rápido os softwares de 64bit. Daqui a um ano.